- Não, Jared. Foi só depois que eu te deixei. - Falei magoada.
- Que bom, então, posso ir sem ressentimentos - Ele disse, seco.  
- Não vá, por favor... - Algumas  lágrimas já caíam, só a perspectiva de tê-lo longe já me assustava.
- Porque? Porque eu não deveria ir? - Jared percebeu meu silêncio e resolveu insistir - Porque!?
- Porque eu estou grávida! - Era verdade. Havia descoberto isso a alguns dias. Desde então vinha sentindo-me enjoada facilmente. Jared ficou um tempo sem dizer
nada, apenas fitava-me com um olhar estranho, até que ele aproximou-se, colocando duas mãos em meus ombros, fazendo com que eu olhasse diretamente em
seus olhos.
- Mellanie... - Ele fez uma pausa e inspirou e respirou diversas vezes, até que - Esse bebê é meu filho?
- O que? Como assim!? É claro que é! - Gritei, irritada com a pergunta. Bem, poderia ser do Shannon, porém... Balancei a cabeça, tentando clarear a mente, até
que ele me abraçou com força, e eu só pude retribuir, porque morria de saudades daquela pele macia na minha, do seu cheiro, de suas carícias... Comecei a chorar
descontroladamente, enquanto o apertava firme, na esperança  de sentí-lo mais próximo. - Amor, não vá embora, por favor... - Choraminguei baixinho.
- É claro que não. - Jared disse suavemente, enquanto tentava me acalmar. - Eu te amo.
- Eu também te amo. - Disse, enquanto alisava o pescoço dele com uma mão, passando de vez em quando os dedos entre seus cabelos sedosos.
- Eu acho melhor eu ir embora agora. - Ele comentou baixinho, enquanto fitava minha casa.
- Você vai voltar? - Senti temor ao fazer essa pergunta, porém ele me tranquilizou.
- Se você quiser. - Jared beijou minha testa brevemente - Preciso ir agora. Mais tarde eu te vejo.
Assenti, fazendo manha. Não queria que ele fosse, porém, eu tinha que conversar com Shannon. Jay se demorou em mim, até que finalmente entrou no carro e
partiu. Voltei para dentro de casa. Shann estava sentado no sofá, pensativo.
- Desculpa. - Disse colocando a mão em seu ombro - Desculpa, eu estava nervosa naquela hora, não era aquilo que eu queria dizer...
- Era sim. Você quis dizer exatamente aquilo.
- Não, não quis. Shannon - Finalmente consegui chamar sua atenção - Eu te amo por você ser exatamente o que é. E não quero que isso mude, não importa como
seja, entendeu? - Senti as lágrimas novamente nos olhos - Só que vai ter que ser como amigos. Eu... Eu amo seu irmão. 
- Eu sei, não te culpo. - Ele falou com um pouquinho de mágoa na voz - Eu sabia desde o início, só achei que talvez eu pudesse mudar isso.
Não aguentei e o abraçei.
- Desculpa, eu não queria que fosse assim.
Ele olhou fundo em meus olhos, e então me beijou suavemente. Sabia que era uma despedida e não o reprimi por isso. Após isso Shannon foi embora pela porta de
trás. Me senti muito sozinha naquele instante. Já queria Jared de volta, então deixei uma mensagem. Ele apareceu minutos mais tarde. Logo que ele abriu a porta
o beijei demoradamente e com muita saudade. Até que ele me prensou contra a parede e deslizou as mãos livremente pelo meu corpo, quase como se quisesse gravar
cada detalhe.
- Eu te amo. - Jay disse no meu ouvido. 
- Eu te amo - Repeti no mesmo tom, pois tudo parecia extremamente calmo, não era necessário altear a voz. Sentía-me completa naquele instante. Finalmente éramos
um do outro.

Três meses depois;

Nossa vida parou, apenas para dar a atenção necessária ao bebê. Jared era muito atencioso, e fazia tudo que eu pedia. Aind não sabíamos se era menino ou menina,
porém, de qualquer maneira estávamos muito felizes. Já começávamos a sugerir uns nomes. Odiava quando Jay tinha que fazer algum show, em parte  porque ele
ficava quase um dia inteiro longe de mim, e outra, porque todas aquelas fãs histéricas o agarravam. Tentava não pensar muito nisso.

Estávamos, mais uma vez, na grande sala do doutor Collins. Levantei minha blusa, o suficiente apenas para minha barriga ficar de fora. Jared estava parado no canto
da sala, me fitando, com um sorriso bôbo brincando nos lábios. O médico passou o familiar e gelado gel em meu corpo, então colocou o aparelho em cima de minha
barriga, passando-o lentamente ali.
A imagem cinza apareceu no computador de tela plana ali do lado. Não conseguia ver nada ali, nem mesmo o constante e pequenino feto em desenvolvimento. O
doutor olhou para mim, com lamentação evidente na expressão.
- Sinto muito, mas... Você perdeu o bebê.