So What escrita por Mahriana


Capítulo 17
Capítulo 17


Notas iniciais do capítulo

Hello! Er... Sem mortes ok?! o/
Capítulo dedicado a fofíssima da carolinagil ela me deu recomendação! Amei demais! Pirei total na batatinha! Obrigada SUA LINDA! *--* Vamos ao capítulo:
~ Aprecie sem moderação ~



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PDV Sahra:

Não que eu fosse louca, mas não conseguia dormir. Clair não ficava falando ou se mexendo enquanto dormia, nem se esparramava pela cama. Muito pelo contrário, depois que dormiu ficou lá parada ressonando tranquilamente.

Fazia um bom tempo em que não dividia minha cama com alguém, sem que estivesse chapada é claro. Estar consciente e dormir com uma criança ao meu lado me incomodou profundamente, meu corpo retesava veemente a aproximação.

Fiquei perambulando pelo quarto, acessei meu e-mail, mandei mensagens do meu celular e até telefonei para algumas pessoas, nada fazia com que eu ficasse com sono o suficiente para cair no chão e levantar somente na hora de ir para a escola. Tinha consciência de que parecia uma louca andando pelo quarto com um conjunto de cetim preto, onde o short era um pouco maior que um palmo e a blusa que era presa do busto e bem folgada na barriga, tudo isso acompanhado de um hobby preto que chegava até a minha canela.

Tive vontade de me bater por ser tão idiota, no geral dormia em qualquer superfície plana e às vezes não precisava nem ao menos ser plana. O que importava era que eu conseguia dormir, mas eu não estava conseguindo realizar a tarefa, que antes era tão simples. Depois de a chuva ter acabado, abri a janela e fiquei na varanda olhando a paisagem.

Ao lado da minha varanda havia outra, era completamente fácil passar de uma para outra, pois só um pequeno alpendre, da altura da minha cintura, separa as duas. Não passei de uma varanda para outra, não sabia de quem era o quarto, poderia acordar quem quer que fosse e não queria incomodar ninguém.

Jason, meu furão, acordou então resolvi alimentá-lo e deixar que ele respirasse um pouco de ar puro. Peguei-o juntamente com sua vasilha de comida e o coloquei no chão da varanda. Fiquei observando enquanto o animal atacava o alimento. Aquilo não me parecia muito agradável, a ração tinha uma aparência não muito boa.

Fiz uma careta olhando enquanto o pequeno animal comia aquilo com tanta vontade. Em um ímpeto de curiosidade peguei um grão de ração, levei-o até o nariz e inalei sentindo o cheiro não muito bom da ração. Eu realmente deveria estar com muito sono, para ficar curiosa com o tipo de comida que o meu bicho de estimação comia. Sem hesitar levei o grão à boca.

– ECA! – Falei alto demais. – Isso é horrível. Argh! Como é que você consegue comer isso? – Perguntei olhando para o furão que devolvia meu olhar com uma expressão que parecia com: “Você realmente não é normal!”

Depois disso percebi que havia falado realmente alto. Olhei dentro do meu quarto e vi que Clair continuava dormindo, suspirei e encostei a janela de vidro para que eu não a incomodasse mais. Deixei que Jason pulasse para uma árvore que se encontrava próximo a varanda e descesse para esticar suas patinhas.

Sentei com as pernas cruzadas, na boa e velha posição de índio, coloquei uma mão no queixo e fiquei olhando para frente sem realmente enxergar nada. Deixei minha mente vagar e então coisas que eu não queria pensar vieram a minha mente, e uma pergunta ficou martelando em minha cabeça: Eu transei com Alan?

Aquilo estava me dando nos nervos, lembrava vagamente das coisas, mas em certo momento minha mente simplesmente apagava. Forcei minha mente a lembrar de mais algumas coisas, mas nada de interessante... Dança, beijo no Alan, beijo no Charles, beijo no Daniel...

Abri os olhos alarmada, afinal eu havia beijado Daniel, não que ele fosse feio, mas... Argh! Ele me causava certa repulsa. Não sabia dizer realmente o que era, mas pensar que eu havia encostado meus lábios nos dele me causava arrepios. Ele me parecia tão familiar. Daniel. Daniel Ackerman...

