Perder ou Ganhar! escrita por Arika Kohaku


Capítulo 1
OneShot - Perder ou Ganhar!


Notas iniciais do capítulo

shounen-ai, ou seja, vai haver relação rapazxrapaz mas não passara de uns beijinhos uns abraços e umas palavras carinhosamente trocadas.

Soundtrack - "Força" dos Da Weasel

História curta.

Espero que tenham uma boa leitura!



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Como é que o louro tinha conseguido trazer Sasuke de volta a Konoha? Acho que ainda ninguém sabia muito bem, mas devia ser graças aquela capacidade que Naruto tinha de mudar a visão das pessoas à sua volta. Portanto essa era a grande sensação dos mexeriqueiros de Konoha no presente, e arrastava-se à já três meses, quando o Uchiha voltara para a aldeia.

Sasuke sentou-se. Estava impaciente. Estava ansioso e muito nervoso. Naruto marcara um encontro com ele. Sim um encontro ao fim de tanto tempo, arrastando a asa por cima do dobe, ele finalmente tinha algo fruto de todo o esforço de conquista que tivera.  Á dois meses que Sasuke se declarava descaradamente a Naruto. Tentando de tudo.

Sorriu ao recordar alguns dos episódios das semanas anteriores. Tinham sido engraçados, embora na altura tenha ficado com os nervos em franja. Mas agora tudo estava bem, tudo ficaria bem. Bastaria ter o louro ao seu lado e toda a sua vida seria completa.  

Naruto já estava atrasado.

oOo

Semanas antes…

- Naruto eu amo-te!!! – Declarou empresando o louro contra a parede, prendendo Naruto entre a parede e o seu corpo.

- O …O…o quê? – Disse gaguejando, de uma maneira de Sasuke achou bastante sexy, com as bochechas ficando vermelhas a cada instante.

- Eu amo-te. – Repetiu agora com mais segurança nas palavras.

- A sério? – O louro parecia bastante surpreendido. – Quer dizer, eu também te amo. – Ouvir aquelas era como ir ao céu. Mas Sasuke não precisava de as ter ouvido, à muito que sabia que Naruto o amava. Afinal ele tinha-o perseguido por 4 longos anos. Havia prova maior para provar o seu amor.

- És como um irmão para mim. – Disse Naruto sorrindo inocentemente.

- Irmão? – Agora quem tinha sido surpreendido tinha sido Sasuke. – Tu amas-me com se eu fosse teu irmão?

- Sim. – Confirmou Naruto.

- Mas eu amo-te de outra maneira. – Olhando nos olhos de Naruto inclinou um pouco a cabeça e beijo os lábios de Naruto. – Dessa maneira. – Podia ser que assim que Naruto entendesse. Ele sabia que o louro era um pouco lerdo quando se tratava de compreender as coisas que estavam mesmo à frente do nariz.

- Sa… Sasuke… eu não te amo desta maneira. – Falou Naruto baixando a cabeça em pesar. Sasuke soltou-o, deixando-o desencostar-se da parede. Achava que Naruto estava a ser tímido. Ele sabia que ele o amava. Quatro longos anos o confirmavam.

- Eu posso tratar disso.

Os dias foram passando e mais cenas como esta se foram repetindo. Naruto era difícil de conquistar, mas Sasuke tinha todo o tempo do mundo, e seduzir o louro era algo que lhe dava prazer, bastante até, pois gostava de ver a cara completamente vermelha de Naruto cada vez que a palavra “amo-te” era dita pelos lábios cheios de calor de Sasuke.

Agora que já lhe fora permitida começar as missões já tinha dinheiro, já podia comprar algo para dar a Naruto.

Enquanto Sasuke percorria lojas à procura do presente ideal para o seu amado Naruto, este mesmo estava a comer o belo do ramen no seu restaurante habitual e desabafa sobre as coisas da sua vida com Sai, que lhe pagara o jantar quando o vira em baixo, com peso enorme nos olhos.

- Eu não tenho nada contra a que ele me ame, mas ele não percebe que eu não o amo. – Queixou-se Naruto.

