Opera Paris escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 27
Capítulo 25 - James e Victoria




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Capítulo 25 – James e Victoria

Paris ficou fervorosa após a chegada do Duque de Biers e dos três nobres que vinham da região norte da Espanha. Sem contar com a chegada dos pais de Edward e Jasper à cidade.

Havia um grande burburinho correndo as bocas das senhoritas a respeito do Duque Riley e de quem ele escolheria para tomar como esposa; as damas não se continham e tentavam, a todo custo, chamar-lhe atenção.

- Ficarei honrado em mostrar-lhe uma pintura que mandei fazer de minhas terras no novo mundo. – O duque disse a Carlisle Cullen, retirando de um tubo, um pedaço de lona enrolado.

- Certamente é uma boa pintura e mostra o quão bonita são suas terras, Duque. – Carlisle elogiou. – Agora se me permite, acerte com meus filhos o restante dos negócios. Emmett, mande que Gerárd me acompanhe até a vinícola hoje.

- Sim, milord. – Emmett saiu.

- Com sua licença, Duque... Passar bem.

- Passar bem, Conde.

Gerárd prostrou-se ao lado de fora do escritório a espera do Conde. Edward e Jasper deram adeus ao pai e entraram no escritório para tratar de assuntos mais importantes que as vinícolas. Aquele seria o momento perfeito, a ausência do Conde, uma vez que ele não sabia dos mistérios que rodeavam Edward Cullen e sua passagem pela corte francesa.

No escritório do visconde, no Opera Paris, James assinalava alguns papéis enquanto desfrutava da companhia de Victoria de Barbarac, que parecia ligeiramente mais tensa do que de costume. Victoria não conseguia parar de pensar no seu encontro com o Duque de Biers, que ocorrera há três dias atrás. Ela sentia sua pele fervilhar só de lembrar-se do toque dele, dos lábios junto aos seus e da euforia que sentira quando estava indo encontrá-lo.

Oh céus, meu pai me levará para a forca. Eu perderei minha honra e dignidade. Serei nomeada de Ana Bolena!! Victoria pensava enquanto folheava distraidamente um livro.

James ergueu uma sobrancelha para a noiva.

- O que houve, minha cara? Estás calada demais ultimamente e quase não nos falamos. – Ele disse baixo, deixando os papéis de lado.

- Não aconteceu nada, milord. Estou apenas pensando com meus botões. – Victoria respondeu.

- Vossa senhoria foi vista trocando palavras com meu primo, o Duque, durante o jantar dos Cullen.

- Viste-me? – Ela perguntou. – Viste-me com o Ilustríssimo Duque, milord?

Um clima tenso pairou no recinto. O Visconde levantou-se e fitou Victoria, que agora encarava-o com aqueles olhos profundos e verdes. Era só o que me faltava! Ele exclamava para si mesmo. Minha noiva tendo encontros as escondidas com o Duque, com meu primo!

- Uma dama deve ser submissa ao seu marido. As damas devem se portar dessa forma. – Ele murmurou.

- Não és meu marido. Somos apenas noivo e ainda não aprendi a ter qualquer afeição por vossa pessoa. – ela disse exasperada. – Estou com você por causa dos meus pais; por causa do senhor meu pai e seu desejo de aumentar nossos bens. Nada mais.

- Então é o que dizem! Que agora és uma meretriz, e do Duque, do meu primo! – Ele bateu a mão na parede.

- Eu estava sendo tola, James. Durante este tempo todo em que estamos juntos você nunca lembra de minha pessoa, a não ser para jantares sociais ou então para ter alguém para mostrar a sociedade, aos hipócritas dos teus clientes! – Ela exclamou. – Eu invejo a senhorita Swan e suas amigas. As invejo porque elas têm um amor verdadeiro, porque não existe qualquer interesse naquela relação. Eu fui tola ao tentar fazer você esquecer Isabella Swan, fui tola ao tentar fazer com que me viste em todos esses dias.

- Como pode uma dama falar desta maneira com seu noivo? Você ainda têm compromissos para comigo, Lady Barbarac! E quem eu esqueço, ou não, diz respeito a mim, somente a mim, não a você, milady!

- Não, deveria dizer a nós, James, a nós! Pois eu deveria ser sua companheira, mas não, você nem ao menos se lembra de mim. Esquece que eu existo e está sempre manipulando alguém para que faça mal aos Cullen ou a Lady Swan. Eu sei sobre o falsário. Eu sei que foi você que o colocou atrás do Conde.

Victoria deu as costas e saiu batendo a porta. Dessa vez não terá volta. Ela pensou, enquanto entrava numa pequena carruagem e dirigia-se para um pequeno café gourmet nas pequenas travessas, no caminho de sua casa.

