Acima do Dever escrita por Flavia Souza


Capítulo 8
Capítulo 8


Notas iniciais do capítulo

Acho que nem adianta pedir desculpa por sumir. mas fazer o que desculpe-me meninas. amo todas vocês.
Ai vou eu adcionar o capitulo e acabo deletando a fic aff. Mas ja tudo de volta rsrs
Queria agradecer a todas que indicaram minha fic.
To super mega, Power feliz e a vocês que dedico esse capitulo.
Quem quiser bater um papo depois meu msn.
flaviapeixoto24@hotmail.com

Agora as quem dedico esse capitulo:

thplacebo
GrazzyMoraiis
FloorTwi
catiaeu
pamicamargo

Obrigada meninas e como deletei sem querer por favor me indiquem de novo. bjsss



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"O jogo da conquista tem muitos truques e só um desafio: vencer o medo de demonstrar amor."

Ela devia saber que ele não jogaria limpo. Preparara-se para não cair na armadilha, mas não era fácil raciocinar com clareza na companhia de um homem como Edward... Principalmente quando ele estava determinado a ser romântico. Principalmente sendo ele um homem por quem já es­tava meio apaixonada.

E ele se esforçara para terem o "encontro".

Uma noite estrelada, com o luar iluminando a superfície do ocea­no. Um vento suave agitava a areia e os cabelos dele, sedutor em suéter de gola olímpica. Enquanto Edward se servia de mais champa­nhe, ela admirou a pequena enseada e admitiu que ele escolhera bem o local.

Aquela era a praia deles. O lugar no qual ele lhe salvara a vida, dezoito meses antes. Onde tudo começara.

Em poucos meses, a praia seria invadida, mesmo à noite, por bandos de adolescentes. Mas, no começo da estação, ainda estava deserta. A enseada encerrava-se por três paredes rochosas e lá no alto, engastado no penhasco, havia um restaurante cinco estrelas. As notas suaves da música de piano chegavam até eles e pareciam se fundir ao som da maré.

                 

--- Mais champanhe?     Indagou Edward, interrompendo a divaga­ção e trazendo-a de volta ao presente.

--- Claro.   Respondeu ela, embora sua voz interior pedisse cau­tela. Ele já tinha tudo a favor ali. O cenário romântico. A toalha estendida na areia, velas protegidas do vento, champanhe gelado e uma bandeja de guloseimas preparadas em bufe. O luar fazia brilhar seus olhos azuis, Bella sentiu o corpo despertar. Sabia que estava numa grande encrenca.

Precisava se manter alerta. Edward usaria todas as armas contra ela naquela noite. Se não tomasse cuidado, logo se veria capturada e pilhada... o que não parecia tão ruim, afinal.

Oh, céus.

Ergueu a taça e tomou um gole da bebida, sentindo as bolhas geladas deslizarem pela garganta. Quando teve certeza de que a voz não sairia falha, manifestou-se:

--- Você realmente teve muito trabalho esta noite, Edward.

--- Não foi trabalho nenhum.   Assegurou ele, servindo-se de mais champanhe.

Ela riu e meneou a cabeça.

--- Você preparou tudo isso, arranjou até sentinela.     Ela não olhara bem para o homem que Edward dispensara quando chegaram ali, mas o homem tinha postura de fuzileiro naval.

--- Aquele era Seth.     Informou ele, bebendo mais um gole.  --- Seth Atenna. Ele faz parte da minha equipe.

Ah, um assunto seguro, alegrou-se Bella, aproveitando.

--- Fale-me sobre eles.   Pediu.   --- Sobre a sua equipe.

Edward a fitou por algum tempo, e Bella sabia que ele deduzia sua verdadeira intenção. Mesmo adivinhando sua apreensão, pareceu não se importar e começou a contar.

--- São três. Seth, Jasper e Emmert. Estamos juntos há muito tempo. Tempo bastante para cada um saber no que o outro está pensando.

--- São bons amigos.   Concluiu, julgando mais pelo tom do que pelas palavras.

--- Os melhores.   Concordou ele, sorrindo   --- Mas não só. Seth é o centrado, Jasper o esperto e tem sempre a coisa certa a dizer, e bom Emmert é alegria da turma, mas sem nunca se descuida de suas funções. Somos uma família.