- Já lhe disseste isso claramente? – Perguntou Sai, engolindo massa.

- Bem, não lhe disse que amava outra pessoa. Disse-lhe que só o amava como um irmão.

Sai olhou para Naruto de olhos arregalados. Como o louro era lerdo e ingénuo naquelas coisas. Ao contrário dele, Sai, já começava a ter prática, isto porque tinha muita lata e os livros ajudavam bastante.

- Estás a dar-lhe esperanças ao dizer-lhe isso. – Comunicou sabiamente. Naruto engoliu a taça e pediu a seguinte.

- E o que queres que lhe diga? Sasuke eu não te amo, mete-te a milhas. - Ironizou. - É mentira, ele é como um irmão para mim, compreende-me perfeitamente. Eu não o quero longe de mim.

- Então se confias nele porque não lhe contas a verdade?

- Ah, eu não sei. Agora não sei se é a melhor altura para lhe contar, não o quero magoar ainda mais, e não quero que deixe de ser meu amigo. Sai, por favor, ajuda-me. – Pediu Naruto colocando as mãos em posição de reza implorando.

- Bem, talvez só haja uma maneira. Eu tenho que intervir. Pode ser que desista. – O que seria muito bom para Sai, e claro, também para Naruto.

A partir dai cada vez que Sasuke ia ter com Naruto, Sai aparecia misteriosamente atrás deles. Cada vez que conseguia uma situação para estar a sós com o louro querendo avançar para um nível mais profundo com ele, lá estava Sai. Ao fim de algum tempo, Sasuke, começou a achar que Sai era competição, então ele achava por bem mostrar que era mil vezes melhor que ele (Sai). E que nunca, nunca, nunca desistiria de Naruto.    

oOo

“Sai perdeste!”, pensou Sasuke com um sorriso cínico no lábios, o Naruto era dele.

- Sasuke, eu não sou gay. – Iniciou assim a conversa Naruto. Chegara há momentos, igual a todos os dias, o que desiludiu Sasuke, tinha imaginado que Naruto tinha demorado mais porque estivera a arranjar-se para o encontro. Mas o que verdadeiramente importava era que Naruto estava ali. E sentara-se ao seu lado, um pouco com ar de naufrago perdido.

- Eu também não sou! – Declarou Sasuke, embora fosse uma mentira bem grande, ele nunca tivera nenhuma queda por rapariga alguma, e já tivera muitos rapazes na sua vida, mas Naruto era diferente. Ele estava mesmo apaixonado pelo louro, tanto que se ridicularizara durante aquele tempo andando atrás dele. – Eu apenas gosto de ti.

Naruto suspirou, mostrando pouca paciência, ou talvez fosse apenas um suspiro para acalmar os nervos.

- Sasuke eu tenho uma coisa para te contar.

Os lábios de Sasuke fizeram um sorriso torto. Ele até podia saber o que era.

- Mas primeiro, promete que não contarás a ninguém.

Boa, uma relação secreta, não tinha pensado no assunto, mas até que dava pica e adrenalina. Imaginou-os trocando beijos e carícias sempre com medo de serem apanhados.

- Eu prometo. – Jurou Sasuke fazendo um X no peito, um sinal de promessa.

- Eu não te queria dizer nada, pois não te queria magoar. Nem quero que te afastes de mim. Não quero que deixes de ser meu amigo.

Mau! Que conversa era aquela agora?

- Eu amo uma pessoa.

- Claro, eu. – Sem reparar as palavras que pensara saíram-lhe em voz alta.

- Não, Sasuke! Tu és meu amigo, meu irmão, nada mais. Eu não te amo de outra forma. – Afirmou Naruto colocando-se em pé postando-se mesmo em frente de Sasuke olhando olhos nos olhos, para que o Uchiha visse que ele não mentia.

Sasuke sentiu algo dentro do seu coração murchar, a expectativa desapareceu, ele sentiu-se pequenino. De repente ganhou aquele ar frio e bastante característico da sua pessoa quando não queria que os outros notassem que estava a sofrer, mas Naruto conhecia-o e sabia que Sasuke estava ferido por dentro. Condoeu-se do amigo. Não gostava do fazer passar por isto, só que não havia outra alternativa. Naruto não podia continuar com a situação como estava. Fora por isso que marcara aquele encontro.