Como sendo a única filha de um casal, Victoria obteve o mesmo sucesso de sempre em suas conversas com seu pai, que, embora quisesse aumentar os lucros e a renda anual da família Barbarac, queria, também, o bem estar de sua filha. O que tornava aquela família invejável pela sociedade, pois muitas damas não podiam contentar-se com a amizade que lady Victoria tinha para com seu pai. A conversa transcorreu tão bem quanto ela pôde imaginar. O barão ficara furioso ao descobrir que o Visconde estava metido em investigações da guarda francesa e, principal suspeito do assassinato do falsário, sendo cúmplice.

- Isso não é bom! Como deixei minha filha andar com este cafajeste! – O barão bateu as mãos sobre a mesa de carvalho que tinha em seu escritório. Sua esposa tentava confortá-lo, mas ele sentia-se humilhado e rebaixado. – A honra da minha família está em jogo! – ele dizia, ainda exaltado com todas as afirmações que a filha contava.

Com aquelas notícias, o barão pretendia colocar James encarcerado em uma cela suja e úmida, se não fosse por Victoria, que decidira intervir.

- Não meu pai, espere!

- Está sendo misericordiosa?

- Não, de maneira alguma. – Ela falou. – Mas na noite do jantar na mansão Cullen, fiquei sabendo, por fontes confiáveis, que o Visconde está metido em outros assuntos, que podem denegrir a imagem dele e de outras pessoas, sem contar com o risco que elas correm.

- O que está acontecendo? Diga-me! – Ele exclamou.

- Lady Swan é a principal bailarina daquele teatro e o Visconde fora seu amigo de infância. Desde então ele tem uma certa obsessão para com ela e está com algum plano maldito de acabar com ela e o Conde, sem contar com fantasma que ronda o Opera.

- Fantasma? Oh, sim! O fantasma! Deve ser alguém mais respeitável que ele! Maldito!

- Como-

- Veja bem, minha querida... – Foi a vez da Mãe de Victoria falar. – Se ele ainda não fez mal, é porque tem um bom coração e, pode parecer ingenuidade, mas acredito que ele seja alguém que tenha como único objetivo viver para a música e acalentar suas paixões ali.

- A senhora fala de...

- Não. Não aquilo. Ele não deve ser alguém de todo ruim, apenas está ali por que tem seus motivos... Embora não seja nada saudável viver naquelas catacumbas... Entretanto, você deve afastar-se do Visconde.

Victoria acatou a ordem dos pais e o pedido de noivado foi revogado. O dote da dama deveria ser devolvido aos pais antes do final da semana, isso prejudicaria um pouco os planos do Visconde, que agora tinha plena certeza de que não teria mais seu casamento e que sua fama estava caindo na lama.

No escritório imobiliário de monsieur Fontaine, Isabella assinalava os últimos documentos pendentes que o homem acabara de lhe entregar. Suas propriedades estavam cuidadas, nas mãos de pessoas confiáveis e, sua fortuna, arrecadada com a venda e empréstimo dos bens de seu pai, o violinista Swan, sem contar com seus ótimos salários como cantora e bailarina do Opera, estava garantida.

- Merci, monsier. Fico imensamente grata por estar me ajudando. – Ela fez uma pequena reverência.

- Avec plaisir, mademoiselle.¹ - Ele sorriu. – Para as senhoritas e os Condes, faço com muito orgulho. Tudo está agendado. Eu espero que dê certo.

- Oh, eu também. Será neste fim de semana, logo após a ópera Don Juan... Isso se agirem como esperamos. – Ela disse num tom sério.

- Agora deixe-me lhe falar algo. – Fontaine murmurou. – O inspetor geral continua a procura do fantasma. Ele veio aqui esta semana, alegando que eu era o principal adversário do falsário Jason Jenks.

- E o senhor era?

- Por assim dizer, sim. Eu tenho fontes confiáveis e meios legais de obter informações. Nunca agi de má fé para com ninguém, só que preciso saber se meus clientes são confiáveis e, acima de tudo, garantir se os clientes dos meus clientes são pessoas de boa conduta.

- Entendo perfeitamente. – Bella sorriu. – Não se preocupe. O inspetor está investigando tudo e todos. Imagino que ele esteja tentando ligar o assassinato do falsário com os motivos do Visconde para encontrar o Fantasma da Opera.

- Esta história está cada vez mais complexa. Tome cuidado. Tem muita gente envolvida. – Fontaine alertou-a.

Bella agradeceu e saiu logo em seguida. Ela andou algumas quadras e entrou numa carruagem, que a esperava. O cocheiro seguiu pelas avenidas principais, entrando a esquerda e direita, até chegar a casa onde a jovem residia, quando não estava confinada no teatro.

