Não sei o que me deu na cabeça pra agir daquele modo com o Ru-chan.

Ele acabara de chegar e estava completamente acabado.

E eu dando em cima dele.

Que tipo pessoa eu sou?

Uma bem melhor que o Uruha, eu espero.

Ele ficou me olhando com uma expressão inocente e depois riu baixinho.

Fiquei envergonhado.

-Takaaa!!!

-Desculpa, é só que...Você é tão...Kawaii...É raro achar caras assim hoje em dia... – ele sorriu.

Sei lá.

Corei. E encarei aquilo como um elogio.

Sorri e me aproximei meio receoso dele.

Consegui beija-lo sem ser chutado ou espancado.

O senti ceder ante meus movimentos.

Me aproximei mais, apoiando minha mão na cintura dele e subindo por debaixo de sua camiseta.

Ele se separou do beijo e ficou me olhando.

-Que f-foi?

-E-eu...Acho melhor...Não fazermos nada... – puxou minha mão de dentro de sua camiseta.

Suspirei.

Acho que fiquei mais vermelho que pimentão.

-M-me desculpa! E-eu...Fui impulsivo e..e..!

-Calma! Rei-chan! Calma! – ele riu. Eu devia estar ridículo.

Suspirei e cocei o nariz por cima da faixa.

Aquele treco devia ta me dando alergia.

-Por que você usa essa faixa, Rei-chan? – ele sorriu.

-Porque uma tartaruga comeu meu nariz quando eu era pequeno.

-Quê?!

-To brincando!! – ri, logo sendo acompanhado pela risada dele. – Ah..Sei la..Porque eu sou estiloso...E..Também ajuda...Eu tenho alguns problemas respiratórios e tal..E eu prefiro usar uma faixa no nariz do que uma máscara cirúrgica...Tokyo é muito poluída...Daonde eu venho nem era tanto assim...

-Ah, saquei. – ele sorriu divertido e deitou no meu colo. –Aki-chan, e o Kai? To morrendo de saudades daquele viadinho!

-Nem te conto! Ele se arranjou com um cara aí e eles tão namorando. Foram viajar para Kyoto essa semana, ver sei-la-que-festival... – eu ri.

-Juraaaa?!?! – o pequeno riu divertido, se remexendo. –É pitel o namorado dele?

-Ah...Não faz meu tipo... – cocei a cabeça.

-Entendooo! – ele sorriu.

Ele ficou tão mais bonitinho, olhando assim, de cima.

Ele estava com uma expressão cansada, pensativa.

Comecei a alisar o cabelo loiro do pequeno.

Eu lembro que antes dele ir embora, ele estava ruivo.

Tão fofo.

Vontade de apertar, espremer, fazer um suco e guardar na geladeira pra não estragar...

Não acredito que pensei nisso.

Ri sozinho.

-Que foi? – ele me indagou curioso.

-Ah...Devaneios do pobre Reita, nem ligue. – sorri.

Ele riu gostoso.

-Quer que eu arrume o quarto pra tu deitar?

-Nah, seu colo ta gostoso... – ele disse inocente, fechando os olhos e se apegando a minha blusa.

Sorri e continuei alisando o cabelo do pequeno, que dormiu no meu colo.

Me encostei no sofá, a fim de cochilar.

Mas um barulho estridente me despertou.

Mas o Ruki nem se mexeu.

O celular dele tava tocando.

-Meu...celular...? – ele disse manhoso.

-Ahan. – eu disse inseguro.

-Atende pra mim...?

-T-tá.

Abri o celular e o levei à orelha.

-Moshi moshi?

-Reita?! O que ce ta fazendo com o celular do Ruki?!?!

A voz do Uruha me assustou do outro lado da linha.

Acho que até o chibi ouviu o grito, porque ele ergueu a cabeça e me fitou aflito.

-Vai falar ou não, idiota?! – os gritos ficaram mais altos.

Num reflexo, o chibi pegou o aparelho da minha mão.

-Não me liga mais, Kouyou! Te odeio! – Taka gritava a plenos pulmões.

Eu só ouvia o Ruki exaltado, gritando com o aparelho.

Queria ter super audição pra saber o que o Kouyou estava falando.

Saco, ele voltaria a me infernizar.