- Quem é a pessoa que amas?

- Bem, tu prometeste não contar. – Naruto tornou a sentar-se ao lado do amigo. – É uma situação complicada, porque o pai dela não gosta muito de mim, ele queria-a casada com o primo, por isso é que mantemos tudo em segredo. – Explicou o louro.

- A Hinata? – Concluiu Sasuke. Naquele momento queria crucificar a miúda, mas depois o seu pensamento descarrilou da violência para a compreensão. Hinata sempre amara Naruto. Sempre, Sempre, Sempre.

Passaram o resto do dia a conversar. Naruto contando como é que tudo acontecera entre os dois. Ele ficara tocado quando Hinata se declarara. E depois não levou muito tempo até que Naruto fosse conquistado, embora a primeira grande paixão de Naruto tivesse sido Sakura, mas essa era obcecada pelo Uchiha, que entretanto já a tinha posto para trás, sendo que agora eram amigos.   

No fim, antes de se ir embora Naruto perguntou:

- Ainda somos amigos, não somos Sasuke?

- Sim, Naruto, acima de tudo somos amigos. – Foi abraçado pelo louro.

- Sempre que precisares Sasuke eu estou aqui.

- Lembra-te que eu também estou aqui. – Respondeu Sasuke, Naruto sorriu, deu um “Até amanhã” e partiu.

Ele tinha sido recusado. Tinham-lhe dado a maior barra da sua vida. A primeira da sua vida. E aquilo fazia-o sentir-se muito mal. Como se não fosse suficiente bom. Como se não fosse isso mesmo – o suficiente. Parecia que não era suficiente para muita gente. Não estava destinado a ser feliz, pois não? Bolas porque regressara a Konoha? Tinha sido Naruto que o fizera, e agora já não havia Naruto nenhum. Tinha sido bem enganado com toda aquela perseguição de quatro anos. Uzumaki Naruto era amigo, apenas amigo.

Ele perdera o amor da sua vida!

oOo

Sasuke passeava. O dia estava apenas a começar. Era mais uma daquelas noites sem sono. Mais uma, das muitas que tivera em pé pensando em Naruto, o seu amor não correspondido. A madrugada estava a ser lentamente apanhada pela manhã. No céu as cores do amanhecer eram o amarelo e rosa, que misturados davam um pouco de laranja também.

Laranja. A cor de Naruto. Porque continuava a pensar nele? Porque continuava a ter que falar com ele? Porque continuava a ter que conviver com ele? Verdade é que ele não o queria longe. Mas agora compreendia. Tanto tempo a pensar no assunto. Tantas noites em branco. Agora compreendia.

Entrou dentro de um parque. As árvores ali eram grandes, de raízes fortes que saiam para fora da terra. Tinham copas serradas que mal deixavam entrar a luz do amanhecer. Ali essa luz entrava mais lentamente. Sentiu que fugir da luz era como se tivesse a fugir do próprio Naruto.

Naruto amava-o apenas como um irmão. A princípio ficara chateado por saber. Ficara realmente revoltado. Ele queria mais que um amor de irmão. Tinha direito a isso, não tinha? Como ser humano tinha direito em procurar a sua felicidade. O amor doía tanto. Mas daquela vez não podia sequer odiar ninguém. Primeiro porque não conseguia odiar Naruto, depois compreendia que Naruto não tinha culpa de não corresponder aos seus sentimentos.

Por fim, agradecia a Naruto por ter sido sincero. E agora partilhavam um segredo. Tinham-se passado semanas desde o dia em Naruto lhe contara que andava com Hinata. Eles continuavam a conversar, talvez até bastante mais que antes de tudo aquilo. Era como se tivessem tornado confidentes um do outro. Aquela história aproximara Naruto de si, mas isso estava unicamente a fazer com que esquecer Naruto fosse ainda mais difícil. E não havia outra hipótese que esquecer Naruto. Afinal ele amava Hinata e Sasuke só tinha que respeitar, tal com Naruto respeitava que Sasuke o amasse e que tentasse a sua sorte.