Levantei em um salto do chão e corri para o banheiro, peguei minha escova de dente coloquei o creme dental quase cobrindo cabo onde segurava e enfiei em minha boca, escovei meus dentes com força, coloquei minha língua para fora e a escovei como se estivesse escovando uma roupa. Bochecha, céu da boca, embaixo da língua, dentes e língua novamente. Repeti essa sequência por cerca de dez vezes e toda vez que olhava no espelho via Daniel me beijando, aquilo estava me dando ânsia de vômito. Eu havia beijado Daniel Ackerman, aquilo com toda a certeza era um castigo por eu não ser uma boa garota.

Enviei uma mensagem para Akim, afinal Daniel Ackerman estava ali, e se eu o reconheci ele poderia fazer o mesmo comigo, se isso acontecesse às coisas não seriam nada legais.

De: Sahra

Para: Akim

Assim que puder me ligue, temos um problema aqui e vou precisar de você.”

Na intenção de afastar esses pensamentos da minha mente resolvi ligar para Sayuri, fazia um tempo em que não nos falávamos e precisava conversar com alguém. Entrei no quarto e peguei o aparelho discando para ela logo em seguida. Voltei para varanda e encostei-me à parede olhando para as árvores enquanto o telefone chamava. Já pensava em desligar quando enfim ela atendeu.

Alô?! – Ela atendeu com uma voz sonolenta.

– Alô! – Falei em tom de deboche. – Será que poderia falar com a Sayuri? – Perguntei sarcasticamente.

Sahra? – Ela perguntou um pouco mais desperta.

– Não. – Respondi irônica. – A rainha, você sabe o quanto gosto de você não é querida? – A ouvi bufar do outro lado da linha e comecei a rir baixinho.

Sabia que eu não sinto nem um pouco a falta desse seu sarcasmo? – Ela perguntou retoricamente. – E então? Como você está?

– Mas é claro que você sente. – Ri um pouco. – Acho que estou bem. – Respondi coçando a nuca. – Você quer saber o que anda acontecendo por aqui?

Por favor, não é? E não me poupe de nenhum detalhe.

– Espera um pouco, eu não estou acostumada com o lance de fuso horário, mas você está na escola não é?!

Bom na verdade eu estou sim, mas estou no “local da paz”. – Ela disse frisando as duas últimas palavras.

– Você não sabe o quanto eu sinto falta disso. – Confessei.

O local da paz nada mais era do que o depósito da escola, ninguém ia lá, nem mesmo o zelador. Claro que ninguém ia lá por medo, pois todos acreditavam que era assombrado. Eu havia dado a idéia e depois a Sayuri me ajudou a espalhar estórias por toda a escola, no começo o que parecia ser somente uma forma de afastar as pessoas acabou se tornando um verdadeiro caos. A intervenção do diretor foi necessária e mesmo depois de passada toda a confusão ninguém se atreveu a colocar os pés no depósito.

O lugar está verdadeiramente na paz, sou a única que povoa isso aqui. – Ela falou pensativa. – Mas não tente fugir do assunto, me conta tudo o que aconteceu desde que chegou aí, você disse que ia me manter informada, mas até agora nada.

Depois disso passei a contar tudo o que tinha acontecido desde a hora em que pisei em solo americano, até aquele momento em que estava conversando com ela. Minha chegada, meu castigo, contei exatamente tudo, enquanto ela ouvia e falava alguma coisa de vez em quando.

Então quer dizer que nesses primeiros dias em que você chegou aí, você foi presa, o Akim virou seu namorado, depois você meio que faliu, ficou de castigo por bater em uma garota e se embebedou em uma festa a ponto de não lembrar nada do que aconteceu. Você realmente é impossível.

– Você esqueceu que eu consegui um emprego. – Falei enumerando a única coisa boa que havia acontecido comigo.

Claro! – Ela falou com deboche. – Você deveria tomar banho em uma piscina de água benta, ou caçar por pés de coelho, talvez esse seu azar passasse.

– Eu não sou azarada. – Falei a repreendendo. – O problema é que eu tento fazer as coisas do meu jeito e como eu sempre sou muito boa no que faço, elas acabam dando errado de tamanha perfeição. Você entendeu?

Não, mas já que você está dizendo quem sou eu para contradizer. A propósito o Adam sempre me pergunta sobre você. Isso enche o saco sabia?.

– Manda um beijo. Er... Queria saber se você anh... Esquece. – Falei me arrependendo de ter começado a pergunta.

Agora que você começou acho melhor terminar, ou se não eu vou até aí e acabo com a sua raça. – Ela me ameaçou, rolei os olhos.

