Perfeito para Você escrita por Thatah


Capítulo 24
Capítulo 24 - Visita Noturna




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A educação para o sofrimento, evitaria senti-lo, em relação a casos que não o merecem.

Carlos Drummond de Andrade

A noite já havia anunciado sua chegada. O que significava que Jacob e eu tínhamos que voltar. Charlie poderia estar preocupado com a minha longa saída. Lembrei-me que não havia deixado nenhum bilhete dizendo onde estaria, e nem tinha como informá-lo, já que nem eu tinha idéia para onde queria ir antes mesmo de entrar no carro.

Passamos primeiramente na casa de Jacob, onde ele me disse que estava sendo preparada uma longa despedida, mas a casa – estranhamente – estava fechada. Não havia ninguém, nem mesmo Billy estava por lá, nem mesmo um bilhete avisando o local onde ele poderia estar.

Jake e eu estávamos tão felizes, que nem se quer imaginamos o que poderia ter acontecido.

– Leah deve ter passado aqui e dito a todos o que aconteceu na praia. – Jake disse.

Não consegui pensar em mais nada que pudesse justificar aquela cena.

– Mas, onde pode estar Billy? – perguntei – ainda – sentindo que algo estava estranho naquela historia.

– Há! Aquele jornalzinho ambulante. Deve estar na casa de Sue fofocando, onde mais ele poderia estar? – Jake completou.

Seguimos em direção a minha casa. Os dois, parecendo hipnotizados com aquele momento. Nós estávamos finalmente juntos! E todo aquele calor, me aquecendo, era a prova concreta de que minha felicidade finalmente estava completa.

Jake estacionou o carro – a minha Mercedes guardian dada pelo Edward – em frente a minha casa.

– É uma pena ter que dizer isso, mas agora que finalmente nos entendemos, e para que não haja mais nenhum atrito entre nós – ele mordeu os lábios – acho que chegou a hora de você se desfazer de vez do seu passado.

Olhei para ele sem entendê-lo, completamente alheia as suas palavras concentrada apenas no brilho de seus olhos.

– Não quero que você tenha nada que os lembre… Ele em particular. – completou Jake, sem sorrir.

Finalmente compreendi onde ele queria chegar. Sorrindo concordei. Aquele carro era apenas um capricho de Edward, cheguei a pensar em devolvê-lo inúmeras vezes, finalmente havia chegado o momento de me desfazer dele.

– Farei o que você quiser… aquilo que te deixar feliz, eu farei! – Disse aproximando-me de seu corpo.

Jake ajeitou-se melhor no banco e trouxe-me para junto de seu corpo, suas mãos enroscaram-se em minha nuca. Seu olhar fixou-se no meu.

– Ter você assim ao meu lado já me é suficiente… - sussurrou ele, antes de me beijar.

Ter seus lábios nos meus depois de tanto tempo sem ter ao menos a certeza de que um dia ele me perdoaria, era a melhor coisa. Não havia dúvidas de que era ao lado dele que eu queria ficar. Ficar sem Edward eu agüentava, mas sem Jake… seus seu sorriso, sem seus lábios nos meus… e principalmente sem seu abraço… Não. Sem isso eu não poderia ficar.

– Já esta tarde… - Jake disse dando-me vários selinhos. – Preciso voltar para casa.

Uni nossos lábios mais uma vez.

– Fica mais um pouco, por favor! – supliquei ainda em seus lábios. – Não quero ficar longe de você.

Senti seu sorriso emoldurar-se em meio aos meus lábios.

– Preciso mesmo ir, Bells. Acredite quando digo que também não quero me separar de você… mas teremos muitos outros momentos para ficarmos juntos e aproveitar um ao outro e…

Não deixei que ele terminasse, uni novamente nossos lábios. Só de pensar em me separar dele já me deixava com o coração em pedaços.

Jake se distanciou um pouco para me olhar.

Novamente o uivo se fez ouvir, mas desta vez ele parecia sofrido. Corri em direção a floresta, mas como um passo de mágica o tempo que já não estava muito bonito, demonstrou que hoje seria uma longa noite, solitária, fria, chuvosa e muito saudosa. A chuva engrossou em uma questão de segundos, corri em direção a minha casa para me proteger dela. Olhei novamente em direção a floresta, Jake não se manifestou, talvez ele já estivesse longe. Mas então o que foi aquele uivo dolorido? Imaginei ser Jake me “dizendo” que também estava triste em me deixar.

Vencida acabei por entrar em casa, desta vez estranhando o silêncio. Já passava das onze da noite e nada de Charlie me ligar, nada de Charlie rondar Forks inteira atrás de sua filha. O que estava acontecendo aqui? Charlie não se preocupava mais com minha segurança?

Fechei a porta atrás de mim procurando pelo interruptor. A casa estava silenciosa, parecia que não havia ninguém ali. Nada! Nem mesmo a televisão estava ligada, olhei firmemente em direção ao sofá, o lugar onde esperava encontrar Charlie nem que fosse dormindo, mas nada. Ele não estava ali.

– Charlie?

Gritei por ele, assim que ouvi algo se quebrando no andar de cima.

Consegui finalmente achar o interruptor, a luz se ascendeu por meio segundo e então com um estrondo se quebrou.

– Merda! – gritei assim que escorreguei em um dos cacos.

Senti um leve ardor em minhas mãos e então percebi que elas haviam se cortado.

– Ótimo! Isso era tudo o que eu precisava.

