Não era normal, era?

Era normal se sentir completo olhando para aquele pequeno embrulho que, mesmo tão novo, já era a sua cara? Aquele embrulho com mãos pequenas e fechada com dedos gordos. Aquele rostinho cheio de plenitude e serenidade...

Tinha a curiosidade de saber se aqueles olhos seriam tão cinza quanto os seus, já que, o tufo de cabelo loiro quase branco mostrava que ao menos seus cabelos o jovem Scorpius tinha.

Aquilo era dele, veio dele e, mesmo que o tenha pegado pela primeira vez a pouco mais de cinco minutos sentia que era ali que aquele bebê sempre deveria estar, nos braços do pai.

Também se perguntava se era normal que aquele bebê fosse mais importante do que tudo. Do que ele, sua vida, sua casa, sua fortuna... Tudo no mundo parecia tão pequeno perto daquela criatura frágil.

Embalou o bebê, que dormia, em seus braços. Podia ouvir um ronco baixo e rítmico vindo dele... Aquele com certeza era o ronco mais delicioso que ele já tinha ouvido. Era quase um ronronar, era delicioso.

Não imaginava que iria ficar tão apegado o filho... Não pretendia ser como Lucius, que se importava, mas não gostava de demonstrar, que sempre parecia tão frio e distante.

Pretendia ser bom. Ser afetuoso e um bom pai, um pai presente... Mas não imaginava que tudo isso seria tão fácil. Faria tudo por aquele bebê, queria dar tudo pra ele, uma boa vida, uma boa casa, uma boa família.

Talvez isso fosse ser pai, querer o melhor pra seu filho e, mais do que querer, dar tudo para o seu filho. Principalmente amor.

Se sentia tão estúpido pensando nisso tudo. Pensando em amor. E tudo por causa dessa pequena criaturinha que era seu filho.

Ele se sentia bem, então talvez fosse normal sentir isso tudo. Apenas talvez.