Família. Ele pronunciara a palavra como se fosse sagrada, e Bella imaginou o quanto lhe significava. Edward nunca falara muito sobre sua infância, mas contara o bastante para ela imaginar que não fora fácil. Sabia que ele fora criado num orfanato antes de ser entregue a um lar adotivo, já adolescente. Mas, àquela altura, era tarde demais para ele criar laços com pessoas estranhas.

Aos dezesseis anos, Edward já era independente. Bella não tinha dificuldade em imaginá-lo, alto, bonito, com um olhar triste e um jeito isolado, evitando todos a seu redor.

A descrição continuava valendo para o homem adulto. Acres­centando-se a nova atitude com relação a ela. E a Emily.

Bella perturbou-se à percepção. Considerava a família muito importante, crescera nos braços carinhosos de quatro irmãos super protetores. Os pais morreram num acidente de automóvel cinco anos antes, mas os irmãos permaneceram unidos. Se família significava tanto para ela, como seria para um homem que nunca tivera nenhuma?

--- Já vivemos situações muito perigosas.    Detalhou Edward, e Bella forçou-se a prestar atenção, mantendo os pensamentos longe de caminhos perigosos.    ― Mas cada um de nós sabe que pode contar com o outro em sua retaguarda.

--- Conte mais.     Pediu ela, desejando que ele continuasse fa­lando, adorando ouvir sua voz e sabendo que, quanto mais ele fa­lasse sobre o trabalho, menos tocariam em assuntos para os quais não estava preparada. --- Como é uma missão típica?

Edward riu.

--- Não existe uma missão típica. Cada uma é sempre diferente da outra.  Olhou a distância.    --- E não posso realmente falar sobre isso, aliás.

--- Não pode ou não quer?

--- Ambos, acho.     Respondeu ele, tentando ser o mais honesto possível.   --- Acho que não falaria, nem que pudesse. Mas a maior parte do que fazemos é segredo. Conhece a velha piada: "Eu poderia lhe contar, mas, então, teria de matá-la".

Engraçado.    Bella degustou mais champanhe.

--- Não é um trabalho fácil.   Continuou ele.  --- Mas é impor­tante. E eu sou bom nisso.

--- Acredito.  Murmurou ela, fascinada. Mesmo relaxado, ele parecia alerta, como se estivesse condicionado a entrar em ação a qualquer instante. Conseguia imaginá-lo infiltrando-se em área pe­rigosa, e sabia que, se um dia precisasse de ajuda, se precisasse de resgate, iria querer um homem como Edward Cullen no comando.

--- Mas não quero conversar sobre trabalho esta noite.   Decla­rou ele.   --- Fale você um pouco.

--- Sobre o quê?     Ela não imaginava o que dizer. Nada de aventuras, ela levava uma vida comum.

--- Sobre você. Emily. Seus irmãos.     Ela riu ante o tom desgostoso.

--- Acredite ou não, eles são ótimos, tratando-se de irmãos. Sem­pre fomos apegados, mas, desde que nossos pais faleceram, há al­guns anos, ficamos ainda mais unidos. Exceto naquelas ocasiões em que tenho de me impor e lembrá-los de que sou adulta e posso cuidar de mim mesma.

Edward sorriu.

--- É bom, apesar de tudo, tê-los lá.   Prosseguia Bella. --- Ter alguém com quem contar.    Explicou, pensativa.   --- Minha mãe sempre dizia: "A família vem em primeiro lugar", e tinha razão. Chovendo ou fazendo sol, apesar de me irritarem ao extremo... sempre estavam lá quando precisei. Assim como estou presente para eles. E isso é um bem precioso.

--- Sim .   Concordou ele, a voz ainda mais tensa. --- É.

Havia algo mais. Algo além de querer ouvi-la falar sobre a fa­mília. Ela só não sabia exatamente o quê. Assim, tentando descon­trair o momento, provocou.

--- Meu caro, deve estar desesperado para que eu converse... se está até querendo falar sobre eles.

Edward forçou um sorriso e deu de ombros.

--- Não começamos propriamente bem, seus irmãos e eu. Mas entendo como eles pensam.

--- Entende mesmo?

--- Pode apostar.    Edward mudou de posição e apoiou o braço no joelho erguido.   --- Se algum palhaço viesse se engraçar com Emily, deixando-a sozinha e grávida... eu o caçaria até encontrá-lo.

