Voldemorts Daughter escrita por NatyAiya


Capítulo 69
Capítulo 69 - A Alta Inquisidora de Hogwarts


Notas iniciais do capítulo

Aos leitores que esperavam ansiosamente por um novo capítulo, eu sinto muito pela demora. Depois de anos sem postar nada, eu finalmente voltei, eu acho.
Tive muitos problemas na família, problemas pessoais e problemas de saúde, mas eu nunca pensei em abandonar essa fic.
Eu posso demorar para postar novos capítulos, mas eu prometo que vou terminar de escrever essa fic até o fim.
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/110329/chapter/69

Capítulo 69 - A Alta Inquisidora de Hogwarts

POV Katherine

Harry parecia fugir de mim durante toda a semana, ele não me procurava e quando eu ia atrás dele, ele conseguia dar uma desculpa e fugia rapidamente. Algo me dizia que ele estava fugindo de mim por causa da detenção com a Umbridge, mas eu não tinha certeza já que mesmo perguntando para os fundadores, eles não me respondiam e tentavam me enrolar e logo trocavam de assunto.

O assunto ‘Umbridge’ conseguia me assombrar de várias outras formas. Severo vinha me alertando para tomar cuidado e controlar as minhas palavras e os meus atos nas aulas dela, e ele tinha dito que Umbridge dizia que as minhas atitudes não eram adequadas para uma monitora. As aulas da sapa velha, também me deixavam extremamente irritada. Nunca um professor de DCAT quis que nós estudássemos a matéria apenas lendo os livros e copiando textos do quadro negro.

Mas além da sapa velha, eu tinha outras coisas para pensar.

Tinha falado com meu pai sobre as mudanças em Hogwarts, sobre a invasão do Ministério da Magia na escola, e ele ficou estranhamente satisfeito quando ouviu para depois quase explodir em fúria. Demorei um pouco para compreender sua reação estranha. Ele estava satisfeito por Dumbledore estar estranhamente encurralado até mesmo dentro do castelo, mas estava completamente irritado por causa da intromissão do Ministério da Magia dentro de Hogwarts. Eu sabia que ele tinha se sentido em casa durante os sete anos em Hogwarts e sabia que ele amava a escola tanto quanto eu, por isso compreendi, no final de tudo, sua irritação com a interferência do Ministério.

Na noite de sexta-feira, eu tinha conseguido conversar com as meninas e agora elas sabiam em que problema eu tinha me metido. Fiquei surpresa quando Alexia não começou a gritar comigo por causa das minhas decisões precipitadas, mas decidiu me apoiar.

— Katherine, como filha de um seguidor de seu pai, você não acha que eu terei que me juntar aos comensais quando terminar Hogwarts? - ela perguntou.

— Provavelmente. - respondi.

— E… E se eu entrar para os comensais antes disso?

— Do que está falando, Alexia?

— Sobre… “me alistar” para os comensais e responder apenas à você. Não ao seu pai. - ela respondeu tentando explicar sua ideia. - Você mesma disse durante as férias, Katherine, que seu pai estava pensando em criar um grupo de comensais que responderiam apenas à você. - ela falou, e eu comecei a me arrepender de ter contado isso para ela.

— É verdade, Kate? - Melanie perguntou.

— Acha que ele permitiria que… - Alexia começou.

— Alexia, você faz ideia do que está falando? - perguntei interrompendo-a. - Se juntar aos comensais da morte pode mudar a sua vida. Você vai ser obrigada a usar magia negra, provavelmente as maldições imperdoáveis, e terá que fazer coisas que você nunca pensaria em fazer.

— Eu sei.

— Katherine, nós conversamos durante esses dias e tomamos a nossa decisão. - Bianca falou por todas elas.

— O que vocês estão tramando? - perguntei, percebendo tarde demais a decisão que elas tinham tomado. Percebendo tarde demais que elas tinham decidido algo e que não voltariam atrás nisso. - O que vocês fizeram?