A jovem bailarina entrou na casa e deixou o casaco azul marinho pendurado em um cabide no canto do hall de entrada. Muitos baús já haviam sido despachados e alguns móveis já estavam sendo cobertos. Faltavam pouquíssimos detalhes para acertar, para finalmente, tudo poder sair de acordo o esperado. Ela encaminhou-se aos seus aposentos, onde tudo já estava organizado, guardado em baús e uma ou outra bagagem pequena. Havia também caixas de chapéus e caixas de sapatos, outras com lenços e acessórios. Assim que ela entrou, quatro criados, seguidos por Gerárd, apareceram à porta do quarto.

- Mademoiselle, eles estão aqui para levar suas coisas.

- Oh, merci Gerárd. Podem entrar. Por favor, mandem que coloquem a carruagem para dentro. Os vizinhos bisbilhoteiros ficam de olho no que acontece dentro desses muros. – Bella murmurou referindo-se aos altos muros da casa.

Um dos criados saiu apressadamente do quarto. Ele deu a volta, com a carruagem, para trás da casa e esperou que o jardineiro, que estava cuidando de algumas roseiras, abrisse o portão alto. Vários baús estavam sendo descidos, ao passo que outros dois os colocavam na carruagem, os outros dois iam levando-os para fora. Primeiro foram as coisas de Alice, que agora estava no chatêau Cullen. Depois seria a vez de Bella e Rosalie seria a última.

Cerca de quase uma hora depois, os criados terminaram de colocar os baús na carruagem, então, seguiram para o chatêau. Gerárd saiu com Isabella na carruagem logo depois da outra, fazendo um caminho diferente do usual. Evitar olhares era o esperado.

Assim que a primeira carruagem chegou na mansão, os criados foram logo descarregando e levando para um quarto amplo, no segundo piso. O quarto era como todos os outros, em tons pastéis, em estilo rococó, como a maioria das casas naquela época. E à frente da porta de entrada estava o Conde Cullen e seu filho Edward.

- Bon soir, mademoiselle. – Disse o Conde.

- Bon soir, monssieurs. – Ela cumprimentou aos dois. – Obrigada por me receberem.

- Será sempre bem vinda em nossa casa. – O Conde sorriu.

- Mon’amour, vai dar tudo certo. – Edward estendeu a mão e caminhou ao lado dela e do pai para dentro da casa.

- E como estão os preparativos para Don Juan Vitorioso? – Perguntou o Conde, enquanto aceitava a taça de vinho que Edward lhe servia.

- Estão em perfeita ordem. Amanhã somente o coro ensaia. A apresentação será no sábado. – Bella respondeu.

- Creio que a senhorita queira descansar para estar bem disposta. – disse Edward.

- Obrigado. Estou mesmo um pouco cansada. – Bella sorriu gentilmente e segurou a mão de Edward. – Muito obrigada pela companhia e por me aceitar em sua casa e família, Conde Cullen, fico muito lisonjeada.

- Não precisa preocupar-se com nada. Vocês três são bem vindas em nossa casa, em qualquer uma delas. – Ele beijou-lhe a mão e esperou que ela saísse.

Edward guiou Bella pelos corredores até seus aposentos, onde suas coisas já haviam sido colocadas. Ele abriu a porta e deixou que ela adentrasse primeiro. Pedindo permissão, como um verdadeiro cavalheiro, ele entrou no quarto enorme e fechou a porta atrás de si, mas somente depois dela dar-lhe passagem.

- Espero que goste daqui. Aprecio em demasia sua companhia. – Ele sorriu.

- Oh, Edward. Não sabe como me sinto. – Ela sibilou, sorrindo. – Espero que eu não esteja precipitando-me...

- Estás feliz?

- Não sabe o quanto. Só sinto que algo ainda nos impede de ser feliz. – Ela falou baixo. – Sinto como se ainda houvesse algo a ser esclarecido, embora eu não saiba o que.

- Tudo será esclarecido, em breve. – Ele sorriu, fazendo com que as palavras soassem dentro da mente de Bella.

Ela deu-lhe um beijo um delicado, sentindo os lábios úmidos dele brincando com os seus. Por um instante, sentiu como se todo o mundo tivesse desaparecido e só restassem eles dois. Não existia mais fantasma da ópera e nem Edward. Eles eram apenas um. Não existia mais Visconde e nem qualquer outro que pudesse prejudicá-la. Ela sorriu em seu pensamento.

Edward deslizou sua mão através da nuca e deu-lhe um beijo mais voraz. Cada vez que a beijava sentia seu mundo obscuro ser balançado. Ela era seu meteoro. A luz que invadia seus sonhos escuros. A companheira para sua vida inteira. Ele sentiu uma centelha percorrer todo o seu corpo ao tocá-la, ao sentir cada deslizar dos dedos dela.


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