O pequeno café do jardim já estava aberto. Resolveu entrar e pedir alguma coisa para comer. Lá dentro estava um ambiente quente, que cheirava a bolos acabados de fazer. A rádio estava ligada e músicas românticas soavam pelo ar. Aquele tipo de coisas não o afectava.

Estás a sentir,

Uma página de História,

Um pedaço da tua glória,

Que vai passar a breve memória.

Estamos no pique do Verão

Mas chove por todo o lado.

Levo uma de cada

Já tou bem aviado.


Foi ao balcão pediu um bolo cheio de creme para enfiar no estômago e leite quente para beber, também para o estômago. Uma das coisas que o consolava era um bolo cheio de creme. Pagou. E levou as suas coisas até uma mesa. Suspirou. Estava sozinho. Deu uma grande dentada no bolo. Então nesse momento uma batida chamou-lhe a atenção. A musica na rádio. Talvez por não ter mais nada em que prestar atenção.

Cuspo directo no caderno,

Reagidas do Inferno.

Passei á tua pala 

No tempo que pareceu eterno.

Tou de cara lava

Tenho a casa arrumada

Lembrança apagada

De uma vida quase lixada.


Olhou para o ar. Que merda era aquela logo de manhã. Então e os hinos ao amor eterno e que não acabam? Mas depois de ficar chateado. Acabou calado e a ouvir a letra. Pois aquilo fazia sentindo naquele momento para si. Afinal não era ele que dizia que músicas não o afectavam?

Passeio na praia,

Atacado pelos clones,

São tantos e iguais,

Sem contar com os silicones.

Olho para o céu

Mas toda a gente foi de férias

Apetece-me gritar

Até rebentar as artérias.

Quanto menos importância queria dar à letra e à música, mais os seus ouvidos se apuravam para a ouvir. Engoliu mais um pedaço do bolo e um grande gole no leite, esquecendo-se que estava quente e queimando a língua, entornando um pouco para a roupa.

Respiro fundo,

E lembro-me da força

Que guardo dentro do meu corpo

Espero que ela ouça. (bis 4x)

Sim. Onde estava a sua força quando precisava dela? Abanou a cabeça. Realmente nos últimos dias tinha-se sentindo sem forças. Completamente abandonado. Embora estivesse rodeado de amigos que lhe davam muita força e puxassem por si. Ele andara fechado no seu próprio mundo (o que não era novidade!). Mas estava ainda pior, completamente ausente da terra.

Tod’amor desde mundo

Perdido num segundo

Todo o riso transformado

Num olhar apagado.

Toda a fúria de viver

Afastada do meu ser

Até que um dia acordei

Vi que estava a perder.

Realmente. Desde quando é que se deixara abater daquela maneira? Não estava mais que na hora de reagir. Acordar, como dizia a musica. Ver o que estava a perder. Talvez não pudesse ter Naruto do seu lado, mas isso não era o fim do mundo. Não era o fim de nada mesmo. Aliás talvez fosse apenas o início de alguma coisa.

Toda a força que cresceu

Na vida que Deus me deu

Dá vontade de gritar bem alto:

O meu amor morreu.

Todo o mundo há-de ouvir,

Todo o mundo há-de sentir,

Tenho a força de mil homens

Para o que há-de vir.

Acabou o bolo e o leite. Estava na hora. Chegara o momento de sair para a rua e admirar o que estava ao seu redor. Deixar a sua mágoa interior de uma vez. Libertar-se dos sentimentos que o magoavam e dar um passo em frente. Saiu de dentro do café inspirando o ambiente e o ar puro do parque. A luz do Sol conseguira passar por entre as árvores e iluminava o parque. Despertando os animais e aquecendo Sasuke. O dia estava a soar de maneira diferente agora.

Flashback momentâneo,

Prazer momentâneo,

Penso em ti até que

Bato duro no meu crânio.