— Vamos seguir você, Katherine. Mesmo depois do final de Hogwarts. - Rachel falou e todas assentiram, mostrando que a decisão era séria e que nenhuma delas mudariam de ideia.

— Vocês não vão fazer isso!

— Por que não? - Alexia perguntou.

— Porque não é seguro. - eu sabia que estava agindo de uma forma muito chata, mas eu não queria colocar nenhuma delas em perigo.

— Não vamos mudar de ideia. - todas bateram os pés. - Não podemos mudar de ideia agora.

— O que vocês fizeram? - perguntei novamente percebendo que elas tinham ido muito além de apenas conversarem entre si e tomarem uma decisão absurda.

— Eu escrevi para o Lorde das Trevas. - Alexia respondeu.

— VOCÊ FEZ O QUÊ?! - nem me lembrei de controlar o tom de minha voz. O horror era tão grande que eu precisei me sentar para não cair.

— Não diretamente para o Lorde das Trevas, para a sua mãe, para que ela pudesse falar com o Lorde das Trevas. - Alexia tentou explicar.

— Alexia Nott, por favor, me diga que você não fez isso? - pedi pausadamente. - Me diga que você não colocou o nome das outras garotas nessa carta.

— Coloquei. - ela falou encolhendo-se diante de meu olhar.

— Alexia! - exclamei. - Você sabe o que…

— Katherine, nós pedimos para que ela fizesse isso. - Lexi me interrompeu, mas se encolheu quando meus olhos se viraram para ela. - Nós queremos ficar ao seu lado, e achamos que pedindo para nos unirmos aos comensais da morte, seria um pouco mais fácil do que ser questionada mais tarde quando tentarmos falar com você.

— Meninas… - mas antes que eu continuasse a falar, senti a pontada conhecida em meu escudo mental.

— Katherine, Luna falou comigo sobre as suas amigas quererem se unir aos comensais e responderem apenas à você. - havia um certo sarcasmo e orgulho em sua voz ao falar sobre as meninas.

Fechei os olhos completamente derrotada. A loucura já estava completa e eu não poderia fazer mais nada.

— Sim. - respondi sendo obrigada a aceitar isso.

— Acha que elas são qualificadas?

— Elas são leais. - respondi sabendo que isso não respondia muita coisa. - Elas não possuem experiência com as Artes das Trevas, mas sei que aprenderão logo.

— Se você acha que elas podem servir à você… - ele estava deixando a decisão final para mim, mas tinha aceitado elas como minhas “servas”.

— Obrigada. - respondi. - Avisarei elas.

— Boa noite, querida. - ele falou antes de se distanciar de minha mente.

Mantive meus olhos fechados por alguns minutos antes de abri-los, finalmente, e encará-las.

— Katherine? - Júlia me chamou com medo. - O que houve?

Elas não tinham percebido que eu falava com meu pai, e não com os fundadores.

— Falava com meu pai. - falei para elas.

— E…? - Alexia perguntou surpresa e temerosa agora.

Eu sabia que a resposta estava nas minhas mãos. Sabia que podia muito bem dispensá-las como minhas seguidoras, mas uma grande parte de mim as queria por perto mesmo depois do final de Hogwarts, só que isso significava colocá-las em perigo.

— Sejam bem-vindas aos comensais da morte. - falei por fim, sabendo que talvez mais tarde, bem mais tarde eu poderia me arrepender dessa decisão.

— É sério? - Rachel perguntou surpresa.

Assenti confirmando.

— E… o que nós precisamos fazer agora? - Júlia perguntou demonstrando entusiasmo.

— Sejam apenas vocês mesmas. - respondi. - Mas quando estivermos de férias e depois que terminarmos Hogwarts, e vocês estiverem comigo e com algum seguidor de meu pai por perto… Bom, Alexia tem mais experiência com isso. Ela pode explicar para vocês. - falei olhando o relógio. - Tenho que ir para a monitoria agora. - anunciei.

— Tudo bem. - elas concordaram.

