até o Sol se Pôr. escrita por Julyana


Capítulo 10
Capítulo 10 - Final


Notas iniciais do capítulo

Bem pessoal estamos chegando ao último capítulo da nossa história.
Espero que vocês gostem e eu gostaria de agradecer a todos que leram e comentaram.
Essa história alcançou muito mais que eu podia imaginar e eu quero agradecer a todos vocês.
A presença, opinião e amizade de cada um de vocês foi o mais importante incentivo para que chegassemos até aqui.

E vamos ao capítulo *---*



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/105212/chapter/10

Era estranho estar partindo. Mesmo rodeada de pessoas que requisitam a sua atenção você acaba se voltando para o caminho que te levou até ali. Faziam hoje 8 meses que eu e Sirius namorávamos e por volta de 10 a que nos conhecíamos, mas, para ser sincera, isso não queria dizer nada para mim e creio que para ele também não.

Nós nos conhecemos em fevereiro desse ano, o inicio do ano letivo. Nosso primeiro encontro, por assim dizer, havia sido 2 meses depois, dia 14 de abril, quando ele se dispusera a me ajudar a estudar matemática e acabara por me pedir em namoro. Os 6 meses seguintes foram nosso pedaço de paraíso, até ele me contar que o motivo para que ele e sua família estarem no Brasil era que sua mãe, Sara, estava com câncer e que haviam vindo buscar o tratamento aqui.

Tudo isso seria trágico, mas não irremediável se Sirius não houvesse me dito que eles teriam que voltar para a Escócia, sua terra natal, e que ele queria que eu fosse com ele. Olhando para trás vejo o quanto consegui ser forte em não desabar com essa situação. Vi-me entre tudo que já tinha, minha família e amigos, e o amor da minha vida, o homem que havia me conquistado de uma forma que eu não creio que outro seja capaz.

Eu fiz minha escolha e não creio que vá me arrepender dela. Nesse momento eu estou no aeroporto internacional cercada pelas pessoas que eu amo e que eu sei que me amam. Nana, meus pais, os pais de Sirius e ele mesmo. Nós já acertamos que assim que eu estiver tudo pronto em nossa casa,é assim que Sirius insistem que eu chame a casa que ele havia comprado para si antes de vir para Brasil, Nana irá passar uns meses conosco. Pobre da Escócia comigo e minha melhor amiga lá!!!

Embora Sara tenha protestado, alegando que é desnecessário, eu, Sirius, Nana, meus pais e alguns amigos nossos já combinamos de fazer o exame de compatibilidade de medula para, caso possível, fazermos o transplante com ela. É um exame simples e em bem pouco tempo ela conquistou nossa amizade e confiança, nada mais correto do que nós ajudarmos no que pudermos. Eu, Nana e Sirius também decidimos que vamos deixar nossos nomes na lista de doadores. Se com uma simples doação, que não faz qualquer mal ao doador, nós podemos ajudar e até salvar a vida de alguém, porque não fazer?

Depois da discussão que tive na escola com a Lívia ela não apareceu mais. Segundo Sirius e seus pais, como já havia passado de ano ela decidiu por fazer uma viagem para ‘espairecer’ e repensar sua vida. Sinceramente? Espero que ela encare a forma como estava vivendo e, embora eu não saiba se ou creia que ela vá tentar de verdade, mude. Afinal, um homem muito sábio já disse que ninguém pode voltar e fazer um novo inicio, mas todos podemos parar agora e fazer um novo final, né? Espero que ela aprenda algum dia essa valiosa lição.

Ontem, enquanto eu terminava de fazer minhas malas, meu pai veio conversar comigo. Não posso negar que fiquei muito surpresa, pois já havia alguns dias que ele nem falava comigo devido a viajem. Embora ainda não esteja totalmente seguro sobre minha mudança ele disse que não desejava que eu fosse embora sem que ele houvesse pedido desculpas. Meu pai é, ao final, um bom homem. Ele só me ama demais e não aceita que o coração de sua princesinha agora é dividido com outra pessoa. Não posso culpar um pai por agir assim, né?

Minha mãe foi a mais engraçada. Ela havia dito que não iria chorar hoje e aqui está ela, me abraçando e com a maquiagem completamente borrada devido às lágrimas. Durante toda a minha vida eu e minha mãe estivemos na corda bamba, hora estamos as mil maravilhas, hora estávamos sem nos falar. Por quê? Por que minha mãe é meu oposto completo. Enquanto eu gosto de ler e de criar minhas histórias minha mãe se interessa por moda e maquiagem, enquanto eu tenho uma tendência a saber exatamente o que vestir em qualquer ocasião minha mãe se guia pelo que os estilistas dizer e essas coisas. Não dá para negar que somos diferentes, mas em momentos como esse eu posso ver o quanto ela é importante para mim e eu para ela.