Toda a dor, toda a raiva,

Todo o ciúme, toda a luta,

Toda a mágoa, e pesar,

Toda a lágrima, enxuta.


Foi até a um banco por entre a vegetação onde os raios tímidos do sol já batiam. Sentou-se. Sentia-se diferente. Como se tivesse encerrado um capitulo. Achava que estava a dar o primeiro passo para esquecer Naruto. Pelo menos para esquecer aquele sentimento que o corroía por dentro e o deixara tantas noites sem dormir. 

- Sasuke-kun! – Chamou uma voz que ele reconheceu como sendo a de Sai, não precisou sequer de elevar os olhos do chão para ver o seu ex-rival, pois agora já não era mais uma vez que Naruto finalmente se explicara. O que estava ele a fazer ali? – Posso sentar-me?

Ele viera acabar com a sua serenidade encontrada.

Liano como posso,

Não posso encher a cabeça

Não há dinheiro, nem vontade

Ou amor que o mereça.

Não vou pensar de novo,

Vou-me pôr novo,

Neste dia novo,

Estreia um coração novo.

- É como tu quiseres! – Respondeu o novamente mal-humorado Uchiha.

- Isso quer dizer que me posso sentar, não é?

- Isso quer dizer que isso é como quiseres, que o banco é público e que se te quiseres sentar, podes fazer isso!

Sai soltou um sorriso sem som e sentou-se ao lado de Sasuke. Entre os dois ficou um silêncio arrebatador, com o Uchiha de olhos no chão, tentado compreender a sua situação.

- Naru-chan, contou-te tudo não é?

- Lá por estares sentado aqui ao lado isso não quer dizer que tenhamos que falar. Eu não quero falar contigo. – Resmungou Sasuke. – E não há nenhum Naru-chan, mas sim um Naruto-kun!

- Falar. Não é isso que as pessoas quando estão sentadas num banco, lado a lado, fazem?

- Não Sai, nem sempre fazem isso. – Estava a ficar impaciente, se calhar era melhor ir para casa. Ele tinha acabado de fechar um capítulo. Tinha as suas emoções um pouco a mil. Era a melhor opção de momento. Por isso, suspirando, levantou-se do banco para ir embora. Mas antes que tivesse tempo para dar o primeiro passo Sai agarrou-lhe no braço.

Visto-me de branco

Bem alegre no meu luto.

Saiu para a rua,

Mais contente que um puto.

Acredita que custou

Mas finalmente passou

No final do dia

Foi só isso que restou.

- Sasuke-kun! Não queres saber porque estava eu sempre a meter-me no meio de vocês os dois?

- Solta-me! – Ordenou Sasuke ficando ainda mais mal disposto e dando um safanão na mão de Sai, mas sem resultado, o outro moreno não o largou.

- Naruto falou comigo, dizendo que estava cansado das tuas declarações amorosas, mas que não sabia como dizer-te que parasses. Ele não te queria magoar. Eu gosto muito de Naruto e pensei em ajudá-lo. Voluntariei-me para o fazer. Assim cada vez que tu aparecias, eu aparecia também. Pensei que ao fim de algum tempo desistisses, mas não foi o caso.

Respiro fundo,

E lembro-me da força

Que guardo dentro do meu corpo

Espero que ela ouça. (bis 4x)


- Como é que aparecias cada vez que eu aparecia?

- Muito simples. Foi-me incumbido vigiar-te.

- Como é que eu não percebi?

- Eu sou um Anbu, altamente especializado, eu sei apagar os meus rastos. – Puxou Sasuke fazendo-o sentar-se novamente. Sasuke olhou-o de olhos arregalados. Que se passava ali?

Tod’amor desde mundo

Perdido num segundo

Todo o riso transformado

Num olhar apagado.

Toda a fúria de viver

Afastada do meu ser

Até que um dia acordei

Vi que estava a perder.


Sai estava demasiado próximo. Demasiado próximo. Os seus narizes estavam praticamente a tocar-se. Os olhos negros miravam-se uns aos outros. Sem saber muito bem porquê Sasuke sentiu o seu coração disparar, começando aos saltos dentro do peito, e fazendo todo o seu corpo tremer.