— Vou ficar no meu dormitório no sétimo andar, hoje. - avisei.

— Por quê?

— Vou tentar interceptar Harry antes que ele volte para o Salão Comunal da Grifinória depois da detenção com a Umbridge.

— Ah… Boa sorte, então. - elas me desejaram antes que eu saísse do dormitório.

Eu gostaria de dizer que tive sucesso em pegar Harry antes que ele voltasse para o Salão Comunal, mas a verdade é que não consegui. Ele ainda conseguia fugir de mim.

Fui para meu dormitório no sétimo andar quando o meu turno terminou, e assim que entrei pude apreciar o silêncio. Estava acostumada com as meninas conversando, ainda acordadas, quando eu voltava da ronda, mas tinha adorado ano passado, quando voltava e todas elas estavam dormindo. O silêncio podia ser deprimente, mas naquele momento me ajudou a pensar um pouco.

Organizei lentamente meus pensamentos sobre a longa semana que tinha tido e depois analisei a conversa que tinha tido algumas horas atrás com as meninas antes de retirar a memória e jogá-la dentro da minha penseira. Já fazia um bom tempo que eu não a usava e achei melhor retirar algumas outras memórias de minha mente para facilitar um pouco as coisas quando precisasse esconder parte dos meus pensamentos e memórias de meu pai em um caso de emergência.

Já era bem tarde quando terminei o serviço e finalmente entrei debaixo das cobertas de minha cama.

Os sonhos vieram rápidos naquela noite. Dessa vez, eu me encontrava sozinha na sala de reuniões dos fundadores mas logo uma mulher apareceu diante de mim.

— Oi, Katherine. - Valentine me cumprimentou.

— Valentine. - inclinei a cabeça para ela. - Há quanto tempo.

— É mesmo. - ela concordou. - Desculpa pela demora para voltar a falar com você, mas você estava bem ocupada. Na verdade ainda está, não é mesmo? - sorri concordando. - Eu vim mostrar o que não terminamos de ver na última vez.

— A vida de meu pai no castelo? - perguntei.

— Exatamente. - ela respondeu. - Vou mostrar primeiro a visita que ele recebeu de Dumbledore antes de entrarmos na vida escolar de seu pai. - ela falou e logo a sala girava, tornando-se o velho quarto do orfanato em que meu pai morou durante toda a infância e passou os verões de sua juventude.

Observei o Dumbledore de quase cinquenta anos atrás apresentando-se ao meu pai e explicando sobre a escola onde lecionava, para depois contar a ele que era um bruxo. Eu imaginava que ele, meu pai, já tivesse percebido isso mas ele não tinha. Parecia se gabar por poder causar dor nas pessoas que desejava, mas não tinha consciência do que ele era até que Dumbledore falasse para ele.

Depois observei a primeira ida dele ao Beco Diagonal, depois o embarque na Plataforma 9 ¾ e por último a primeira vez que ele entrava no castelo de Hogwarts.

— Ele parece fascinado. - eu comentei com Valentine.

— Ele estava. - ela respondeu.

Observei de perto os sete anos de estudos de meu pai, observei ele tornando-se cada vez um pouco mais maligno, mais manipulador, e também conheci minha mãe. Também pude observar os sete anos de estudos dela e pude rever Anna, minha tia falecida.

— Ele amou ela? - perguntei para Valentine enquanto observávamos os dois juntos na sombra do carvalho perto do lago.

— Amor, de verdade, talvez não. - Valentine respondeu. - Mas eu acho que ele sentiu uma verdadeira atração pela sua mãe. Ela era bonita, inteligente e desafiava ele de uma forma que mais ninguém fazia, como você pode ver.

Concordei me lembrando de algumas cenas atrás, quando os dois estavam no terceiro ano, a primeira vez que Tom Riddle beijou Luna Liwener. Parecia ser um desafio, parecia que Luna era um enigma para ele, e eu conhecia bem meu pai para saber que ele não gostava de enigmas que não podia decifrar.

