O Esquecido escrita por NinaDeane


Capítulo 24
Despedidas e boas vindas


Notas iniciais do capítulo

O último capítulo...



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      Acordei com uma leve dor de cabeça, e percebendo que ainda não havia feito as malas pulei da cama rapidamente e comecei a juntar minhas coisas. Era o último dia de acampamento, o dia em que iríamos embora. Menos os campistas de ano inteiro, é claro. Olhei para a cama ao lado e vi Megan dormindo já estava na hora de acordá-la.

   —Meggie?—falei docilmente ela abriu os olhos bem devagar e murmurou uma coisa muito estranha.

   —Por que maçãs não têm pernas? Elas podiam sair andando e elas poderiam conhecer as bananas, elas seriam boas amigas. Daria para fazer um Reality Show: "A maçã e a banana".

    —Megan, levanta.

    —Ahn? É o que? —ela se sentou na cama esfregando os olhos e depois os abrindo—Ah, oi Percy.

    —Você já arrumou suas coisas?

    —Uhum, e você?

    —Já estou quase terminando. Agora vá se arrumar e tome café da manha, o carro chega em quatro horas.

    —Tá bom—ela respondeu e foi trocar de roupa enquanto eu terminava de arrumar minhas coisas.

    Minha mãe iria me buscar ao meio dia e eu teria mais alguns dias de férias antes de ir para o acampamento. Annabeth iria para um internato em Nova York, Nico ficaria no acampamento, Olívia iria para a Califórnia (ela nasceu lá) e minha irmã ia para um orfanato. É triste, eu sei, mas sua mãe havia sido morta por Megera. Depois de arrumar tudo fui para a colina meio sangue, já era onze e quarenta e cinco. Vários campistas estavam lá, esperando pelo transporte. Encontrei Megan sentada ao pé do pinheiro de Thalia, lendo "Orgulho e Preconceito".

   —Hey—disse me sentando ao seu lado.

   —Oi—ela disse marcando a página que parou e fechando o livro—Ei, a Annie também vai para NY, né?

   —Vai, graças aos deuses ela vai.

   —Sabe Percy, eu acho que um dia vocês ainda vão se casar—minha irmãzinha sorriu e eu corei.

   —Sei lá, Meg...

   —Quer apostar?

    —Com certeza.

    —Então, quando você casar com a Annabeth, vai ter que... Me dar um CD! O CD que eu quiser.

   —Feito—sorri e apertamos as mãos fechando o acordo. Ouvi uma buzina e vi o carro de minha mãe parado no asfalto—Ah, eu tenho que ir... Que horas seu carro chega?

   —Deve chegar daqui a pouco.

    —Hum. Cuide-se, maninha—eu disse a abraçando.

    —Pode deixar—ela sorriu e voltou a ler.

     Desci a colina e entrei no carro de minha mãe. Lá de cima Megan acenou para mim, e acenei de volta. Então me senti um pouco mal por ela estar indo para o orfanato. Tinha certeza que ela não ficaria bem lá.

   —Percy? Está tudo bem?—minha mãe perguntou ao notar meu olhar preocupado.

   —Hã? Ah, está sim, eu só estava pensando. 

   —Como foi o verão?

   Assim expliquei tudo para minha mãe, desde quando encontramos Megan até o fim da guerra enquanto íamos para casa. Ela me pareceu um pouco chocada quando soube que eu tinha uma meia irmã, mas logo essa impressão passou. E eu não sabia que naquela noite eu iria descobrir algo importante. Era tarde da noite quando ouvi um barulho. Eu estava na escada de incêndio, pensando, e minha mãe e Paul dormiam.

   —Percy—ouço uma voz familiar dizer e quando me viro me deparo com Jenna.

   —Jenna? O que vice faz aqui? Onde esteve esse tempo todo?

   —Isso não importa. Vamos fugir, Percy. Tenho duas passagens para a Grécia, podemos começar o plano lá.

   —Hã? Mas que você está falando?

    —Destruir o Olimpo, Perseu!  Os deuses já governaram por tempo demais, e olhe a situação do planeta! E agora é a nossa vez. É a vez da nossa geração governar. Nergal era só uma isca.

   —Eu já entendi o que está acontecendo. Você é a ajudante de Nergal!—falei com raiva.