- Sasuke, eu gostei de tudo o que vi, desde que chegaste aqui. – Declarou Sai, agarrando o pescoço de Sasuke e puxando a sua cabeça para si, tomando-lhe os lábios.

Quatro meses antes, quando Sasuke voltara para Konoha, Sai, o jovem Anbu foi encarregue de o vigiar. Naquela altura era apenas um trabalho, afinal Sasuke podia ser uma ameaça para Konoha. Sai nunca iria imaginar que ia ficar completamente desejoso pelo Uchiha. Ele não sabia porquê, talvez por terem traços parecidos. Mas a verdade é que vigiar o Uchiha lhe dava muito prazer. A beleza dele era exótica. A determinação invejável, tinha tanta ou mais que Naruto. E esse era o problema: Sasuke amava Naruto. Quando Naruto viera desabar consigo, ele arranjara a maneira de fazer alguma coisa por Sasuke. E agora chegara a vez dele avançar.

O Uchiha estava em choque, a principio. Mas depois sentiu uma língua entrar na sua boca já entreaberta preparada para o contacto. Foi percorrido por uma sensação de leveza. Já não sabia onde estava. Era como se tivesse tomado algum tipo de droga. Estava completamente a leste da Terra. Mas então o contacto parou… as respirações estavam aceleradas…

Toda a força que cresceu

Na vida que Deus me deu

Dá vontade de gritar bem alto:

O meu amor morreu.

Todo o mundo há-de ouvir,

Todo o mundo há-de sentir,

Tenho a força de mil homens

Para o que há-de vir.


- O que foi isto Sai? – Exigiu saber Sasuke, reparando que as suas mãos tinham subido e estavam pousadas sobre o peito de Sai.

- É o que eu desejo Sasuke. – Sussurrou-lhe Sai ao ouvido, tendo ainda mais ousadia e envolvendo a cintura do Uchiha com os seus braços, aproximando-os mais.

- Eu não sou Uke. – Disse Sasuke, aquilo tinha saído da sua boca sem que tivesse tempo de pensar, talvez por Sai o estar a agarrar como um rapariguinha e ele não ter gostado nem um bocadinho desse enlace. 

Sai sorriu.

- Mas hoje serás. – Sentenciou Sai. Levantou-se do banco e puxou Sasuke. Iam sair daquele parque e fazer coisas que lhe tirasse a grande tesão que já lhe estava marcada nas calças.

- OYE! SAI! – Gritou Sasuke. – Que pensas que estás a fazer? – Perguntou enquanto era arrastado pelo parque fora.

- Sasuke-kun! Deixa-te levar.

Sasuke estava quente. Sentia a sua respiração acelerada. O coração aos saltos. Para já não falar que o seu membro, com tão pouco contacto e estava quase completamente duro. Não estava a ter controlo sobre a situação, portanto não podia fazer nada senão deixar-se levar. Então reparou. Com Sai deixava de pensar em Naruto.

Vai haver um outro alguém,

Que me ame e trate bem.

Vai haver um outro alguém,

Que em ouça também.

Vai haver um outro alguém,

Que faça valer a pena.

Vai haver um outro alguém,

Que me cante este poema.

(Banda: Da Weasel Musica: Força)

No dia seguinte Sasuke já seria capaz de dizer “Olá Naruto”. Afinal eles eram amigos. Tinham rumos diferentes, mas estariam sempre ali, um para apoiar o outro. Amigos e irmãos. Nada mais que isso. E diga-se de passagem, não havia amor mais perfeito que esse. Pois o amor fraternal durava para sempre. Afinal não tinha perdido nada. Tinha ganho muitas coisas, incluindo uns dias de dores no traseiro…

Fim


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Notas finais do capítulo

ALÔ pessoal!
Esta é a primeira fic que escrevi que não tem Naruto e Sasuke como par romântico. O que é que acharam?
SaiSasu é algo que cada vez mais entra no meu coração, acham que deva fazer mais fics sobre ele?

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Kissys kidos aqueles que passem por aqui



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