Por fim, observei os dois se formando e meu pai já era chamado pelo nome de Voldemort por muitos de seus amigos, que mais tarde viriam a se tornar seus seguidores, seus fiéis Comensais da Morte.

O lugar girou e eu estava de volta à sala de reuniões dos fundadores.

— Vai me mostrar uma continuação? - perguntei.

— Não. - ela respondeu. - Você já sabe o que acontece a partir daqui, Katherine, você já viu o que acontece depois que ele se formou até que ele decidiu matar os Potter.

— É verdade. - concordei me lembrando quando eu praticamente revirei a mente de meu pai quando estava no segundo ano. Eu tinha descoberto coisas que nunca deveria saber, coisas que uma garota de treze anos, principalmente, não deveria ficar sabendo através da mente do pai. - Isso quer dizer que não vamos mais nos ver? - não gostava da ideia de não poder ver mais Valentine.

— Não sei, Katherine. - ela respondeu. - Você pode não precisar mais de mim, mas se precisar… Bom, acho melhor só o tempo passar para descobrirmos a resposta, o que acha?

— Acho que essa é a melhor solução. - concordei com ela.

— Acho melhor deixar você dormir por pelo menos algumas horas, ou não vai conseguir ficar acordada. - ela sorriu olhando para cima, como se pudesse ver o céu. - Tenha bons sonhos, Katherine. - e com isso ela sumiu me deixando sozinha.

Não voltei a ter qualquer outro sonho naquela noite.

 

Eu só fui encontrar Harry quase no final da tarde de domingo. Ele, na verdade, veio atrás de mim.

— Oi. - ele falou timidamente.

— Oi. - respondi. - Quer entrar? - o convidei, já que ele estava na frente do quadro do meu dormitório particular, no sétimo andar.

— Posso? - perguntou. - Quer dizer, você não está brava comigo?

— Por que estaria? - questionei mesmo estando um pouco irritada com ele.

— Porque eu estou fugindo de você há mais de cinco dias. - ele respondeu entrando depois de mim e sentando em uma poltrona em frente à lareira.

— Eu diria que estou mais preocupada do que brava, Harry. - falei me sentando no sofá, de frente para ele. - Como foram as detenções com a Umbridge?

— Hã… Melhores do que eu imaginei. - ele respondeu e apertou a mão direita com a esquerda.

— O que aconteceu com a sua mão? - perguntei me levantando do sofá e me aproximando dele.

— Nada. - ele respondeu rapidamente tentando esconder a mão, mas antes que ele pudesse colocar a mão no bolso, eu puxei seu braço. - Katherine…- ele começou.

— Nada? Você chama isso de nada? - perguntei olhando as palavras gravadas em sua pele. - Harry!

— Antes que você sugira que eu vá ver Dumbledore ou a Minerva, saiba que eu não vou. - ele falou antes que eu pudesse voltar a abrir a boca.

— E por que não?

— Não quero dar esse gostinho de vitória para a sapa velha. - ele respondeu.

Tive que rir com a sua resposta.

— O que foi?

— Você é mais parecido comigo do que eu pensei. - falei passando os dedos ao redor das palavras gravadas, a pele estava vermelha e irritada, mas não parecia inflamada.

— O que quer dizer?

— Eu pensei a mesma coisa no começo da semana. - contei. - Mas eu imagino que você tenha outras coisas para me contar.

— Está certa. - ele concordou. - Katherine. - ele ficou sério de repente. - Você acha que seu pai pode estar controlando a Umbridge?

— Não. - respondi sem precisar pensar duas vezes. - Eu seria capaz de perceber, Harry. - garanti à ele. - Mas o quê fez você pensar nisso?

— Na sexta-feira, na última noite da minha detenção, antes que ela me dispensasse, quando ela pegou o meu braço para ver se “a mensagem tinha penetrado”, assim que ela tocou no meu braço, eu senti a cicatriz arder. Achei isso estranho e já que ela é extremamente maligna, eu pensei que ela talvez pudesse estar sendo controlada pelo seu pai.

