Quando Felipe Conheceu Johnnie escrita por Zoombie_Misora


Capítulo 1
O Primeiro Olhar


Notas iniciais do capítulo

Gente!
O casal ternura ataca novamente!
Só que com a história de como se conheceram!

Como eles são daqui da minha terra, resolvi pegar um pouco mais do sotaque gaúcho. Qualquer palavra que vocês são compreenderam, pode mandar no review que eu respondo, ok?

Beijos



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Felipe já estava ficando cansado. Estavam andando sem parar pela escola e não encontravam as outras amigas. O loiro sabia que as duas eram namoradas, por isso não fazia muito questão de encontrá-las... Talvez elas tivessem sumido para curtir um pouco o romance...

Será que a Mary sabe das duas?

-Mary... –Perguntou o loiro meio manhoso. –Tem certeza que quer encontrar elas?

-Lipe, eu não caminhei esse montão pra não encontrá-las! –Respondeu a morena um pouco ríspida. –Porque você não chama por elas, loira?

-Já disse pra não usar esse apelido em público!

A menina fez que não escutou e continuou a caminhar na frente do amigo.

Felipe tem 15 anos e sua amiga se chama Mary. Ele é descendente de alemães, herdando os olhos verdes claríssimos, cabelos loiros cevada e pela branca, praticamente como a de um albino. Seu problema é ficar cheio de bolinhas no rosto por causa do sol.

Mary o chama de loira, pois Lipe é a cara da irmã gêmea de seu pai, tendo traços extremamente femininos. O nariz é fino, a boca é desenhada e carnuda, a pele é macia e quase não possui barba!

Para a sua amiga, o corpo de Felipe decidiu na última hora que não seria o de uma menina.

Estão desde as 8h30 da manhã em um evento de anime em Porto Alegre. A escola é incrível aos olhos do loirinho, afinal ele mora em Charqueadas. Como tem muitos amigos na capital do estado, o pai lhe dá um dinheiro para poder visitá-los de vez em quando.

Uma das garotas que procuram, se chama Pink, a Pin Up mais linda que qualquer já viu. A outra, é a Maria dos Gritos, a única mulher com testosterona o suficiente pra cantar Matanza e fazer um montão de machos babarem.

-E se a Pink foi abduzida por um macho? –Mary perguntou.

-Duvido que alguém aqui seja macho o suficiente pra pegar uma mulher com 1,72 em cima de um salto. –Respondeu o loiro. –Vamos sentar e comer alguma coisa, já é uma hora da tarde!

-Tá.

Felipe ergueu as mãos pro céu. Era a primeira vez desde que eles chegaram que a garota havia o escutado.

Resolveram sentar na praça de alimentação. Como a morena estava com muita fome, foi pedir um xis. Quando voltasse, o loiro iria comprar o seu almoço em uma barraca de comida japonesa que estava aberta nas stands. 

Brincando com alguns de seus bottons pendurados na mochila, esperou a amiga. Quando estava distraído, sentiu um beijo na sua bochecha. Pulou de vergonha e susto, se deparando com o amigo Nando.

-Fernando! –Gritou o loiro. –Tu enlouqueceu? Quase me matou!

-Mas foi engraçado! –O branquelo riu como nunca.

Fernando morava em Porto Alegre e era para a casa dele que o loiro ficava sempre que vinha. O menino era praticamente uma boneca. Sua pele era branca como cera, macia como um pêssego e seu cabelo extremamente preto, contrastava com os olhos azuis céu que possuía.

Seu corpo era de dar inveja a qualquer um. Coxas fartas e macias. Bumbum de bebê e era magrinho ao extremo, mas ficando bonito. Mesmo pesando pouco não parecia anoréxico e comia pra caramba.

-Gosto do short? –Perguntou o moreno virando e mostrando o mini short. Por causa de suas proporções e altura, conseguia ficar sexy em tudo que usava, nunca vulgar.

-Fico lindo. –Lipe elogiou.

-Tu tem que usar isso, sabia? –Nando sentou ao seu lado. –Vai ficar muito lindo em você!

-Não tenho seu corpo de modelo. –Respondeu o loiro corado.

-Nem inventa desculpa! Eu vi essas suas carnes quando tava se trocando... Curva você tem!

O loiro não falou nada. Apenas virou o rosto e ficou observando os otakus indo e vindo. Gostava muito de ficar lá.

Já tinha 16 anos, estava começando a pensar em faculdade e seu maior sonho: Estudar na UFRGS.

Não tinha certeza do curso que iria fazer, afinal não sabia se levava jeito para alguma coisa, mas não iria descansar em paz até conseguir assistir uma aula na universidade.

