Noite Sombria escrita por Sill Carvalho, Sill


Capítulo 1
Único


Notas iniciais do capítulo

One de Halloween, espero que gostem...



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Bom o que se há de melhor para fazer em um dia das bruxas à noite?! Acho que isso todos já sabem, né?

Festa a fantasia, ou até mesmo sair com caldeirãozinho batendo de porta em porta, pedindo gostosuras ou travessuras.

Acho que já não estou mais na idade de gostosuras e travessuras. Por isso, ficarei apenas com o baile de fantasias.

Meu namorado lindo que tanto amo, virá me buscar daqui a pouco. E adivinha nossas fantasias? Eu escolhi tanto a minha quanto a dele, mas claro que ele reclamou de minha escolha. Bom, ambos estaremos fantasiados de vampiros.

Isso mesmo! Eu Adoro os vampiros de Bram Stoker, então comprei minha fantasia de vampira sexy e fatal. A do meu namorado é do Conde Drácula.

Quando ele viu, se negou a usá-la, mas eu o convenci com meu alto poder de persuasão. Só não me pergunte qual, pois não irei revelar.

Vocês devem estar se perguntando, quem é esse bobo apaixonado que faz o que eu quero? Pois bem, o nome dele é Jasper Hale. E sim, eu sou louquinha por ele.

E por falar nele, ele acaba de chegar. Nossa como ele é apressado.

- Estou indo! – gritei enquanto o apressadinho apertava campainha sem parar.

- Jasper, por que essa pressa? Estou sozinha em casa, então tive de descer primeiro as escadas, para alcançar a porta. Sabe, estou fantasiada de vampira, mas ainda não sei como me transformar em morcego ou algo do tipo – falei tudo de uma só vez.

Jasper apenas me olhava dos pés a cabeça sem mencionar uma palavra.

- O quê? – decidir perguntar.

- Você está ainda mais linda vestida desse jeito, se é que possível – falou após piscar os olhos várias vezes. Que bobinho!

- Obrigada Jazz! Você também está perfeito. Meu vampirão! – exclamei ao piscar para ele de maneira provocante.

Ele sorriu pra mim com aquele sorriso faceiro, que só ele tem e depois me beijou.

- Vamos ou iremos ser os últimos a chegar – se pronunciou após cortar o beijo.

- Espera, ainda falta uma coisa! – falei ao pegar em cima da mesinha de centro duas caixinhas com dentes postiços de vampiro.

- Toma Jazz, esse é seu!

Entreguei a caixinha para ele, que me olhou com uma sobrancelha erguida e com ar de confuso.

- Abre! – o incitei.

- Ah não Alice, isso já é de mais – reclamou após ter descoberto o que era.

- Ah, vai Jazz, por favor, você não precisa usar a noite inteira, só em alguns momentos.

- Não sei, não!

- Amor, o que custa? Faz isso por mim, vai... Até deixo você me morder.

- Pequena, isso já é demais. Já estou fantasiado de Drácula, acho que não precisa disso.

- Eu não deixo você me chamar de pequena se você não usar, nem que seja para tirar uma foto.

- Pequen... – não deixei que ele falasse, levei meu dedo indicador aos lábios dele e o silenciei.

- Você não me ama de verdade, se amasse faria isso por mim – fiz beicinho e olhos do gato do Shrek.

- Você é uma monstrinha, sabia?! Como pode dizer que não te amo?! Olha só como estou vestido, e isso por você! – falou segurando meu dedo. – Está bem eu uso, mas só na hora da fotografia.

- Obrigada, meu vampirão malvado – agradeci aos pulinhos, e ele me beijou.

- Então Drácula loiro, vamos, já estamos muito atrasados. E, a propósito Jazz, sabe de que meu irmão Emmett está fantasiado?

- Não, do quê?

- Van Helsing! – rimos juntos.

Entramos no carro, e seguimos para o clube onde estava rolando a festa. A rua estava cheia de crianças com suas fantasias e seus caldeirões pedindo gostosuras ou travessuras.

Pegamos a autoestrada, porque o clube era afastado da cidade.

Alguns minutos depois, Jazz parou no estacionamento, e saímos de mãos dadas.

O clube estava lindo, a decoração da fachada parecia um Castelo Feudal.

Devo admitir que o pessoal da decoração arrasou.

Estava lotado, e, por incrível que pareça, adorei metade das fantasias.

- Alice, Jasper! Vocês demoraram, achei que tinham desistido – Bella falou enquanto nos cumprimentava.

- Bellita, você veio vestida para matar.

Gente, a Bella estava vestida de diabinha. E como se não bastasse, ainda segurava um tridente. Acho que ela vai espetar o Edward mais tarde.

- E você Ed, está fantasiado do quê? Está parecendo alguém que vi em algum lugar, mas não estou lembrando no momento.

- Edward Cullen, aquele vampiro do volvo prata da Saga Crepúsculo.