– Tudo bem. Eu só queria saber se você tem alguma notícia do Nate... Você tem? – Perguntei receosa. A linha ficou silenciosa por um tempo o que me fez pensar que ela houvesse desligado. – Sayuri?! Você ainda tá ai?

Por que você quer saber dele? – Ela me respondeu com uma pergunta.

– Não é nada demais é só que faz um bom tempo que não escuto nada ao seu respeito.

Não fiquei sabendo de nada e não estou nem um pouco interessada nisso, acredite. – Ela respondeu, ficando nervosa. – Não sei de nada desde que você conseguiu se livrar dele, armando aquele seu “planinho”. O que me deixa com um pé atrás já que ele não revidou como de costume, ele provavelmente deveria ter feito um...

As palavras morreram ali. Eu sabia que uma hora ou outra ela iria acabar descobrindo. Acabei deixando as coisas fáceis demais para que ela descobrisse, me chutei mentalmente por ser extremamente curiosa.

Foi ele não foi? – Ela perguntou de forma ameaçadora.

– Não sei do que você está falando. – Tentei desviar do assunto, mesmo sabendo que seria em vão, ela me conhecia bem demais para se deixar levar.

Não seja idiota. Você sabe muito bem do que eu estou falando. Foi ele quem colocou as drogas na sua mochila não foi? Foi ele! Ele queria revidar não é?! – Ela jogou as suas teorias, que estavam totalmente certas, na mesa. – Foi por isso que sumiu por todo esse tempo, ele fez isso pra te ferrar e você sentir a mesma coisa que ele ao ser preso não é? Mas que desgraçado filho de uma...

– Não adianta xingar. – A interrompi. – Eu dei motivos. Ele só pagou na mesma moeda o que eu fiz a ele. Não posso reclamar.

Não pode reclamar? – Ela quase gritou do outro lado da linha. – Você fez aquilo para salvar a vida daquele desgraçado. Como ele pode fazer isso com você? Eu vou acabar com ele, juro que se eu souber onde ele está enfiado eu vou atrás dele e...

– Nada disso. – A interrompi novamente. – Eu quero me livrar dele Sayuri. Quanto menos contato tivermos, melhor. Por isso só você e seus pais sabem onde eu estou, por isso só você sabe como se comunicar comigo. Talvez se eu sumir por um tempo, as coisas se acalmem. Não é uma garantia, mas vai me trazer paz por um tempo. – Respondi cansada.

Ainda acho que dar uma surra nele seria melhor. – Rolei os olhos para sua forma agressiva, que não era muito diferente da minha.

– Depois eu é que sou uma peste. – Comentei rindo. Escutei alguns barulhos do outro lado da linha e de repente uma voz.

Senhorita Yamagishi, o que faz aqui? – Reconheci a voz do diretor.

O que eu estou fazendo aqui? – Sayuri respondeu com uma pergunta. – Boa pergunta, eu realmente não sei, estava na sala de aula e de repente apareci aqui com o senhor. Como eu vim parar aqui? Acho que foram os fantasmas. O que senhor acha?

– É o diretor? Cara como eu sinto falta dele, achei que nunca iria dizer isso, mas é a mais pura verdade. –Comentei divertida.

Acho que a senhorita está bem encrencada. A propósito o uso de aparelhos celulares é totalmente proibido.

Eu aposto que não sentiria falta alguma. – Ela sussurrou para mim, através do celular. – Sério? Isso faz parte das novas regras da escola?

Não, essa regra é aplicada desde que a escola foi fundada. A senhorita é que nunca parou para ler as regras da escola. Agora me acompanhe e desligue esse celular, você vai ficar depois da aula.

Sim senhor! – Ri imaginando Sayuri batendo continência na frente do diretor. – Falo com você depois.

– Ok! – Respondi. Logo em seguida a linha ficou muda.

Respirei fundo e olhei para o horizonte, o sol estava nascendo. Bocejei e estiquei todo o meu corpo, estava me sentindo sedentária. Em Londres acordava cedo todas as manhãs para caminhar, aqui eu não fazia exercício algum, claro que não fazia nem uma semana que estava aqui, mas de qualquer forma não havia feito nada.

Apoiei-me no alpendre da varanda e comecei a erguer o meu corpo. Fiquei de ponta cabeça olhando para o chão. A queda dali seria bem dolorosa se não fosse mortal, comecei a subir e descer os braços fazendo apoio, com todo meu corpo esticado. Depois abaixei lentamente, me curvei um pouco e coloquei meus pés no chão. Fiz alguns alongamentos e depois entrei no meu quarto para tomar um banho.

