I Must Be Dreaming escrita por Pandora Imperatrix


Capítulo 3
Capítulo II - O Assassino.




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Naruto não me pertence.

Capítulo II – O assassino.

“Como eu posso fingir que não vejo?

O que você esconde tão cuidadosamente?

Eu a vi sangrar

Você me ouviu respirar

E eu paralisei

E fui embora

Eu devo estar sonhando”

I Must Be Dreaming – Evanescence.

O espelho da penteadeira refletia a manhã enevoada que lá fora nascia. Pesadas nuvens cor de zinco eram emolduradas pelas janelas caprichosamente gradeadas que deixavam entrar no quarto – já naturalmente frio – lufadas fortes de vento que balançavam as cortinas brancas.

Hinata se encolheu debaixo do edredom, “Mais um dia” pensou fechando os olhos com força como se prendesse neles toda dor que sentia.

E com um suspiro pesado afastou de si as cobertas, jogou as pernas para fora da cama, encolhendo os dedos dos pés ao tocarem a superfície fria do chão, passou a mão nos cabelos bagunçados e ignorou sua deprimente imagem no espelho do armário quando o abriu em busca de uma muda de roupa.

A porta Bateu quando ela saiu do quarto.

oOo

Não sentiu gosto algum quando depositou as pílulas sob a língua e as engoli com água.

Era uma manhã comum na casa dos Hyuuga, o café da manhã fora servido às oito horas em ponto, a mais nova havia chegara cinco minutos atrasada, ignorou os frios olhares de censura do primo e retribuiu o breve sorriso da irmã com quatorze músculos disposta a demonstrar alegria e ao mesmo tempo desprezo - pois o desprezo por tudo e por todos era algo tão natural em Hanabi quanto a mecha de cabelo negro perpetuamente caída na frente dos olhos brancos - e então, salvou Tenten do tédio provocado pelo por de Hyuugas silenciosos, com uma conversa amena.

Hinata tentava fazer o mínimo de barulho possível com seus talheres e seus olhos e seus olhos deixaram seu prato quase não tocado, somente para mirar a irmã quando esta adentrou o cômodo emitindo sua luz brilhante, mesmo que fria.

E se arrependeu amargamente. Havia um imã nos olhos dele, com certeza, em todo ele, com sua terrível força irresistível de atração. Seus dedos trêmulos largaram os talheres e agarraram com força a toalha branca da mesa e a fome quase inexistente desapareceu por completo dando lugar a uma dolorida queimação no estômago.

Quase invisível, um sorriso nasceu no canto dos finos lábios de Neji.

Hinata sentiu como se todo o ar ficasse pesado de repente e se recusasse a entrar em seus pulmões por mais forte que ela o aspirasse, os olhos se arregalaram, seu músculos ficaram tensos e da palma das mãos brotava um suor frio, os gemidos inexistentes impediam-na de distinguir o significado das palavras proferidas na conversa da noiva de Neji com Hanabi.

Então, anunciando que ia trabalhar, Neji se levantou arrastando a cadeira e quebrando o contato visual no processo.

Mas os efeitos do terrível encontro de olhares continuavam borbulhando no estômago de Hinata, e ela poderia jurar estar perdendo a razão.

A despeito de seu olhar horrorizado e de sua palidez de cera, ninguém perguntou o que havia de errado.

oOo

A noite estava chuvosa, era época de fim de inverno em que a chuva caia por cima da neve acumulada criando poças de lama que mais pareciam crateras.

Hinata ficou feliz por não ter que sair, já que estudava com professores particulares em casa como era costume no Clã Hyuuga, Hanabi por outro lado, fizera questão de freqüenta ruma escola regular. Hinata havia lhe trançado os cabelos, enfiado-a num sobretudo e se despedido da irmãzinha mal-humorada – detestava o penteado, mas deixava a irmã fazê-lo por apreciar as delicadas mãos de Hinata em seus cabelos e a canção triste que cantarolava enquanto lhe fazia as tranças que a deixavam parecida com Wednesday Addans.