   —Ah, finalmente você provou ter um cérebro.

    —Você é igual à Luke. Mas não vai conseguir o que quer.

    —Ah, você deve estar falando do Castellan. É, eu fiz uma visitinha a ele nos campos Elísios. Mas a diferença é que sou independente, e eu nunca irei me render. Pense bem Perseu. Pense no que os homens de hoje são. E os deuses poderiam ter feito do mundo um lugar melhor, mas são preguiçosos demais até para se importar com seus próprios filhos! Junte-se a mim, e podemos governar juntos. É sua última chance—eu podia perceber o ódio e a frieza na voz da garota.

   —Eu nunca me juntaria a você.

   —Pois bem. Adeus, Percy—Jenna subiu na grade da escada e antes que eu pudesse impedir pulou para a rua. Mas quando olhei para baixo ela não estava lá.

***********************

Depois de dois dias eu me decidi. Minha mãe havia aprovado minha decisão, e Paul também. Eu iria buscar minha irmã no orfanato.

   —Bom dia—disse à recepcionista do lugar.

   —O que você quer?—ela respondeu indiferente enquanto lixava as unhas. O orfanato era um lugar velho, não muito grande e quase caindo aos pedaços. Por todos lugares haviam cartazes com escritos como "Adoções a partir de dezesseis anos" e "Adote uma criança, faça ela feliz".

   —Eu gostaria de fazer uma adoção.

   —Tem que ter no mínimo dezesseis anos para fazer adoção, deixe-me ver sua identidade.

   Eu entreguei minha carteira de identidade e ela anotou algumas coisas em um papel. Eu estava ficando nervoso com aquela enrolação toda, e se outra pessoa já tivesse adotado minha irmã?

   —Pois bem, senhor Jackson. Me acompanhe por favor.

    Ela me levou para uma sala grande onde várias crianças e adolescentes estavam. Era uma bagunça: pessoas brigando, criancinhas chorando, e uma sujeira inacreditável. Aquele realmente não era um bom lugar de se estar. Avistei Megan sentada em um sofá tentando ver televisão, mas um garoto pequeno puxava seu cabelo e outro batia em seu braço com um martelo de plástico enquanto ela estava prestes a surtar.

   —Então senhor, qual delas vai querer adotar?

    —Ela—apontei para Meg.

     —Tá. Espere na recepção por favor, num minuto ela estará pronta—a mulher disse e voltei para a recepção—Jones, arrume suas coisas, tem alguém querendo te adotar!—pude ouvir ela gritar na outra sala.

   Logo ela apareceu, mas Megan estava escondida atrás dela, carregando duas malas e uma mochila.

   —Saia daí—a recepcionista sibilou e minha irmã saiu cabisbaixa—Agora diga oi para o senhor Jackson, que veio te adotar.

   Assim que ela ouviu o "Jackson" ergueu a cabeça e deu um sorriso de orelha a orelha.

   —É um prazer conhecê-lo senhor Jackson—ela estendeu a mão e eu a cumprimentei.

   —Aqui está o certificado de adoção, assine aqui por favor—a mulher disse e assinei o documento—A Sweet Dream Adoption Center agradece sua adoção—ela falou voltando a lixar as unhas e saímos do orfanato.

   —Percy!—minha irmã me abraçou assim que saímos—Graças aos deuses! Eu fiquei com medo de outra pessoa me adotar!

   —Eu não iria deixar. Agora vamos para casa.

    E então a levei para casa, onde foi bem recebida. Ela se adaptou facilmente e Paul até conseguiu uma vaga para ela na Goode. E assim foi o final feliz de mais um verão. Mas aquele com certeza não seria o último, e certamente que muitas aventuras nos aguardavam. Afinal, a vida de um meio-sangue é assim.


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Notas finais do capítulo

Então gente, este foi o último capítulo de O Esquecido, espero que tenham gostado... Essa é a minha primeira fanfic, e eu lembro até hoje do meu nervosismo de quando mandei para o anaklusmos.com... Enfim, queria agradecer especialmente as minhas amigas Pietras, Clarice_Flores e AliceCMB, que me ajudaram a construír a fic. Beijos e muitíssimo obrigada por lerem :)



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