Limpando o Armário escrita por N_blackie


Capítulo 3
Capítulo 3




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Está Vivo!

Aqui estamos, no segundo dia da nossa luta: Sirius & James VS. Armário. Sim, entramos no fatídico segundo dia. Por mais aceitável que pareça (porque eu acho um absurdo vocês não acreditarem nisso) 97 livros é muito. JURA, JAMES? Juro.

Bom, o fato é que acordei desejando um grande buraco, para "avestruzar", como diz Remus (ignorem algumas das frases dele. O cara tem QI, mas às vezes envergonha a gente. É como se ele tivesse um time de quadribol melhor que qualquer outro, e colocasse os jogadores para treinar derrubada). Eu e Sirius descemos, esperando que a minha mãe simplesmente esquecesse o armário, a arrumação e, especialmente, a gente.

- Bom – dia, meninos! Vão a algum lugar?

- Vamos lá fora jogar quadribol... – comecei, inocentemente.

- Você quis dizer que vão ao segundo andar, né? – ela respondeu, levantando a sobrancelha. Oh boy.

- Exatamente.

Sério, eu acabei desistindo de confrontar a minha mãe nessa situação armário VS. Pobres garotos. Mesmo. Quando chegamos lá, meu cérebro deficiente teve um duelo com o armário. Pude sentir:

James: O mundo é pequeno demais para nós dois, armário.

Armário: James! Estava esperando você. Venha... Abra minhas portas... Suma por entre minha poeira, e venha ver Sirius ter um ataque de rinite no seu lado, fazendo seus cabelos ficar com fluidos dele... Delicia... HUUUM.

Que nojo. E lá vai o Sirius me olhando como se eu tivesse problemas. Ele é mais problemático que eu! Acredita que aquele imbecil desgraçado resolveu começar a espirrar do meu lado enquanto eu empilhava os livros num canto? Quase cai (ele faz questão de virar na minha cara e berrar: ATCHIIIIIIM! AI, PÓ!) bem em cima do exemplar de "Balonismo Bruxo" que meu pai comprou num acesso de consumismo (porque só assim para qualquer pessoa em sã consciência querer saber de bruxos tentando construir balões).

Quando abrimos a porta, recebi mais um banhão de espirros do Sirius (vou parar de comentar essas coisas. Ou melhor, vou guardar a informação da rinite do Sirius para um dia de extrema necessidade) e eu vi o que tinha na próxima estante: as invenções.

XXX

Fatos sobre Tio Hugo, irmão do pai da minha mãe:

1: Tio Hugo gostava de brincar com bonecas, por alguma razão até hoje desconhecida. Ele construía cercados para todas elas, e dizia que faziam parte de um circo. Vai entender.

2: Tio Hugo tinha uma coleção de mexilhões. Eu não sei o que são mexilhões, mas minha mãe falou que eles são meio estranhos, porque Tio Hugo fantasiava todos eles.

3: Tio Hugo gostava de inventar coisas, algumas delas bem simpáticas.

4: Tio Hugo é o único bruxo do mundo que conseguiu confundir um dementador.Tá, isso é lenda.

5: Tio Hugo curtia um uísque. Curtia bastante. Uma vez, no batizado da minha mãe, ele virou umas dez garrafas, e começou a fazer malabarismos com velas, até que o vestido da minha outra tia pegou fogo, e ele tentou apagar com mais uísque.

6: Minha tia sobreviveu, só para constar.

7: Mas parou de falar com ele, até que no aniversário de cinco anos da minha mãe ela perguntou se ele ia pedir desculpas.

8: E ele disse que não, porque não lembrava quem ela era.

9: Então ela virou um tapa na cara dele.

10: E ele desmaiou, porque estava caindo de bêbado.

11: Ele morreu quando eu tinha nove anos, e disse que eu era que nem ele.

12: Minha mãe virou um tapa na cara dele.

13: E semana passada disse que errou ao fazer isso, porque eu realmente tenho problemas parecidos com os dele.

14: Só porque eu disse que iria viajar com Sirius até o Alaska e comprar um pufoso polar para adotar como mascote.

15: Sirius está me olhando daquele jeito de novo. Vou socar a cara dele agora.

