(Nem) Todo Mundo Odeia a Emily escrita por May_Mello


Capítulo 49
Todo mundo odeia bailes (Parte II).


Notas iniciais do capítulo

Hello, hello ~
Fala aí, galera, fala se esse baile não foi o mais demorado que vocês já viram? hahaha Quatro meses pra terminar um baile! hahahaha'
Vô nem fala mais nada porque já tô sentindo que vô apanhar.

Enfim... Voltei tá. E desse vez vai.
Vou terminar a história ainda nessas férias até porque como falei ela está chegando no fim, tem mais uns 5 capítulos pela frente só galera. É pois é.

E não, não abandonei vocês, EU VOLTEI! o/

Quero agradecer muito, muito, de verdade, quem ainda vai ler isso aqui e quem lotou minha caixa de mensagens de MP's. Amo vocês. Obrigada por nunca desistirem da história :*

E boa leitura. E não, não me matem com esse capítulo :')



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–Então, senhorita Evans... – Thomas pareceu escolher com cuidado suas próximas palavras. – Quer dançar?

...

Silêncio.

O que diabos eu deveria responder?! Thomas realmente fez essa pergunta?!

Ow, essa é realmente uma noite muito estranha!

–E-eu...

–Atenção, atenção, crianças! – Salva pela diretora-bruxa-bêbada-que-na-verdade-tem-tantos-adjetivos-que-não-consigo-escolher-um-só que falava no microfone no pequeno palco. –É hora de anunciarmos o rei e a rainha do baile! – E todo mundo vibrou, deram alguns assovios e tal. – O rei é....- Affs, odeio essas cerimônias e esse suspense pra anunciarem. - Tyler Hummel. Parabéns, senhor Tyler! O senhor está realmente incrível essa noite. – Mais gritos e assovios foram ouvidos enquanto o idiota o Tyler recebia uma coroa na cabeça. Sim, foi esse Tyler que ganhou. O único Tyler que eu conheço. E ele nem é tão bonito assim!

–Qual é? – Thomas revirou os olhos.

–E... soem os tambores. A rainha é... – uma áurea de suspense pairou o local - ...senhorita... Carly Shay! Uma salva de palmas.

–Carly? – Indaguei.

–Qual é de novo? – Thomas novamente revirou os olhos. – Palhaçada isso. Nem gosto tanto assim de você, sua estúpida, mas você merece muito mais. Está bem mais bonita do que ela, só pra você saber.

–Mentiroso. – Ri, meio que sem graça. – Ainda temos o próximo ano, não se preocupe.

–Hora do discurso dos coroados! – A diretora atraiu novamente as atenções.

–Eu só queria dizer obrigada a todos vocês, meus subordinados, e obrigada a Zooey por não ter ficado no baile e ter feito com que isso fosse possível. As Líderes de Torcida arrasam! – Carly gritava no microfone e saiu pulando depois do discurso que foi mais desconexo do que meus pensamentos quando acordo.

–Eu gostaria de dizer obrigado. E... aproveitando da situação, gostaria de dizer mais algumas coisas. – Tyler começou o discurso, e acho que todos prestavam atenção. Por que, Senhor, por que ele acha que tem que dar palestra toda vez que é chamado pra fazer um discurso?! Ele disse mais algumas coisas sem sentidos. E por fim disse algo inacreditável: – E eu gostaria de dançar a próxima música com a Emily, porque ela é linda e todo mundo sabe que ela é demais.

–O que? – Balançava minha cabeça, não acreditando no que aquele babaca estava dizendo.

Acho que a qualquer momento Thomas ia subir naquele palco e voar no pescoço dele.

–Quer dançar comigo, E? – Tyler sorriu, enquanto mais um coro de gritos era ouvido, logo depois dando espaço pra uma música lenta que acabara de começar. Tyler desceu os poucos degraus do palco e o caminho se abriu. Ele estava vindo até mim, enquanto eu simplesmente estava lá parada, com dor nos pés por conta dos saltos.