Bella sabia que falava a sério. Embora parte dela sentisse orgu­lho por ele falar de forma tão protetora em relação a Emily, outra parte... a de seu coração independente... tinha de se manifestar.

--- Edward, você não me deixou sozinha e grávida.

--- Sim, deixei.

--- Nenhum de nós sabia, quando você partiu.

--- Isso não muda os fatos, não é?    Ele esvaziou a taça de champanhe, pousou-a na toalha e levantou-se. Com as pernas afas­tadas e os braços cruzados, ficou algum tempo fitando o oceano, mais especificamente a faixa prateada, reflexo do luar, que se es­tendia ao infinito.

Bella também deixou a bebida e se levantou para ficar junto dele. Pousando as mãos aos braços musculosos, aguardou que ele baixasse o olhar.

Sob a fraca iluminação do luar, ela viu os olhos azuis obscure­cerem-se, mas não sabia se exprimiam dor ou raiva. Quis apenas confortá-lo.

--- Você não sabia.   Repetiu, enfática.

Ele remexeu o maxilar, e ela quase ouvia os dentes rangendo.

--- Como eu disse, isso não muda os fatos, muda?

--- E eu não estava sozinha.   Completou ela. --- Pensei que não tivesse de lembrá-lo disso. Os rapazes não passaram lá em casa durante toda a semana, enquanto esteve tomando conta de Emily?

Sim, os irmãos Swan fizeram questão de inspecionar o trabalho de Edward. Nem um dia se passara sem que um dos irmãos passasse na casa, no horário em que Bella estava lecionando. Embora a semana tivesse começado mal, na sexta-feira, até Jacob já o tratava melhor.

E Bella não tinha certeza do que era melhor... eles gostarem ou não de Edward. De qualquer forma, os irmãos tinham muito a dizer sobre ele.

--- Não, você não estava sozinha.      Admitiu ele, e descruzou os braços para acolhê-la.   --- Mas eu não estava lá. E devia ter estado.

Ela se desanimou. Quem era cabeça-dura naquela história?

--- Vai se lamentar por isso nos próximos vinte ou trinta anos?

--- O que espera?

--- Espero que supere o fato. Emily está aqui. Minha gravidez já acabou faz tempo e todo mundo está bem.

Edward tomou-lhe o rosto.

--- Sim, e há mais um detalhe.

Ela suspirou e os cachinhos na testa dançaram.

--- O quê?

--- Eu perdi a sua gravidez.

Bella riu. Francamente, achava bom que ele não a tivesse visto imensa. Chamassem de vaidade, mas sabia que ficara parecida com uma baleia no final.

--- Não perdeu muita coisa.      Assegurou.    --- Lembra-se da ima­gem de "bola de praia" que lhe descrevi?

--- Sim.    Respondeu ele.    --- Eu me lembro. E aposto que ficou linda.

Ela riu mais e tentou recuar, mas ele a segurou junto de si, envolvendo-a pela cintura.

--- Linda.   Repetiu ele. --- Estava grávida do meu bebê. Como poderia achá-la menos do que linda?

Oh, céus, duas vezes.

Bella sentia o corpo se derreter. A qualquer instante, formaria uma poça aos pés dele.

Edward fitou os olhos verdes e, apesar da fraca iluminação, vislum­brou o futuro. Quando Bella sorria, ele sentia o coração mais leve. Ela franzia o cenho, e seu corpo todo ficava alerta.

Edward ouviu-a falar sobre os irmãos, sobre a forte ligação entre eles, e emocionou-se com o amor no tom de voz. Vira Bella com os irmãos, com Emily, e ansiava por ser incluído naquele lar e receber de uma família. Ainda mais do que na adolescência, quando ficava de lado, só observando.

Na época, era apenas um sentimento de querer pertencer... a qualquer lugar. Agora, queria pertencer a Bella. Queria fazer parte de seu coração terno e generoso.

Não se tratava apenas de Emily.

Estava apaixonado. Pela primeira e última vez na vida. E queria tudo. Desesperadamente.

--- Eu te amo.     Declarou, saboreando o gosto das palavras na língua. Nunca dissera aquilo antes. Nunca pensara estar em posi­ção de dizê-las. Nunca pensara que quereria dizê-las.