- Ah, claro! Cara, como não percebi, você está idêntico a ele, cruzes.

Acabou que todos riram.

- Bom gente, nós vamos dá uma volta.

Bella capetinha falou e arrastou Edward com ela. Mas Edward meu primo ou Edward de Crepúsculo?!

- Nossa, ele ficou idêntico! Você percebeu isso Jazz?

- Realmente estava muito parecido – meu draconamorado falou.

- Jazz, vamos dançar?

- Espera um pouco amor – falou enquanto pegava uma latinha de Red Bull no bar.

Os barmans estavam fazendo malabarismo com as bebidas. Um dia quero aprender a fazer isso.

- Amor, você já entrou no espírito da coisa? Já está querendo criar azas? – falei sorrindo.

Ele me abraçou pela cintura e falou.

- Talvez, minha vampirinha sexy e fatal.

Gargalhei e o puxei para a pista de dança.

Dançamos pra caramba.

Meu irmão fantasiado de Van Helsing estava bebendo e dançando com sua noiva que estava fantasiada de Anna Valerious.

Olha, pelo o estado eu diria que ele estava mais pra lá do que pra cá. Ou, seja bêbado.

Às quatro da manhã, a festa chegou ao fim. Meus pesinhos estavam acabados de tanto dançar com esses saltos de vampira poderosa.

Tiramos várias fotos com a galera, e meu draconamorado usou os dentes de vampiro como eu pedi. Ele até arriscou uma mordidinha em meu pescocinho, mas eu fugi.

Agora estamos aqui de volta ao carro na autoestrada, voltando para casa.

Ops! Algo estranho aconteceu, dois pneus furaram ao mesmo tempo.

- Jazz!

- Calma, amor, é só o pneu, irei trocar.

- Mas Jazz, foram dois e só tem um step.

- Tá legal, vou ligar para alguém vir nos buscar.

Jazz voltou para o carro para pegar o celular.

- Alice, descarregou, vê o seu.

Entrei de volta no carro e peguei o meu.

- Está sem sinal, Jazz! – falei ao sair do carro com a mão erguida em busca de sinal. Andei de um lado para o outro, e nada.

- Nada Jazz, não tem sinal. E agora?

- Calma pequena, você está comigo, vai ficar tudo bem – falou segurando meu rosto com ambas as mãos, beijou minha testa e depois me abraçou.

Algo pingou em minha testa, depois em meu braço.

- Ah não Jazz, chuva!

- Vamos voltar para o carro – Jazz chamou.

Entramos no carro e a chuva aumentou, acompanhada por raios e trovões.

- Jazz, estou com medo! É perigoso ficar parada na estrada a essa hora.

- Tem razão! Você quer sair para procurar um lugar para ficar?

- Eu não sei, com essa chuva não acho uma boa ideia.

- Podemos usar a capa de minha fantasia para nos protegermos da chuva, o que acha?

- Pode ser – falei não muito animada, afinal sair na chuva com esses raios não é nada animador.

Jasper saiu do carro primeiro, tirou a capa e a jogou sobre sua cabeça. Ele veio até o lado do passageiro, abriu a porta, eu saí e o agarrei pela cintura.

Ele ficou segurando a capa sobre nossas cabeças enquanto andávamos.

A cada trovão, eu soltava um gritinho. Às vezes, Jasper ria de mim.

- Olha pequena, tem uma casa logo ali. Podemos pedir abrigo.

- Acho que é abandonada, Jazz. Olha só como é velha.

- Melhor assim, não precisamos pedir, é só entrar. Podemos ficar até que o dia amanheça.

Me agarrei com mais força a cintura dele, quando ele empurrou o portão velho enferrujado que rangeu como em um filme de terror.

- Jazz, estou com medo.

- Está tudo bem, estou aqui com você, não tem porque ficar assustada – falou afagando meu rosto.

Andamos até a porta, Jazz levou a mão a maçaneta velha para abri-la. Mas antes ele havia pendurado a capa em uma cadeira velha de balanço que tinha na varanda.

- Jazz, eu não quero entrar, por favor, vamos ficar aqui fora mesmo.

- Pequena, não sabia que era tão medrosa assim – falou com seu sorriso maroto.

Eu continuei com minha cara de pânico.

- Está bem, ficaremos aqui, se é o que você prefere.

Eu ainda estava grudada nele. Ele pegou a capa e jogou no chão.

- Ao menos, está servindo para algo – Jazz falou se referindo a capa de sua fantasia de Drácula.

Ele sentou em cima da capa com as costas apoiadas na parede velha e me puxou para sentar com ele. Me sentei de costas para ele, entre suas pernas e apoiei minha cabeça em seu peito. Ele me abraçou forte.

- Amor, pode dormir, ficarei velando seu sono.

- Eu não sei Jazz, e se você me deixar aqui sozinha?

- Minha pequena medrosa, eu nunca faria isso.

- Tem certeza? – perguntei só por via das dúvidas.

