Um.

            Andar sem rumo não era fácil, ainda mais na forma humana. Fora logo nas primeiras semanas que, Leah, desistiu de assumir a segunda forma, pois toda vez que o fazia Seth estava na linha, por assim dizer, e ás vezes Jacob também. Então, se seguia um discurso de como ela era uma egoísta por ter ido embora, que todos estavam muito preocupados com ela, que a mãe pedia que ela voltasse, e finalmente, que Sam e Emilly... Quando chegava nessa parte ela voltava a ser humana. Não precisava ouvir isso.

            Uma das primeiras coisas que Leah fez ao deixar Forks, foi pegar um canivete e esfolar o ombro onde estava a tatuagem do bando, não queria nenhuma lembrança de Sam. A dor da lamina cortando sua pele era insuportável, mas ela agüentou sem nem ao menos gemer. Quando terminou, tocou fogo naquilo que um dia fora pedaço dela, agora era passado, já conseguia se sentir mais leve sem o maldito desenho.

------------- Enquanto isso, em Forks. ----------------------

Aidan estava na biblioteca da nova casa, deitado sobre o divã tentando se concentra na leitura de um dos livros de sua escritora favorita, Agatha Christie. Mas, os ruídos e gemidos que vinham dos andares superiores o estavam incomodando, podia claramente distinguir o som de Myridan tomando banho e os sons que realmente o estavam perturbando eram os feitos pelos dois J, Jean e Justine, que deviam estar a fazer sexo mais uma vez naquela manhã, na verdade eles haviam feito a mesma coisa a noite toda.

O belo vampiro desistiu de tentar ler, passou a mão pelo cabelo castanho avermelhado decidindo sair. Pegou as chaves de seu Lancer Evolution vermelho e dirigiu calmamente em direção a casa dos Cullen. Fizera amizade com os excêntricos vampiros, sempre que ia lá havia as quedas de braço com Emmet, as partidas de xadrez com Carlisle, os joguinhos de adivinhação com Alice e Jasper, apesar dele em si não participar, tambem haviam as conversas amenas junto  varanda em companhia de Esme, mas o verdadeiro motivo de suas freqüentes visitas vinha aninhada aos braços de Bella Cullen ou de Edward, ou ainda nos de Jacob, era a pequena Reenesme.

Assim que o avistava o rosto da menina se iluminava em um enorme sorriso maroto, suas pequenas mãos tocavam o rosto de quem a carregava possivelmente num pedido silencioso de me bote no chão.  Então, alegremente a pequena mestiça se punha a correr com seu lindo vestidinho de babados na direção de Aidan, este a pegava nos braços, a erguia no ar e rodava com ela tirando deliciosas gargalhadas da criança, risos de todos que assistiam a cena, exceto pelos olhares ciumentos de Jacob.

A mãozinha gorducha da menina lhe acariciava a face glacial, então, ele tinha um vislumbre de seus infantes pensamentos, que normalmente era o de Reenesme, ele e Jacob brincando, dessa vez ela queria que brincassem de pega-pega. Aidan sorria divertido para a pequena a seus braços.

-- Como quiser minha, bonequinha. – respondia. Ela sorria e voltava o seu olhar a Jocob, então fazia sinal para que ele se aproximasse de nós.

-- Meu Jacob! – ela chamava com sua voz infantil. Rapidamente o transformista vinha ao nosso encontro. Então eu a passava para seus braços quentes e ela tocava-lhe a face, assim como fizera com Aidan. Jacob sorria para sua adorada.

-- Tá com você - dizia ele para Reenesme a colocando no chão. Logo estavam os dois correndo, com a linda menina em seus encalços e não havia mais uma criança, mas sim três.

------------------- Três anos depois -------------------

            Leah já havia mochilado por quase todo o país, na maioria das vezes nem sabia em que cidade estava, tudo o que desejava era o máximo de distancia possível que pudesse ser colocada entre ela e Sam.

            A forma humana durante esse tempo havia se revelado bem problemática, pois precisava de dinheiro, para comer, para se vestir, não levara roupa suficiente e as poucas rasgavam quando ela decidia se esconder nas florestas. De vez em quando sentia uma enorme necessidade de ter uma cama para dormir, em vez da areia fria ou de um banco duro.

Foi assim que começou a fazer pequenos furtos por onde passava, gêneros alimentícios, peças de vestuário, às vezes quando possível a vil moeda, quando tinha sorte. Então, pagava um hotelzinho barato de beira de estrada, tomava um banho descente, lavava as poucas roupas que tinha e ,finamente, dormia um pouco desfrutando dos lençóis e travesseiros.

            Já estava vivendo assim há três anos, e seu coração já há algum tempo gritava que era hora de voltar, de encarar o casamento de Sam e Emilly, já que com certeza a cerimônia já deveria ter sido realizada.

Era hora de voltar, estando pronta ou não.

            Foi com sua decisão tomada que a bela Quileute deixou o hotel, se dirigindo a mata que ficava do outro lado da auto-estrada. Quando já tinha adentrado suficientemente a floresta fechada, fez o que há quase três anos não fazia, se transformou em loba, como o esperado, logo sua mente foi bombardeada pela voz desesperada de Seth, seu irmão.

            -- Leah! – gritava ele. – Ainda bem que você está viva.

            -- Diga a todos que estou voltando. – foi tudo o que Leah disse. Virando humana novamente.