Mas agora só desejava repetir seu amor por ela pelo resto de suas vidas.

--- Edward, não...

--- Não o quê?   Ele a apertou com mais força nos braços. --- Não quer que eu diga como me sinto? Não quer que eu a peça em casamento?

--- Não se trata de amor, Edward.    Bella levou as duas mãos ao tórax, tentando se afastar dele.

Mas Edward não a soltou. Não podia deixá-la escapar.

--- Sobre o que é, então?

--- Emily. É sobre a nossa filha e sua noção do que é a atitude honrada a tomar.

--- Talvez tenha começado assim.    Admitiu ele. Na verdade, começara daquela forma. Entendera qual era seu dever, assim que descobriu que produzira uma criança. Mas agora era muito mais.

Aquilo era tudo.

--- Talvez?

--- Está bem, não talvez. Mas a situação é diferente agora.

--- Diferente como?    Indagou ela, e desta vez conseguiu des­vencilhar-se dele. Tropeçou na areia e estendeu os braços para recuperar o equilíbrio. --- Não acha mais que tem um dever para conosco?

--- Claro que tenho, mas isso não é tudo. Ela suspirou e afastou os cabelos do rosto.

--- Sim, é.    Meneou a cabeça e sorriu. --- Não preciso que tome conta de mim. Posso fazer isso sozinha.

--- Eu sei.  

Afirmou Edward e falava a sério. Raios, amava-a jus­tamente por isso. Seu espírito independente. Bella era o tipo de mulher que faria o que precisava ser feito, não daquelas que ficava esperando alguém aparecer para ajudar. Em resumo... seria a es­posa perfeita de um fuzileiro naval.

--- Admiro isso em você.

--- Obrigada.   Ela ergueu o queixo.    --- Trabalhei muito por isso. Tenho quatro irmãos que passaram a maior parte da minha vida tentando me dizer o que fazer, como fazer e quando fazer.

--- Eu não sou como eles.

--- É homem, não é?

--- Pode apostar que sim.    Rebateu Edward, veemente. --- Mas tam­bém sou fuzileiro naval. Acha que gostaria de uma esposa incapaz de se virar sozinha? Um fuzileiro precisa de uma mulher forte, que suporte as provações. Capaz de tomar decisões, pagar as contas e cuidar de desastres menores sozinha.

Respirou fundo para se acalmar. Não adiantava nada gritar.

--- Raios, sei de esposas de fuzileiros que providenciam mudanças pelo país todo e até inter­nacionais sozinhas. Confie em mim, querida. Sua independência é tão importante para mim quanto é para você.

--- Duvido.   Disparou ela. --- Tive de lutar muito por essa inde­pendência. Agora, você pode dizer isso e...

--- E?

--- Depois mudar. Não vou abrir mão do que conquistei só porque você acha que tem um dever para comigo.

--- Dever?    Repetiu Edward, magoado. --- É isso o que acha? Que se trata de dever?   Ora só, pensou ele, a primeira vez que admitia que amava alguém, a mulher não acreditava. Em algum lugar, alguém devia estar dando uma boa gargalhada.    --- Se fosse só cum­prir meu dever, bastaria assinar um cheque para prover a você e ao bebê.

--- Eu não quero o seu dinheiro!

--- Eu sei.    Ele ergueu as mãos e então as soltou novamente, frustrado.

--- Ótimo. Estou contente por isso esteja acertado.

--- Oh, não está acertado.    Contrariou Edward, meneando a cabeça.

Aproximou-se e segurou-a pelos braços, firme, mas gentil. Bella teve de erguer o rosto para encará-lo, e Edward contemplou as feições amadas antes de afirmar.

--- O que sinto não tem nada a ver com dever, Bella.

Sem aviso, inclinou a cabeça e beijou-a. Saboreou-a como se nun­ca fosse obter o bastante. Aprofundou o beijo, envolvendo-os em algo raro e poderoso.

Finalmente, Edward ergueu a cabeça.

--- E então, Bella, foi "dever" o que sentiu agora?


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Notas finais do capítulo

Bom é isso.
fic repostada. tudo nos eixos na quinta tem capitulo novo pra compensar. prometo. deixe reweus nem que seja pra me xingar.



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