O horário de embarque já está sendo anunciado. Enquanto abraço meu pai, que tenta esconder as lágrimas silenciosas que escorrem por seu rosto, não posso conter o riso ante sua frase de despedida:

- Em qualquer momento, minha princesa, é só você me dizer que quer voltar ou que esse garoto te magoou e eu vou te buscar!

Já não podendo mais conter as lágrimas abracei meu pai mais forte e respondi a essa linda declaração de amor paterno:

- Você sempre foi e sempre vai ser meu herói pai. Eu te amo!

Tento como resposta o ‘eu também’ sussurrado por meu pai voltei-me para minha mãe. Ela já nem tentava mais disfarçar as lágrimas que corriam livremente por seu rosto. Eu já comentei que minha mãe é linda? Enquanto meu pai é moreno e com os cabelos curtos pretos minha mãe tem os cabelos quase loiros até o meio das costas e olhos castanhos extremamente claros. Seu rosto não aparentava a idade que já tinha, estando já com seus 40 anos.

Enquanto me abraçava tão forte a ponto de me tirar completamente o ar minha mãe começou a dar-me recomendações:

- Não fale com estranhos, não vá com nenhum desconhecido, cuidado com aonde você for, não saia de perto de Sirius ou da família dele por uns tempos, certo? Ah meu bebê! Eu já estou tão preocupada! Não deixe de me ligar assim que o avião pousar, certo? Eu e seu pai vamos visitar você logo, eu prometo...

Nana não pode conter o riso ao ouvir as palavras da minha mãe. Revirando os olhos em costume e vergonha eu só concordava e assentia. De nada adiantaria dizer para ela que eu estava com quase 19 anos. Para os pais os filhos são eternas crianças e nada vai mudar isso, nem à distância nem o tempo e sinceramente? Eu até gostava do fato dela se preocupar assim. Ruim seria se ela não estivesse nem ai.

Olhei para minha melhor amiga, minha confidente de uma vida e parceira de ’crimes’ enquanto estendia os braços para um abraço. Quando Nana se aproximou e nós nos abraçamos às lágrimas que já corriam por nossos rostos se tornaram mais fortes. Eu nunca havia tido uma irmã de sangue, assim como ela, mas isso nunca tinha importando, pois desde sempre nós tínhamos uma a outra e agora eu estava indo embora. A única solução que poderíamos encontrar é que logo ela estaria comigo, que eu viria vê-la sempre que possível e, o mais importante, que não seria uma simples distância que iria atrapalhar uma amizade como a nossa, que há tanto tempo havia ultrapassando a barreira da própria amizade e se tornado irmandade.

Dando a mão para Sirius eu acenei uma última vez para eles enquanto embarcava no avião. Não posso negar que as lágrimas ainda corriam, no entanto não havia dor no meu coração. Eu estava fazendo o que decidira fazer. As pessoas que eu amava haviam entendido isso e me apoiado. Eu não as perderia por estar longe e sim ganharia a Sirius e sua família também.

Já sentada no avião que me levaria a minha nova vida eu encarei o motivo disso tudo. A beleza de Sirius se acentuava enquanto ele sorria para mim e gentilmente enxugava minhas lágrimas. Não havia qualquer dúvida em meu coração quando eu encarei aquelas iris verde-acinzentas que eu tanto amava. Tudo que havia era amor entre nós.

Sem qualquer medo ou dúvida eu me aproximei mais e, olhando em seus olhos que tanto me fascinavam, eu declarei à maior e mais importante verdade que já havia existido ou existiria na minha vida:

- Eu te amo.

O sorriso com o qual Sirius me brindou em resposta já havia feito meu coração parar muito antes de ouvir a resposta, sussurrada por seus lábios que estavam encostados nos meus:

- Eu também te amo, a ghra*.

E quando ele me beijou nada mais existia para mim. Tudo estava recomeçando hoje e a vida estava me brindando com o maior presente que alguém pode receber, nada mais correto da minha parte do que aceitá-lo e fazer o melhor possível certo? Pois o melhor é só o inicio do resto das nossas vidas.

“E quando o Sol se pôr, olhe em sua direção

Meu coração estará a sua espera, aceite-o com todo o seu ser

E quando nada mais fizer sentido e tudo de que você precisar for amor

Não hesite em ir me encontrar

Eu serei a luz

Que vira te banhar."


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

História e poema presentes nela foram escritos por: Julyana Lolago Vasques.

'A ghra' significa 'Meu amor' em Gaélico-Escôces.

Então pessoal? Vocês gostaram do final?
Espero que vocês tenham gostado e que o final tenha condizido com as expectativas de vocês.
Mereço comentários? *---*

Ano que vem vou começar a postar uma fic Yaoi, conto com vocês nela, ok?
Feliz Natal atrasado e Feliz Ano Novo adiantado!!!