-Não pai ele... Ele é apenas um... Amigo. –respondi um pouco decepcionada. Talvez, só talvez eu goste um pouco dele. Talvez não, eu gosto do Luca. Só isso. Mas, eu preciso esquecer isso. Ele também não sente o mesmo por mim. Eu tenho que me concentrar. Principalmente porque se eu estragar tudo talvez ele me mate ou algo do tipo talvez para proteger seu segredo, eu não sei. Não, ele não faria isso. Será que ele faria?

-Como você o conheceu filha? –minha mãe interrompeu meu pensamento.

-Na escola. -respondi rápido.

-Está bem. -foi assim a refeição toda. Meus pais queriam porque queriam saber de Luca mas depois de um tempo eles param de falar de Luca mas foi só quando a sobremesa chegou. Sorvete. Mais precisamente, sorvete com calda de chocolate, chantili e algumas cerejas. Não há nada melhor que isso, eu acho.

      Justamente quando eu estava prestes a terminar meu sorvete meu celular toca. Rapidamente coloquei a colher na boca.

-Vou atendo. -disse levantando já.

-Filha eu já disse que não quero que falem no celular enquanto fazemos uma refeição.

-Tá bem mas eu não estou mais jantando. Já acabei!

-Está bem.

-Alo.

-Oi, Carter?

-É sim, oi Luca.

-Preciso falar com você.

-O que foi?

-Ta sozinha?

-Bom... Espera um minuto e... Pronto –fechei a porta do meu quarto.

-Carter, eu prefiro falar com você pessoalmente.

-Está bem mas agora não posso.

-Ta bem mas, amanhã antes da escola você pode me encontrar na casa abandonada?

-Ah claro.

-Sozinha?

-Medo mas ta bem, eu falo para Alice ir andando enquanto eu falo com você.

-Está bem a gente se vê lá. Tchau.

-Tchau. –ele desligou. Luca estava estranho no telefone. Resolvi descobrir o que estava acontecendo amanhã. Desci para assistir televisão.

-Oi filha, quem era no telefone? –disse minha mãe enquanto eu ainda estava descendo as escadas.

-Ah... O Luca mãe. –passei a mão no cabelo.

-Aah, está bem. –disse minha mãe toda feliz e com um jeito estranhamente esquisito.

-O que foi?

-Nada mas se você quiser contar algo para a sua mãe sobre sua vida pessoal, sabe? Amigos, colegas de escola... Namorados.

-Mãe, eu não tenho namorado, o Luca não é meu namorado. É só um amigo!

-Está bem, está bem. Me desculpe.

-Ta bem, vou subir e ligar para Alice, quero falar com ela.

-Ta bom.

      Subi rapidamente, sentei na cama e peguei meu celular e telefonei para Alice.

-Alo, Carter?

-Oi amiga, tudo bom?

-Claro e você?

-Não, amiga acho que vou pirar.

-Por que o foi?

-Eu não sei, minha mãe começou a falar do Luca e ela começou a falar que ele é meu namorado e eu fui corrigir ela e fiquei meio decepcionada com a resposta e... E eu... Acho que eu... Gosto dele.

-Como?

-É Alice, eu gosto do Luca. Meu deus, eu nem sei o sobrenome dele, não sei como ele é de verdade mas eu sei que eu gosto dele e... Não podemos ficar juntos.

-Por que não?

-Longa historia. Mas, não podemos.

-Queria que vocês fossem como eu e Ramon. Eu gosto muito dele.

-Ele é bem legal.

-Amiga não fica assim. -uma lagrima caiu em meu rosto.

-Eu estou bem, é serio.

-Tem certeza?

-Sim, eu acho que... Eu vou deitar um pouco.

-Está bem, bons sonhos Cinderela. -dei uma risadinha.

-Boa noite.

        Peguei meu MP4. Estava tocando a música You And Me da banda Lifehouse. Deitei na minha cama, muito triste. Meu edredon preferido azul de estrelas, com a borda branca. O quarto estava gelado, o ar condicionado no maximo e eu não conseguia mudar de música e não era porque o botão estava com defeito ou algo do tipo, eu amo essa música, podia me deixar até mais deprimente mas era linda e queria ouvi-la um milhão de vezes.

      Eu não sabia o que fazer eu estava apaixonada pelo Luca mas... Não posso deixa-lo saber. Talvez pudesse estragar tudo, tudo que temos, até a minha... -engoli a seco- minha vida. Mas... Ele não faria isso, nem deixaria que me matassem, será? Não, não, ele não faria. Estava com muita coisa na cabeça, o que me deixava ainda mais cansada. Desliguei o MP4 e simplesmente dormi.

     Meu celular tocou, era o meu despertador. Não lembrava meu sonho mas, acordei já pensando em Luca. Ele realmente não saia da minha mente. Resolvi ir tomar um banho e me arrumar.