Hanabi desapareceu dentro do sedan preto e Hinata voltou para o interior da casa, seu professor já devia estar na sala de estudos.

As notas da melodia sombria e melancólica de Henry Mancini que Hinata tocava ao piano ecoavam pela casa, a noite já havia caído, o jantar servido e recolhido e Hanabi estava em seu próprio quarto com os fones de ouvido no ultimo volume.

Os dedos longos e pálidos findaram sua dança pelas telhas brancas e pretas.

Vozes alteradas podiam ser ouvidas além do corredor, o som do jeans raspando no veludo do banco estofado onde estava sentada acariciou os ouvidos da morena quando esta virou o corpo em direção ao assustador som.

Seus passos eram abafados pelo carpete, mas o arranhar de suas unhas no papel de parede era possível de se ouvir.

O som dos gritos aumentava, a porta estava entreaberta deixando a luz e os gritos escaparem para o escuro corredor onde Hinata estava oculta.

- Se fosse somente a traição ainda seria compreensível... Você é um canalha infiel, mas tudo bem... Sabia o que estava fazendo e que quando eu descobrisse não riria suportar tal atitude, mas... NEJI ISSO É MOSTRUOSO! ELA SÓ TEM 16 ANOS! O juiz que te deu a guarda dela e da menininha precisa saber disso! E pode ter certeza que antes do amanhecer ele saberá! – Hinata nunca havia visto tanta fúria e mágoa nos olhos de quem quer que fosse.

O som de algo batendo contra a parede fez a Hyuuga estremecer, mas seu passo foi a diante e ela pode ver uma descabelada Tenten levantar cambaleando, o sangue pingava no carpete vindo de algum lugar entre os fios castanhos.

Ela ainda tentou atacar o primo de Hinata, mas embora tivesse porte atlético, era bem menor que Neji e estava completamente tonta com o golpe, acabou caindo mais uma vez, Hinata queria gritar, mas simplesmente não conseguia, seu corpo não queria se mexer e o sangue retumbava em seus ouvidos.

A silhueta de Neji se aproximou da noiva e por um instante de alívio Hinata achou que ele iria ajudá-la enquanto ela tentava desesperadamente se esquivar.

Os dedos dele entraram por entre os cabelos dela de modo carinhoso, forçando a olhá-lo, os olhos de Tenten penderam entre o brilho decidido e o desesperado, e Hinata já não conseguia suportar.

E sem pestanejar ou deliberar, ele virou a cabeça de Tenten violentamente quebrando-lhe o pescoço, os braços estendidos que tentavam empurrá-lo escorregaram debilmente.

Ela nem ao menos teve tempo de gritar.

O corpo caiu pesadamente no chão, cabelo e sangue espalhados, a cabeça naquele ângulo bizarro.

Hinata soluçou.

O assassino a perscrutou com o canto dos olhos oblíquos.

As penas bambas finalmente ganharam vida e ela correu se segurando nas paredes para não cair e derrubando alguns quadros no processo e só notou que chorava quando sentiu as lágrimas tocar seus lábios e grudar seus cabelos em seus rosto.

A porta de Hanabi foi aberta, um soluço correu o quarto.

A mais nova arrancou os fones de ouvido, assustada, Hinata nunca chorava não importava o que acontecesse.

- O que houve?! Nee-chan, o que fizeram com você?!

Mas a Hyuuga mais velha não respondeu, somente se arrastou até a cama da irmã e a abraçou com força. Hanabi engoliu seco e se calou, jamais soube o que havia de errado, mas contrariando sua natureza, silenciou suas dúvidas e deixou Hinata ali ficar.

N/A: Esse é o capítulo dois, os próximos viriam em breve, pois já estão escritos, se meu teclado não tivesse bolado um plano maligno contra mim, maldito...

Quero agradecer a todo mundo que comentou o capítulo anterior, muito obrigada pessoal! Eu realmente não esperava uma resposta tão positiva quanto a que estou tendo, achei que ia ter muita gente me xingando e talz kkk

Sobre o futuro da fic, bem, digamos que vocês ainda terão a chance de me xingar kkkkk

Kisu no Kokoro


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