Bufei irritada colocando-me em pé e indo em direção a cozinha. De repente outro estrondo, desta vez o barulho estava bem próximo a mim, olhei assustada em volta a procura de algo que pudesse ter feito tal barulho, mas não consegui enxergar nada, mesmo com a pouca iluminação que vinha da rua não foi possível ver nada.

Consegui ascender à luz da cozinha, deixando uma enorme marca de sangue na parede. As luzes demoraram para ascender, mas enfim deram o ar de sua graça iluminando fracamente a cozinha.

– Que bom, até as lâmpadas resolveram-me “ajudar” hoje. – resmunguei irritada virando-me em direção aos armários para poder pegar algo que pudesse colocar em meus machucados que agora latejavam.

Meu corpo inteiro se arrepiou, o meu coração martelou acelerado e dolorido. Fechei os olhos na expectativa de que aquilo não passasse de obra da minha mente. Mas não, ele realmente estava ali diante de mim.

Minha voz desapareceu por completo, eu conheceria aqueles olhos vermelhos em qualquer lugar. Aqueles olhos, olhos que anunciam morte, me encararam sorridentes. Um olhar pavoroso. Um vampiro em minha casa, um vampiro desconhecido e sedento por sangue me encarava friamente. Seus olhos brilhavam e cintilavam medo, perversidade.

Eu já havia visto aquele olhar em minha direção, mas até mesmo o olhar de Victória seria um olhar “amigo” perto deste que me encaravam.

O que ele fazia em minha casa? Charlie? Pai! Meu Deus esse silêncio… De repente o desespero silencioso que havia me tomado, ficou mais ruidoso, não era mais a minha vida que eu temia. Charlie. Ele… não… meu coração se manifestou descontente e apavorado diante dessa possibilidade. Mas diante das circunstâncias...

Apertei meu braço em volta de minha cintura, senti o sangue escorrer por meus dedos. O vampiro me olhou e ergueu lentamente a cabeça como se estivesse se deleitando com o cheiro do meu sangue e então me olhou novamente, desta vez seu olhar estava irracível, ele então mostrou-me suas presas e aproximou-se de mim.

Fechei os olhos desejando mais do nunca a presença de Jake, porque ele não aparecia, o que estava acontecendo? Ele não conseguiu sentir o cheiro desse sanguessuga?

Minha mente tomada pelo medo ficou ainda mais apavorada ao lembrar-se do uivo dado por Jacob a poucos minutos… poderia ter sido um uivo de dor, mas não por ter me deixado e sim por ter sido atacado.

Desta vez não contive as lágrimas e esperei por minha morte. Sim, porque não havia mais pelo que viver, e mesmo se houvesse, a esta hora não haveria mais chances de me salvar. Haveria?!

Senti suas mãos frias tocarem meus braços, puxando-me pelos pulsos em sua direção. Um grito abafado sai por minha garganta. O choro dolorido ficou preso em minha garganta feito um nó, fazendo-me respirar com dificuldade.

Jacob eu te amo! Foi tudo que consegui pensar assim que senti sua língua lamber o sangue que escorria de minhas mãos pelo meu braço.

– Bem que me disseram que seu cheiro é irresistível… - sua voz sombria causou arrepios ainda mais violentos por meu corpo.

– O que você está fazendo? – Ouvi uma voz familiar sibilar irritada. – Afaste-se dela!

Não consegui abrir os olhos, apena ouvi o barulho ensurdecedor de algo se chocando, de repente ouvi o barulho de madeira sendo quebrada, arrisquei abrir os olhos assim que percebi que aquela voz não era de longe a que eu esperava ouvir.

Reconheci de imediato aquela voz, embora me recusasse a acreditar que ela não tenha compreendido minhas palavras.

– Bella está com medo seu inútil. Será que é tão difícil entender e executar uma simples ordem?

Meus olhos permaneceram cerrados por mais alguns segundos, dentro de mim o desejo de ver Jake ali, naquele exato momento, mas nem um sinal de que ele estivesse a caminho. Nenhum uivo, nenhuma porta sendo arrebentada… Nada!

– Finalmente posso contemplar estes lindos olhos castanhos, Bella. – Alice aproximou-se de mim com aquele sorriso, antes contagiante e meigo, agora completamente sínico e dissimulado. – Perdoe este pobre imbecil, ele esta aprendendo a se controlar. – Concluiu a frase em meio a um sussurro.

Não consegui olhar fixamente em direção ao vampiro que ameaçou me morder segundos atrás, meus olhos vasculharam o rosto sinico de Alice, que me olhava como se nada de grave estivesse acontecendo ali.

– O que você esta fazendo aqui Alice?

Era tudo o que eu precisava saber no momento, pouco me importava em saber quem era o vampiro que invadiu minha casa.

– Como assim, o que estou fazendo aqui? – Alice olhava-me como se tentasse mesmo compreender minha pergunta, como se duvidasse de minha expressão.

– Você não… - Sua sobrancelhas se arquearam como se ela tivesse se dado conta de um fato importante – Ah! Simples. Volto já…

Ela colocou-se na ponta dos pés me analisando, deu uma rápida olhada para trás, onde o vampiro intruso encontrava-se.

– Preciso de alguns minutos a sós com minha amiga. – Sua voz era serena ´- Saia, agora!

Como em um piscar de olhos Alice moveu-se e com essa mesma rapidez retornou diante de mim com algo em suas mãos.


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Notas finais do capítulo

Quem vê cara não vê coração.
Alice bem lhe avisou, mas Bella não lhe fez caso...
O que será que irá acontecer?



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