- Claro que sim, pode dormir, não irei a lugar algum sem você.

- Tudo bem, eu vou dormir, mas continue abraçado a mim.

Ele sorriu e beijou a minha cabeça.

Algum tempo depois eu ouvi algo muito assustador.

“Moça... Me ajuda, entra na minha casa”

Continuei com os olhos fechados.

“Moça... Vem me ajudar”

Na segunda vez que ouvi, apertei o peito de Jasper com força, que ele acordou do seu cochilo.

- O que foi, pequena?

- Jazz, você está ouvindo isso? – perguntei ainda de olhos fechados.

- Isso o quê?

- A voz de uma garota me chamando, pedindo ajuda.

- Não, não estou ouvindo nada, você deve ter sonhado porque está assustada, só isso. Pequena, abre os olhos!

- Estou com medo de abrir e vê-la.

- Mas não tem nada aqui amor, além de nós e a chuva.

Abri primeiro um olho, depois o outro, ainda desconfiada.

- Jazz, vamos embora daqui?!

- Pequena, tenha calma, daqui a pouco amanhece e podemos pedir uma carona. Vê se seu celular já tem sinal.

- Ainda não! – falei frustrada após verificar.

“Moça, me ajuda...”

- Jasper, você ouviu agora? Ela chamou outra vez.

- Não, eu não ouvi nada.

- Jazz, por favor, eu quero voltar para o carro, essa casa é assombrada.

Comecei a chorar porque eu não parava de ouvir a tal voz e Jazz jurava que não estava ouvindo.

- Tudo bem amor, não precisa chorar, vamos voltar para o carro, daqui a pouco já está claro. Provavelmente pegaremos uma carona.

Jasper levantou-se e eu levantei agarrada a ele, por nada no mundo eu iria me soltar dele.

Colocamos a capa de volta em nossas cabeças e voltamos para o carro.

“Moça, por que não quer me ajudar?”

Ouvi isso no momento em que Jasper abriu o portão para sairmos de lá. Fechei meus olhos imediatamente para não ver de quem era a tal voz.

Saímos andando pelo acostamento, alguns minutos depois avistamos o carro do Jazz. Entramos no mesmo e Jasper jogou a capa molhada no banco de trás e sentou no banco do motorista.

Eu estava com tanto medo que sentei no colo dele e não saí por nada. Permaneci com meu rosto escondido em seu peito em quanto ele afagava meus cabelos.

Dentro do carro, não ouvi mais a voz da garota. O que foi um grande alívio.

Dormi um pouco com meu rosto escondido no peito de Jazz e, quando abri os olhos, já era dia. Graças a Deus! E já não chovia mais.

- Oi amor, ainda está com medo?

Olhei para ele e depois olhei em volta, apenas mexendo a cabeça.

- Agora nem tanto assim.

- Que bom! – ele falou e beijou minha testa.

- Olhei seu celular enquanto você dormia e já tem sinal, acho que era por causa da chuva.

- Graças a Deus! – exclamei.

Jasper sorriu.

- Liguei para seu irmão, ele está a caminho e está trazendo um pneu reserva que pedi.

- Nem acredito que essa noite acabou – falei ao sair do colo do Jazz.

Algum tempo depois, Emmett chegou e ajudou Jasper a trocar os pneus.

- Alice, a mãe estava ficando neurótica de preocupação por sua causa, garota.

- Eu sei Emmett, mas não tinha como avisar, o celular ficou sem sinal por causa da tempestade.

- Você vai ter de se explicar com ela quando chegar em casa! – Emmett falava enquanto ajudava Jasper.

- Pronto, agora podemos ir para casa – Jazz falou sorrindo para mim.

Quando eu estava entrando no carro, Emmett me deu um peteleco na cabeça e disse.

- Covarde! – e gargalhou.

- Jasper! – gritei. – Você contou para ele! – falei batendo o pé.

- Ele é seu irmão, pediu explicações e eu dei.

- Argh! Agora ele vai ficar me zoando por sua causa – fiz beicinho e Jazz me beijou.

- Adoro quando você faz esse biquinho, fica tão irresistível.

Falou com seu sorriso maroto. Dei um tapa no braço esquerdo dele, e ele riu ainda mais.

Entrei de volta no carro, Jasper entrou logo em seguida. Emmett entrou no dele e saiu na frente.

Jasper foi logo atrás o seguindo.

- Jazz?

- O que, pequena?

- Eu, Mary Alice Brandon, juro nunca mais chegar perto de uma casa abandonada enquanto eu viver.

Jasper deu uma gargalhada rouca e segurou minha mão.

Levei a mão dele a minha boca e depositei um beijo. Ele fez o mesmo com a minha.

- E a propósito, Mary Alice Brandon, você me deve uma mordida, lembra – Jasper falou sem tirar os olhos da estrada. Eu apenas sorri e ele me acompanhou.

                                        Fim


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Notas finais do capítulo

Deixe seu review... não custa nada...
beijinhos
=D