–Thomas. – Chamei, mas ele parecia não ouvir. Estava morrendo de raiva, sei que ele odeia o Tyler. – Thomas?

–Hum? – Ele se voltou pra mim.

–Sim.

–“Sim” o quê?

–Sobre o que me perguntou antes... Eu quero dançar com você. Não com o Tyler. –Thomas sorriu, passando sua mão direita por detrás das minhas costas e parando na minha cintura.

–“E”? Vamos dançar... – Tyler me estendeu a mão quando chegou perto de nós.

–Ela não quer dançar com você, não está vendo? – Thomas se pronunciou por mim.

–Emily... – Tyler me olhou com aquele olharzinho superior.

–Eu vim com o Thomas, Tyler. Sinto muito, mas eu realmente não quero dançar com você. E... – Suspirei, meio que entediada. – Eu e você? Nada feito. Aceite isso.

Ele me encarou por alguns segundos, pondo fogo pelas ventas.

–Cansei de você, “E”. Cansei dessa sua chatice. E quer saber? Quero mais que você e esses seus amigos se ferrem! - E depois simplesmente se virou e saiu do alcance de nossas vistas, pisando duro de tanto ódio.

Thomas fingiu estar ofendido e logo depois começou a rir ao meu lado, e eu sorri de leve.

–“Eu e você? Nada feito”. – Thomas me imitou, enquanto passava suas duas mãos pela minha cintura e eu me enlaçava em seu pescoço. – Ele é muito babaca mesmo. Bem feito, teve o que mereceu. E pelo visto você aprendeu a se defender sozinha. Tudo o que ele diz é uma mentira. – Ouvia sua voz bem do lado do meu ouvido, já que estávamos abraçados. – A não ser pela parte que ele quer que todo mundo se ferre. E eu não sei dançar, já isso é uma verdade absoluta.

–Eu também não. – Ri contra o seu peito. – Nós somos horríveis dançando! Meu Deus!

Parecíamos dois retardados dançando desengonçadamente e rindo feito hienas drogadas. Na verdade, éramos exatamente isso.

Lá pelas tantas, Thomas parecia todo sério. Evitava me olhar e quando eu o encarava ele desviava seus olhos dos meus. Quando começaram umas músicas mais animadas ele disse que iria pegar uma bebida, mas ele estava demorando e eu realmente queria ir ao banheiro.

A escola parece tão diferente à noite. Constatei isso enquanto tentava andar com meus saltos e passava em frente aos armários para chegar ao banheiro feminino. Olhei no espelho e pela primeira vez não levei um susto com a minha feiura; minha maquiagem ainda estava intacta, a não ser pelo batom, que já havia me abandonado.

Assim que saí do banheiro tirei os sapatos para aliviar um pouco a dor. Fiquei andando em círculos, tentando ver se meus pés ainda funcionavam.

–Você está de recuperação, estúpida. Recuperação em inglês. – Ouvi a voz de Thomas no final do corredor. Ele estava de costas, olhando para o mural que eles provavelmente deviam ter colocado hoje sobre os resultados finais.

–Por algum acaso você está me perseguindo? – Arqueei uma sobrancelha.

–Lógico. Eu vim com você no baile. – Deu uma risadinha.

–Isso mesmo, eu fiquei de recuperação em Inglês, pode rir a vontade de mim, idiota. Minhas férias já eram! – Eu me esforcei tanto! Tudo bem, não me esforcei nada e por isso deu no que deu.

–Não estou rindo. Na verdade acho bem trágico. – Thomas veio andando até mim, que já tinha parado de ficar dando voltas e estava simplesmente parada. Eu sei que ele estava querendo rir.

–Nem pense em contar pra minha mãe. Ela nem vai notar que vou ficar estudando e fazendo trabalhos o verão todo.

–Não conto. – Ele arqueou uma sobrancelha.

–Bom mesmo, ou seria obrigada a te torturar com bala de caramelos. – Me sentei no chão, tentando recolocar minhas sandálias. – Já eu estou sendo torturada com esses malditos sapatos.