— Não está, Harry. - eu afirmei. - Acho que a sua cicatriz ardeu porque meu pai esteve completamente conectado à minha mente em uma parte da noite de sexta-feira. - contei.

— Mas eu não sinto nada quando você me toca. - ele falou.

— Porque eu não estou “conectada” com meu pai agora. - expliquei. - Quase nunca estou quando tenho alguém por perto. Mas existe a exceção quando quem está por perto, são apenas as garotas da sonserina. - observei seu rosto atentamente. - Mas não é só isso, é?

— Não. - ele negou. - Mas não podemos falar sobre isso mais tarde? Não ficamos juntos há mais de cinco dias.

— Quem estava fugindo de mim era você e não eu, Harry. - revirei os olhos mas acabei cedendo ao pedido dele.

Ficamos conversando por um bom tempo sobre tudo e sobre nada ao mesmo tempo, e acabamos não voltando a falar sobre o que estava o preocupando.

 

Dois dias depois, no meu aniversário, Harry me encontrou na biblioteca sozinha logo depois do jantar.

— Posso falar com você? - ele pediu vendo se eu não estava muito ocupada e sentando-se ao meu lado.

— É claro. - fechei os livros e me virei para ele.

— Feliz aniversário. - ele falou tirando um embrulho retangular de dentro da mochila.

— Obrigada. - agradeci e me inclinei para beijá-lo.

— Estava pensando em mandar Edwiges entregar para você hoje de manhã, mas achei melhor entregar pessoalmente. - ele falou enquanto eu abria meu presente.

— Eu tinha dito que não precisava nada. - falei olhando brevemente para ele. - Você já tinha me dado esse anel. - ergui a mão esquerda, onde o anel de prata com a safira brilhava em meu dedo anelar.

— Pedido de namoro é uma coisa, aniversário, é outra.

Dei de ombros e terminei de desembrulhar uma caixa branca. Olhei para Harry tentando descobrir o que era, mas como não consegui, segui em frente e abri a caixa. Era um caderno encapado com couro, parecido com os “diários” dos fundadores e uma bela pena de pavão.

— Olhe embaixo. - Harry instruiu.

Debaixo do diário havia uma pulseira de prata com quatro pingentes, uma cobra, um leão, uma águia e um texugo.

— Onde conseguiu? - perguntei surpresa.

— Segredo. - ele deu de ombros e não me contou. - Como se sente mais velha e sendo uma bruxa maior de idade?

— Não sinto nenhuma diferença. - respondi rindo. - Pode colocar para mim? - perguntei estendendo o pulso e a pulseira para ele.

— Claro. - respondeu. - Não sei se você tem um diário, mas espero que tenha gostado mais da pulseira do que do diário e da pena.

— Não precisa se preocupar. Gostei dos três presentes, mas acho que a pulseira ganha um pouquinho dos outros dois. - sorri para ele. - Como está sua mão?

— Bem. - ele tentou esconder a mão direita.

— Não precisa se esconder de mim, Harry. - falei para ele. - Estou do seu lado.

— Eu sei, Kate. Eu só… Eu só não quero preocupá-la.

— E eu só quero te ajudar. Venha, vamos sair daqui. - falei juntando minhas coisas e devolvendo os livros aos seus lugares.

— Aonde vamos?

— Não sei. Quanto tempo você tem até a sua detenção com a Umbridge?

— Trinta minutos. - ele respondeu depois de verificar o relógio.

— Então vamos apenas sair daqui. - falei puxando-o para fora da biblioteca.

Ficamos andando sem rumo pelo castelo até o momento em que Harry precisou ir para a detenção, fui com ele até a sala de Dolores Umbridge e me despedi com um beijo rápido em seus lábios antes que ele entrasse na sala para mais uma sessão de tortura.