XXX

Bom, parei de devanear a tempo de ver Sirius tirar uma caixa grande escrita: Tio Hugo.

- E aí? – perguntei a Sirius, e só depois percebi que ele estava pálido e assustado, com a mão no peito (é, sou descuidado com os amigos, blábláblá.)

- Quase fui morto por um frango de borracha que saltou dessa caixa. PORQUE DIABOS SEU TIO TINHA UM FRANGO DE BORRACHA? QUE ATACA AS PESSOAS, AINDA POR CIMA.

Cuidadosamente, fui até a caixa e enfiei a cara lá dentro. Tinham uma vassoura, um chapéu e vários cadernos de anotações antigos.

- Olha, uma vassoura! – gritei, pegando aquela coisa linda de dentro da caixa.

- James, eu acho melhor você...

Sirius tentou me avisar, mas não deu tempo. Quando eu vi, a vassoura tinha criado braços e pernas, se amarrando no meu pescoço.

- Mas o que d... – comecei, mas não consegui terminar, já que o cabo da vassoura acertou em cheio a minha cara e quebrou os meus óculos no meio. Preciso destacar que sem os meus óculos eu fico semi – cego, obrigado. Senti a vassoura me empurrar para frente, enquanto os gritos de Sirius ecoavam em algum lugar da minha mente confusa:

- Sra. Potter! Uma vassoura tá dançando tango com o James!

Tango? Ah, essa cena deve ser memorável. Obrigado por não rir de mim, Padfoot.

Ouvi minha mãe correr para cima xingando meu Tio de todos os palavrões que eu conheço e mais alguns e a vassoura me soltou. Claro que já que me arrebentei no chão, minha alegria não foi tanta assim.

- Oh, amorzinho. Cuidado, Jimmy!

Hey! Ela não vai me liberar?

- Toma aqui. Ela consertou os óculos. – Sirius me estendeu os meus óculos, e a vassoura (ou melhor, os restos mortais dela, porque minha mãe simplesmente arregaçou com a dançarina). Sirius, muito inteligente, enfiou a cabeça dentro da caixa de novo.

- Que estranho, né? Será que esse chapéu vai me puxar pra dançar também? – ele perguntou quando pegou no chapéu velho que estava lá dentro (para vocês verem como ele aprende com as más experiências alheias. Reflitam fortemente.)

- Sirius, eu acho que não é uma boa ide...

- Calma, Prongs! Eu to tranquilo, olha só!

Estava realmente tudo tranquilo. Até o idiota por aquela bosta na cabeça.

- Acho que você devia tirar isso...

De repente, Sirius paralisou na minha frente, e abriu os olhos de um jeito realmente esquisito.

- Pads, você tá bem?

- Cara, você não sabe! Tá com duas cabeças, colega!

Eu, duas...?

- Sirius, eu tenho só uma...

- Perna! Cara, você deve ter só uma asa também, porque tá se virando tooodo pra cima!

Revirei os olhos e fui até ele.

- Meu tio era louco, me dá essa bosta desse chapéu.

- Não, só se você tirar essa lesma aí da sua orelha.

Quê? Ótimo, isso é tudo que eu mereço. Me virei para ver se tinha alguma coisa nos papeis (aliás, tem cada coisa estranha) por um minuto, até que um grito me fez gelar.

- Vou pular no três! Um...

Ai. Deus.

- Sirius, seu retardado!

Corri feito louco até ele, que parecia prestes a pular da janela.

- Desce daí!

- Dois...

Pulei em cima dele e arranquei o chapéu na marra da cabeça dele. Bom, logo depois me arrependi, porque o Sirius é realmente pesado e caiu em cima de mim. Devia ter deixado ele pular da janela. Uma palavra: ai.

- Nossa, eu ia morrer! Hum... James?

- Aqui em baixo, lesado.

- Ah! Olha só!

Quando consegui voltar a respirar nós trancamos a caixa com a vassoura e o chapéu (as anotações nós contrabandeamos para meu quarto, depois de ter certeza de que nenhuma delas matava, dançada ou enlouquecia) e arrastamos para um canto. Até colocamos alguns livros em cima. Quero ver aquela vassoura dançar pra fora dali agora. Muahuahua.


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