–Não sei que tipo de tortura é essa, as das balas, mas não quero descobrir.

–Garoto esperto. – Acho que esse era o momento em que ele deveria morrer de se gabar, mas ele só ficou quieto. – Pronto. Me ajuda a levantar. – Ele segurou minhas duas mãos e me puxou, fazendo com que ficasse bem de frente para ele.

–Estou gostando da noite, e você? – Isso aí foi o que ele perguntou depois que ficamos nos encarando por anos-luz.

–Depois de ver a Zooey tendo o que mereceu e de deixar o Tyler estressadinho? Tá brincando? Está sendo ótimo. – Ele riu de leve. – Aliás, muito obrigada por isso. Você sabe... por tudo o que fez pra me ajudar e talz e ah, você entendeu. Não sou boa com agradecimentos.

–Não tem de quê. – Sorriu.

–Nós deveríamos voltar... – Podia escutar o som animado, porém abafado pela distância.

–Emily, espera... – Ele segurou minha mão mais um vez, me fazendo encará-lo. Na minha cabeça ele demorou mais alguns anos-luz e depois disso ainda mais um século para continuar a falar. – Me conte que você percebeu, porque todo mundo diz que as garotas sempre percebem.

–Percebi o que? Ah, meu Deus! Você vai me estuprar? Você armou tudo isso pra... – Fui interrompida pelo som da risada dele.

–Você é mesmo muito estúpida, pequena Emily.

–Você nunca me chamou disso. – Estranhei. Estou começando a ficar com medo.

–Eu também nunca disse o que estou prestes a dizer. – Ele colocou as mãos nos bolsos. – Não sei como começar, porque nem eu sei quando começou. Vai ver... foi quando comecei a te ajudar com meu irmão. Não sei... Vai ver foi antes, quando notei que você é diferente de todas as outras garotas. – Não sei o que pensar. Parte de mim não entendia o que ele estava falando. – Você, toda marrenta e irônica e... E linda com seu jeito... Estúpido de ser. – Ele riu de canto, abaixando a cabeça. Eu sempre gostava quando ele fazia isso. – Eu nunca quis te ajudar de verdade com meu irmão, porque no fundo eu já sabia que... você era muito única pra deixar passar. Eu nunca quis machucar você ficando com a Zooey, mas eu sempre acabo fazendo as coisas erradas. Eu estava tão confuso naquela vez que nós brigamos pra valer. – Ele riu de novo, mas ele estava realmente nervoso. – Eu nunca quis que o Tyler tivesse aparecido, ele estragou meus planos e muito, até me fez brigar por sua causa; – Então era verdade? Eles brigaram por minha causa? – fiquei com medo de que ele te convencesse com aquelas meias palavras. E quem sou eu pra dizer aquilo dele quando eu não devo ter uma fama melhor do que a dele em relação as garotas? Mas, olha pra mim... Eu estou tentando. O ponto é que... Sobre todas as coisas que eu nunca me imaginei sentindo, a principal é gostar de alguém, mas... acontece que eu gosto de você. Gosto mesmo, como nunca achei que gostaria de uma garota. Gosto pra valer.

–Ninguém nunca... Ninguém nunca me disse essas coisas. – Eu sabia que era verdade só de olhar nos olhos dele, e por falar em olhos, os meus ardiam de vontade de chorar. Foi tão... intenso, e ao mesmo tempo parecia que a minha ficha ainda não tinha caído.

–Não se sinta pressionada, não espero por uma resposta. Eu só queria que você... soubesse.- Eu balancei a cabeça em sinal de entendimento. – Eu sei... eu sei o que acontece quando uma pessoa se declara e a outra não sente o mesmo. Então... Só me promete que não vai parar de falar comigo. Promete? Promete que isso não muda nada entre a gente?

–Isso muda muita coisa, Thomas. Muita coisa. Eu não sei o que dizer...

–Não precisa dizer nada.