 

O resto da semana passou praticamente sem nenhuma novidade. A única coisa diferente que aconteceu foi Draco, finalmente, descobrir que eu e Harry estávamos juntos, namorando, e criar uma verdadeira tempestade em um copo d’água.

Isso aconteceu quando eu estava acalmando Harry depois que ele tinha praticamente explodido depois de uma aula de Trato das Criaturas Mágicas por causa das besteiras que Draco falava. Estávamos em frente ao Salão Principal antes do almoço, sem nenhum professor por perto quando eu beijei Harry logo depois de ter conseguido acalmá-lo e ele me abraçou. E Draco viu tudo isso. Mas eu só percebi que Draco tinha visto, quando ele me puxou bruscamente pelo braço para longe de Harry e meteu um soco em seu rosto.

— Não toque nela! - ele gritou me puxando para trás.

— Draco! - gritei surpresa, logo ficando brava. - O que pensa que está fazendo? - me soltei de seus braços e ajudei Harry a ficar de pé, segurando-o para não avançar sobre o Malfoy mais novo.

— Ele estava beijando você! - gritou. Em minutos, Crabbe e Goyle estavam ao lado de Draco, e Rony, Hermione e as garotas da sonserina também estavam por perto.

— Tecnicamente, eu estava beijando ele, e ele me abraçando. - falei revirando os olhos e segurando Harry ao meu lado. Eu sabia que se ele encostasse em Draco alguma coisa bem ruim aconteceria. - Estamos namorando, Draco. - falei calmamente.

— Vocês… Vocês o quê?! - ele ainda gritava.

— Entre no Salão e deixe isso comigo. - pedi para Harry empurrando-o para a dentro do Salão junto com Rony e Hermione. Só depois de ter certeza que Harry não mudaria de ideia e voltaria até aqui, eu puxei o braço de Draco. - Venha comigo.

— Você está namorando com o Santo Potter? - ele explodiu assim que fechei a porta atrás de nós depois de entrar em uma sala fora de uso.

— Estou. - respondi.

— Kath… Kath… Isso… O Lorde das Trevas sabe? - foi o que ele perguntou por fim depois de gaguejar.

— Sabe. - novamente seus olhos se arregalaram.

Era hora de decidir se eu contava a verdade para Draco ou contava a mentira já feita? Eu sabia que esse momento chegaria rápido mas ainda não tinha pensado tão fundo no assunto e não tinha uma resposta para a questão. Precisei pensar rápido e acabei me decidindo pela mentira.

Eu sabia que Draco não era próximo o suficiente de Lucius para contar sobre a minha “traição”, mas eu não sabia se podia realmente confiar nele um segredo tão perigoso. Eu sabia, por causa de todos os anos que morei com os Malfoy, que Draco não era tão parecido com Lucius quanto parecia. Ele não tinha real intenção de se tornar um Comensal da Morte como o pai, ele não queria aprender as Artes das Trevas mas sempre foi obrigado. No final, eu percebi que provavelmente apenas eu e Narcisa conhecíamos o verdadeiro Draco Malfoy. O Draco que todos conheciam em Hogwarts, não era o mesmo garoto que cresceu comigo, ele era completamente diferente.

— Meu pai precisa de alguém que esteja bem perto de Harry para vigiá-lo. - falei. - Harry está completamente nas minhas mãos. Eu posso matá-lo quando quiser. - menti.

— Então é tudo um plano? - perguntou.

— Sim. - respondi e simplesmente me odiei por estar falando isso.

Draco assentiu calmamente, provavelmente já se esquecendo do show que dera minutos antes em frente ao Salão Principal.

Mas nada disso era problema ao comparar com a manhã de segunda-feira da semana seguinte. Eu praticamente me arrependi assim que abri o Profeta Diário quando ele chegou junto com o correio.