-Carter, já acordou? -disse meu pai enquanto eu passava meu rimel incolor. Se eu não estivesse acordada então ele teria me acordado e provavelmente estaria atrasada porque era quase hora de acordar.

-To sim pai.

-Tá bem.

    Terminei de me arrumar e desci para tomar café da manhã. Enquanto descia as escadas meu celular tocou, era uma mensagem. Do Luca. Ela dizia "você vem? Já estou te esperando. Luca.". Não sei porque quando eu vi a mensagem eu simplesmente comecei a andar mais rápido para ir logo. Estou mesmo apaixonada. Droga, depois de tanto tempo querendo nunca me apaixonar, me envolver de mais e acaba nisso.

   Direto para a cozinha pegar uma maçã e ir embora.

-Pai, mãe, já estou indo, beijos tchau.

-Ah filha... Tchau. -minha mãe tentou dize alguma coisa mas fui embora.

     Passei na casa de Alice para irmos. Toquei a campainha.

-Oi Carter. -Alice atendeu a porta.

-Oi Alice, vamos?

-Claro. -ela pegou a mochila e fomos.

-Alice, o Luca me pediu para encontrar com ele na casa abandonada porque ele quer me falar uma coisa. Ele pediu para eu falar com ele sozinha está bem?

-Huum -Alice disse em um tom estranho- claro, e você diz que não podem ficar juntos. -olhei para baixo.

-Não é tão simples.

-Eu tenho certeza, vocês vão ficar juntos.

-Eu acho que não. -nós nos aproximávamos da casa e eu já conseguia ver Luca apoiado na pilastra, ele segurava uma flor. Havia muitas delas ao seu lado, a pilastra estava cheia delas. A grande pilastra branca, cheia de detalhes e flores a envolvendo.

-Seu príncipe encantado está te esperando com uma flor.

-Não quer dizer nada, tem muitas flores dessas ao seu lado.

-Aham, sei. Vai lá.

-Ta bem, te vejo na escola.

-Até lá. Me conte os detalhes depois -Alice disse sussurrando. Eu revirei os olhos. Mas nem me importei, fui em direção a Luca, com a minha mochila preta com algumas caverinhas e corações azuis.

-Olá.

-Oi. -ele me entregou a flor, admito, corei- para que essa flor?

-Não gosta de flores? Quem diria?

-Eu gosto de flores.

-Então, qual o problema?

-Nenhum só que... Nenhum mesmo.

-Tá bem. Agora você deve estar se perguntando por que eu quis falar com você.

-Pensei que era para dizer que nunca havia se divertido antes quanto havia se divertido ontem e dizer que sou linda e tudo mais, mas se não for por mim tudo bem dizer mesmo assim. –mostrei a língua para ele. Ele me olhou dando um sorrizinho.

-Sinto lhe informar mas não foi isso, não que não seja verdade, porque é.

-Que parte?

-Todas.

-Exceto a parte que sou bonita e tudo mais.

-Principalmente essa.

-Nisso discordamos

-Por que? Carter Samont, a garota mais linda que meus olhos já viram nessa vida, se acha feia! Essa eu não imaginava!

-Não sou bonita e com certeza não sou a garota mais linda que você já viu.

-É claro que você é! Mas, estamos perdendo tempo, a gente já devia estar pelo menos chegando na escola.

-Está bem, o que você queria me dizer.

-Não tem aquele cara que eu havia te falado?

-Que cara?

-O Peter.

-Ah eu lembro dele, mas o que foi?

-Você se lembra de Jason?

-Seu primo não é mesmo? O anjo do mal.

-Sim, ele se aliou com Peter.

-Como?

-E como Jason sabia de você, agora Peter também sabe e...

-Fala Luca!

-Ele quer...

-Ele quer o que? Ele quer me... Me matar? -Luca respirou fundo.

-Sim.

-Por que? O que eu fiz? E aquele medalhão? Se eles querem eu posso entregar e pronto. Ninguém precisa me matar!

-Não é tão fácil assim Carter.

-Por que não?

-Por que você sabe sobre muita coisa, praticamente tudo. Eles... Eles me ameaçaram ontem.

-Como?

-Eles falaram que ou eu a transformava ou eles... Eles te... -Luca respirou fundo navamente- Eles te matariam.

-Você vai... Me transformar em anjo?

-Não, eu sei como é ser assim e quero o melhor para você.

-Então, você vai deixar eles me matarem?

-Não, é claro que não -ele pôs a mão em meu rosto.

-O que eu vou fazer?

-Eu ainda não sei, o que eu sei é que não vou deixar eles encostarem um dedo em você!

-Obrigada. -dei um beijo em sua bochecha.

-Então, vamos?

-Vamos...?

-Para a escola.

-Se segure. -segurei em sua mão. Fomos a caminho da escola, voar com Luca era o jeito mais fácil e divertido de chegar a escola! Mesmo eu ainda cheia de medo. Eles vão me matar! Talvez esses possam ser meus últimos momentos! Não sei o que fazer!