O Olhar de Um Inimigo escrita por Bellah102


Capítulo 28
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Segunda parte da história começa aqui. Essa parte é relativamente pequena. Quanto a terceira parte que mencionei, ainda é apenas um esboço, ok? Não fiquem animados.



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            POV. Peg

            Cinco belos anos se passaram como se fossem apenas cinco dias. Minha vida ia de bem a melhor e realmente acreditei que dessa vez ia dar certo. Minhas filhas cresceram e se tornaram a felicidade das cavernas. Estava previsto em constituição que Saralynn sofreria um pouco com o preconceito dos olhos, mas eram apenas pessoas novas, assim que a conheciam a adoravam.

            Assim como na aparência, Saralynn e Roxanne herdaram as personalidades, a minha e a de Ian. Lynn era como eu, frágil, pacifista, amorosa, os cachinhos douradas e as bochechas rosadinhas lhe dando um halo de pureza, e Roxanne era geniosa, mandona e se irritava facilmente de um jeito que só eu, Ian ou Saralynn conseguíamos acalmá-la.

            Fazia um mês que Serena, Jamie, Jeb, e a o grupo de Nate saíram para procurar um novo lugar para vivermos. Somos muitos agora, os novos túneis não estão sendo o bastante.

            POV. Serena

            -Tia Serena!

            -Saralynn!

            Agachei-me para receber meu anjinho nos braços. A rodei no ar, mesmo com cinco anos parecia ter o mesmo peso de quando a peguei pela primeira vez, quando tinha apenas dias de vida. Coloquei-a no chão para olhá-la. Seus cachinhos loiros estavam mais longos do que da última vez que a vi, um mês atrás.

            Seus olhinhos prateados como os meus continuavam  como sempre, expressando felicidade e transbordando a inocência que só uma criança de cinco anos podia ter.

            -Que bom que vocês voltaram.

            Disse Saralynn abraçando a cintura de Jamie.

            -É bom estar de volta, Lynn.

            Respondeu ele, afagando carinhosamente os cabelos dela. Saralynn riu e me deliciei com o som.

            -Senti saudades...

            Ela disse vindo novamente para meu colo. Jamie lançou-me um olhar bem-humorado que eu sabia que queria dizer: Que avanço. Decifrar Jamie, segundo Melanie nunca foi um grande problema, mas antes de eu chegar, enquanto ele ficava sozinho nas cavernas, tinha se tornado difícil e que eu cheguei na pior parte. Agora, era tão fácil lê-lo, que parecia estar impresso na sua cara.

            -Também sentimos, querida.

            Eu respondi dando de ombros ao olhar dele.

            -Vocês acharam uma casa nova?

            Perguntou Roxanne adentrando nossa conversa, pulando direto nos braços de Jamie, como a garotinha folgada que era.

            -Achamos sim Roxy, E é bem grande – Respondeu Jamie sorrindo. – Tem um quintal enorme onde você vai poder correr as vezes, e é tão grande que o tio Nate vai poder vir morar com a gente!

            Nate e sua resistência tinham chegado uma semana antes de partirmos, convidados por Jeb, de um modo que ninguém sabe como ( e claro que ninguém quis admitir que não sabia, e por isso ninguém perguntou... Humanos, tão orgulhosos...). Roxanne sempre admira os líderes de resistências.

            Aconteceu com Kanymo, que liderava a sua família de 14 pessoas que viviam em um condomínio para imigrantes japoneses na Dakota do Sul, e estavam vagando quando foram encontrados. Roxanne não parou de fazer milhões de pergunta à pobre mulher, que nem apresentou resistência contra o charme da menininha.

            Também aconteceu com Knox e Mikael, os irmãos surfistas, que tinham um bando de 32 caras, de todo o país, mas em sua maioria, californianos. Os encontramos tentando surfar numa piscina abandonada nos fundos de uma casa no meio da estrada. Roxanne logo que disse oi, foi aceita no time dos “manos” e passou a falar gírias de surfista por muito tempo, e sempre ia visitar os dois para saber as “novi”, moro?

            Dessa vez não foi diferente, e Roxanne assediou Nate pelas cavernas afora, quase que flutuando com o cheiro dele, como nos violentos desenhos antigos do Tom e Jerry. Claro, que a admiração foi recíproca, e que Nate se encantou coma força daquela anãzinha. Eu acho que sou a única pessoa resistente aos encantos de Roxanne, porque eu nunca me esqueço que ela quase arrancou um pedaço de Saralynn com os dentes.

            Ninguém machucaria meu anjinho.

            -Vai ser tão legal, né Roxy?

            Perguntou Saralynn, alheia à minhas preocupações quanto à Roxanne.

            -Só é!

            Eu e Jamie trocamos um olhar cúmplice.

            -Knox e Mikael.

            -Sinistro... Esses dois...

            Disse Roxanne. Olhei à minha volta, vendo expectativa e felicidade com a mudança. Haviam brasileiros, canadenses, mexicanos, e até alguns libaneses e árabes. O número de almas que nos aceitavam e viviam entre nós diminuíram significantemente, o que enfraqueceu a minha esperança de um mundo de harmonia. Claro que não desisti dela, Jamie admira minha persistência.

            Agora eu tenho 21 anos e Jamie 22. Segundo todos, eu finalmente havia desabrochado. Jamie confessou que quando me conheceu, se apaixonou pela minha personalidade mesmo, porque eu parecia uma patinha choca. Hoje, segundo ele, eu sou uma mulher de pernas longas.

            Vou te contar... Esse garoto me aparece com cada uma, que me parecem duas!

            Ele também tinha mudado, cá entre nós, Jamie era meio desajeitado. Nunca feio, mas desajeitado, desastrado. Hoje, ele parece um gato, em muitos aspectos, silencioso e leve quando preciso. Forte, ágil e feroz em brigas, e manhoso na cama de noite.

            Jamie foi cumprimentar à todos e eu fiquei sozinha com Saralynn. Uma coisa que eu e ela tínhamos em comum era que éramos reservadas, não gostávamos de multidões, e por isso tendíamos a ficarmos sós, nós duas.

            -Então o que aconteceu? Te conheço, e sei que aconteceu alguma coisa.

            -Ai anjo da guarda... – Lynn costumava me chamar de anjo da guarda, desde que eu a salvara na primeira vez da feroz Roxanne. Eu achava engraçado, como se eu não estivesse falando com o próprio anjo. – Porque o meu pai não me ama?

            Observei seu rostinho. O rosto de tristeza de Saralynn era completamente teatral e faria inveja à muitos atores e atrizes.

            -Como assim, meu benzinho?

            Eu disse, me agachando a seu nível, segurando sua mão.

            -Porque ele gosta da Roxanne mais do que di mim...

            -Não gosta não, Lynn.

            -Gosta sim! Ele sempre diz que eu provoco ela, mas eu nem sei como! E ela sempre me bate sem motivo...

            Choramingou Saralynn.

            “-Ian, será que nunca vai mudar? Podia não demonstrar o favoritismo de suas filhas gêmeas, não é porque Roxanne é humana que é boa o tempo todo.”

            -Ele ama sim, Lynn... E quer saber... Eu vou conversar com ele... Enquanto estivermos indo para a casa nova...

            -Não! Mais aí você vai dizer que eu disse isso e vai dizer que sou fresquinha...

            -Não vai não. O anjo da guarda vai tirar mais dessa tudo bem?

            Perguntei balançando a sua macia mão diminuta. Ela sorriu e abraçou meu pescoço.

            -Anjo da guarda!


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