— Não acredito. - murmurei assim que li a manchete do jornal:

MINISTÉRIO QUER REFORMA NA EDUCAÇÃO

DOLORES UMBRIDGE NOMEADA

PRIMEIRA ALTA INQUISIDORA DA HISTÓRIA

Meu estômago se embrulhava cada vez mais conforme eu ia lendo a reportagem, até que chegou à um ponto que eu não poderia ler mais nada ou tudo voltaria pela minha garganta. A raiva ao ver o nome de Lucius e o nojo que sentia ao ler aquela porcaria foi suficiente para que eu amassasse o jornal e criasse uma pequena chama que rapidamente consumiu o papel sobre meu prato ainda com o resto do meu café da manhã.

— Nos vemos depois. - falei para as meninas enquanto pegava a bolsa debaixo do banco. Com um estalar de dedos o fogo em meu prato apagou deixando apenas cinzas e um pedaço de bacon completamente torrado.

Os fundadores gritavam em minha mente e xingavam Umbridge e o Ministério da Magia de coisas que eu nunca pensei ouvir sair da boca dos quatro.

Podem ficar quietos por um momento?— pedi me aproximando da sala de Runas Antigas. - O dia já começou bem ruim.

Mas o dia ficou ainda pior quando entrei na sala de Runas Antigas. Eu não esperava encontrar A Alta Inquisidora já exercendo seu novo trabalho.

Dolores Umbridge estava sentada perto da porta, no fundo da sala, em uma posição que não deixaria que ela perdesse nada. Nenhuma palavra ou ação fugiria de seus olhos e ouvidos de onde se encontrava.

— Bom dia, Katherine. - a professora me cumprimentou. - Chegou cedo hoje.

— Fiquei sem apetite depois de algumas notícias, por isso cheguei mais cedo do que o normal, professora. - respondi ignorando completamente Umbridge. - Posso ajudar? - perguntei quando a professora Bathsheda começou a colocar os trabalhos já corrigidos nas mesas dos alunos ainda ausentes.

— Por favor. - ela me passou alguns trabalhos e deixou que eu os colocasse sobre as mesas dos alunos certos.

Umbridge continuava calada no fundo da sala, mas discretamente começou a fazer anotações em sua prancheta. Depois de mais alguns minutos, ela se levantou e foi até a professora Bathsheda.

— Você acha prudente permitir que uma aluna, essa aluna, ajude em seu serviço? - ela perguntou com autoridade, nojo e descrença na voz.

— Katherine Riddle é uma aluna exemplar, professora Umbridge. - Bathsheda respondeu. - Mas você, é claro, já deve ter percebido isso. - ela sorriu.

Eu mantinha meus olhos e mãos ocupadas com os trabalhos de meus colegas de classe, fingindo não escutar a conversa que continuava entre as duas professoras. Dolores Umbridge nunca me veria como uma aluna exemplar. Ela sempre me veria como uma grande pedra em seu sapato, mas eu não me importava com isso. Eu tinha prometido não dar um gostinho de vitória nem à ela e nem ao Ministro, mas é claro que eu faria o possível para infernizar a vida dela em Hogwarts.

Dez minutos mais tarde, a aula finalmente começava. Umbridge tinha retornado ao seu lugar no fundo da sala e de tempos em tempos tomava notas em sua prancheta rosa. Depois de quase meia hora, ela finalmente se levantou e começou a fazer perguntas aos alunos, mas me evitou completamente fingindo que eu não estava presente na sala. Após interrogar alguns alunos, e enquanto nós traduzíamos as runas indicadas, ela se dirigiu à professora Bathsheda e fez uma porção de perguntas à ela.

— Muito bem. - ela disse depois de obter as respostas que queria e depois de mais algumas anotações na prancheta continuou: - Você receberá o resultado da inspeção dentro de alguns dias.

E dizendo isso deu meia volta e saiu da sala, mas não antes de lançar um olhar nem um pouco agradável para mim, provando mais uma vez que eu era uma grande pedra em seu sapato. Uma pedra que ela era incapaz de remover.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O que acharam?
Espero que não queiram me matar, e que tenham gostado.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Voldemorts Daughter" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.