Estava ficando difícil convencer sua mãe que um dia iria se mudar para Porto Alegre. Mas não podia fazer nada! Sentia-se bem na cidade que abrigavam os eventos de anime. Não parecia ser tão anormal gostar de ler de trás para frente ou decorar músicas que mais pareciam trava línguas do que canções.

Avistou Pink e Maria vindo. Sorriu para elas e vez sinal com a mão para que elas o encontrassem. Atrás delas, estava uma trupe de Rockabilly!

Eram todos com as suas jaquetas de couro, jeans, topetes no estilo Elvis. As meninas usavam seus espartilhos lindos e mostravam a cintura finíssima. Todos estavam dançando e rindo. Até que ele chamou a sua atenção.

Um deles era moreno de pele clara, sorriso charmoso e topete perfeito. O moço não estava dançando junto, apenas estava na volta do grupo, tirando fotos deles. Seus olhos castanhos mel eram tão intensos, que Felipe achou que seu coração estava parado.

O loiro nunca tinha acreditado nessas coisas de amor à primeira vista. Mas o que estava sentindo no instante que os olhares se cruzaram, foi sem descrição. Ele não controlou os lábios e apenas sorriu.

A boca carnuda do moreno sorriu também, deixando os piercings enfeitando aquela imagem. Os dentes brancos, os caninos definidos... Aquele maxilar era divino. Seu corpo parecia forte e seu jeito era meigo.

Felipe sentiu o coração palpitar, dando sinal de vida. Estava hipnotizado. Sentiu o rosto pegar fogo quando o moreno pareceu se aproximar de si.

Foi quando Maria deu um tapa em seu pescoço, o acordando do transe.

-Maria! –Ele falou ficando sem graça. –O que houve?

-Aquele cara se chama Johnnie. –Disse a menina sorrindo. –Eu acho que ele está interessado em você.

-Por quê?

-Eu conversei com ele... E ele disse que seus olhos são lindos.

-Ele deve ter me confundido. –Lipe estava quase morrendo de vergonha. –Deve ter me confundido com o Nando.

Realmente não haveria como um garoto tão bonito dar atenção para Lipe se o moreno estivesse do seu lado. Enquanto Nando vestia um colete, deixando a barriga aparecer, botado os olhos em evidência com a maquiagem, tirando o cabelo, que estava perfeito como sempre, Lipe de apagava.

O loiro usava uma camisa vermelha com caveiras pretas, skinny preta, All Star normal e uma máscara de médico cheia de tic-tacs de ursinhos. Os cabelos estavam bem curtos, bagunçados e por causa do sol, ele estava vermelho.

Mesmo assim podia se notar os olhos verdes.

Mas um menino lindo daqueles não iria dar bola.

-Tô falando sério, Lipe... –Maria sorriu. –Vai dizer que ele não é um gato?

-Eu vou comprar minha comida! –O loiro se levantou. Estava mais corado o que o normal. –Alguém vai comigo?

-Eu vou! –Disse Nando se levantando.

-Ótimo! Diz pra Mary que eu já volto!

Felipe pegou a mão do amigo e o puxou para longe. Como tinham duas saídas da praça de alimentação, o loirinho resolveu ir pela que passava mais longe possível dos Rockabillys.

Saindo da praça de alimentação, Nando parou de repente. Um cara simplesmente tinha lhe dado uma cantada.

-Nando, quer ficar aí? –Lipe perguntou. Quando se virou, viu que era um garoto muito chato e que sempre cantava o pobre do guri.

-Olha guri, eu não quero. –Nando disse.

-Bah... Tu nem vai me escutar? –Perguntou o garoto.

-Não...

-Por quê?

Lipe botou a mão na cintura do outro, abaixou a máscara de médico e selou de leve os lábios do amigo.

-Ele já tá comigo. –O loiro decretou pegando a mão do outro. –Vamos, Nando.

Os dois saíram com um sorriso no rosto e trocando alguns cochichos. Não sabiam se o outro caiu, afinal Nando tinha ficado com outro menino no começo da manhã. Mas o que importava é que o garoto tinha saído.

-Eu vou comprar uns bottons, ok? –Nando disse quando chegaram nas stands. –Cuidado pra não encontrar o seu Rockabilly boy.

-Calado! –Felipe já estava vermelho como um pimentão. –Eu vou comprar um lamen, o que pode acontecer?

-Tudo. –O moreno disse. –O seu futuro pode se decidir agora.

-Chega de revistas de horóscopo pra ti. –Disse o loiro indo para o stand.

Odiava quando o outro lhe falava essas coisas, mas não podia negar que queria o destino ao seu lado e com aquele rockabilly de presente.


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Notas finais do capítulo

Gente, o que será que vai acontecer?
beijos até o próximo chappie