–Então por que você me contou essas coisas se não espera uma resposta, ou... se sabia que isso muda as coisas... e-

–PORQUE EU TE AMO, EMILY! EU NÃO... Eu não posso mais manter isso comigo! Eu gosto de estar com você, eu gosto de te chatear, te irritar, de secretamente de chamar de “linda” toda vez que te chamo de “estúpida”... Eu não... – Ele finalmente respirou, seus olhos voltaram a se enganchar nos meus. – Agora que você sabe, só tenta não me zoar tanto, tá legal?

Não parecia o Thomas, ali, me dizendo todas essas coisas. Se fosse o Thomas de verdade e ele realmente gostasse de mim já teria me agarrado e dito “eu te amo e cala a boca”. Então... O que ele estava fazendo? Além do fato de ficar sabendo o que ele acabou de me contar, estava também assustada pela maneira que ele o fez.

E encarando aqueles olhos castanhos, que de certa forma – mais uma vez contrariando a “imagem de Thomas” que eu conheço – me pareciam tão inseguros, me amaldiçoei por não ter percebido antes. E só. Foi só o que pude pensar. Então... o garoto que sempre parecia ter tudo sobre o seu controle na verdade estava sobre o meu, e eu nem percebi. Esse pensamento soou maldoso, mas tudo o que estava querendo dizer é que ele também é frágil, e fiquei feliz por saber que sou eu quem o faz frágil. Não de uma maneira ruim e egoísta; me senti mais como uma pessoa abençoada por saber que tinha alguém que gostava tanto assim de mim esse tempo todo. E eu nem... Percebi.

–Só me leva pra casa, Thomas. Eu estou confusa demais. – Dei uma risadinha sem graça, super nervosa.

–Claro. – Ele não pode evitar o vestígio de desapontamento que apareceram nos seus olhos no minuto que ele se virou, caminhando em direção a saída.

Não tinha como sair de outra maneira, então teríamos que passar pelo salão. Eu o segui, tentando simplesmente não pensar no que havia acontecido.

–Hey! Onde vão com tanta pressa? – Sam nos perguntou, ao lado de Lukas.

–Emily não está se sentindo muito bem. – Ambos me olharam e eu sorri minimamente. – A gente se vê.

–Será que podiam levar o Gregory? Ele á está começando a dar trabalho. – Lukas interveio e olhamos para Gregory, dançando mais desengonçadamente do que eu e Thomas.

–Claro. – Isso aí fui eu quem disse. Ficar meio caminho em silêncio é melhor do que ficar o caminho inteiro no silêncio com o Thomas. Eu sei que isso aconteceria.

–Vamos Gregory. – Thomas o apoiou nos ombros.

–Pra onde? Pra onde? – Ele parecia uma lombriga se remexendo.

–Pra festa, Gregory, pra festa.

–EU ADORO FESTAS! COMO VOCÊS DESCOBRIRAM?!

Depois de aguentarmos o Gregory dançando, se remexendo, imitando a rádio e gritando no banco de trás, finalmente fizemos o caminho pra nossa casa. Foi mais silencioso do que eu pensei que seria, até mesmo com o rádio ligado baixinho.

Thomas parou em frente a minha casa e eu o encarei. Desejei não ter feito isso, porque ele também me olhava.

–Boa noite, Thomas.

–Até mais, Emily.

–Tchau.

Não ouvi se ele também disse “tchau”, eu já tinha saído do carro.

Os próximos passos foram tão difíceis. Principalmente porque meus pés doíam nesse sapato que nunca mais vou usar, mas também porque... Eu sabia que iria remoer essa história. Queria acreditar que tudo não passou de uma pegadinha, e amanhã de manhã ele iria rir da minha cara e me chamar de “estúpida” sem querer dizer “linda”.

E agora? E agora, José? Eu gostava demais de brigar com o Thomas pra ele ter feito isso comigo. O que seremos agora? Os mesmos? Ah, nunca mais seremos os mesmos!


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Notas finais do capítulo

Já disse pra não me matarem lalalala~
Enfim, tentem entender a Emily, ok?
Bjos&Qjos e logo eu volto :*