Ainda era cedo o que poderia me render um bom banho relaxante. Faltava uma hora para meu despertador tocar então tomei um banho bem demorado. Enquanto a água escorria por todo meu corpo, fiquei imaginando por onde Nate estaria andando.

Nós estávamos em guerra constante, mas os últimos meses foram os piores, as coisas foram longe demais, ou talvez só foram interpretadas de maneira diferente. Toquei a corrente fina e prateada com um pingente em forma de chave.

Flash Back:

Havia acabado de voltar para casa, estava tremendo de raiva.

– Você não pode estar com raiva. – Nate falou rolando os olhos enquanto subíamos para o meu quarto.

– Mas é claro que eu estou. Você viu aquilo? Eu perdi! – Falei exasperada enquanto arrancava os sapatos e jogava em um canto qualquer do quarto. – Eu não poderia ter perdido.

– Ei! – Ele me chamou. Me virei e encarei seus olhos profundos me encarando. – Não importa se você perdeu, eu estava lá e vi o quanto você se esforçou. – Ele dizia e caminhava em minha direção. – Não podemos ganhar sempre sabia?

– Tudo bem. – Falei suspirando. – Mas eu não entendo como eu pude perder, estava fácil, não tinha como...

– Shiu! – Ele sibilou colocando os dedos em meus lábios e me abraçando pela cintura. – O que você acha de esquecermos isso por hoje? Pelo menos por essa noite, depois nós vamos treinar mais e você nunca mais vai perder, nunca mais. Tudo bem? – Ele perguntou e me deu um selinho.

– Certo. – Falei me soltando dos seus braços e me direcionando ao meu guarda roupa.

– Bom o que eu vou falar agora pode não soar tão romântico assim, mas... A intenção é o que interessa.

Me virei e olhei para Nate com as sobrancelhas arqueadas enquanto o mesmo se deitava na minha cama.

– Não pedi para que você fosse romântico. Você mesmo disse que não era assim. – Falei enquanto me livrava da blusa e procurava algo confortável para vestir.

– Eu sei, mas eu gostaria de fazer isso.

– Pode falar, ou fazer seja lá o que for. – Ffalei me livrando da calça jeans e pegando uma blusa enorme de moletom preta.

– Bom hoje eu estava andando pelo shopping e vi um casal namorando sabe? – Ele falava um tanto inseguro. Me joguei ao seu lado na minha cama e fiquei o encarando.

– Você vai ao shopping ficar olhando pessoas se beijando? Isso é meio estranho sabia? – Comentei sarcástica. Ele só rolou os olhos.

–Posso terminar de falar? – Ele perguntou me olhando com as sobrancelhas erguidas. Dei um sorriso.

– Claro que pode. – Falei e dei um beijo rápido nos seus lábios. Deitei minhas costas no colchão e fiquei olhando o teto, ele fez o mesmo.

– Como eu disse, o casal estava lá e... Eles meio que trocaram presentes sabe? Mas não esses presentes do tipo que a gente troca, ele não deu uma nova peça para ela tunar a moto...

– Gosto desses presentes.

– Ele deu um colar para ela. – Ele continuou como se eu não houvesse o interrompido. – Um colar bonito que parecia ser importante para ele, então eu tenho uma coisa importante para mim e gostaria que me desse algo que fosse importante para você, assim lembraria sempre de você.

– Não preciso de um colar para lembrar de você, mas se você precisa de algo para lembrar que eu existo... –Dei de ombros.

– Não é isso. Penso em você a toda hora, a cada segundo da minha vida eu penso em você é só para eu ter algo especial seu, saber se sou tão importante a ponto de você confiar algo especial a mim. – Ele falou ainda olhando para o teto. Suspirei.

– Tudo bem então. Já que você diz isso, mas eu não sei se tenho algo extraordinariamente especial para você andar com ele por aí. Eu quero ganhar primeiro .– Falei me sentando na cama com as pernas cruzadas e de frente para ele.

– Certo. – Ele disse sentando da mesma forma que eu. – Isso é importante para mim, tem um valor inestimável. – Ele disse me olhando misteriosamente, enquanto puxava de dentro da camisa verde musgo um corrente fina e prateada com uma pequena chave prateado, com algumas pedrinhas incrustadas, pendurado. – Isso significa que podemos abrir nossos caminhos, criar nossas próprias chaves e ultrapassar portas que nos levaram a lugares e caminhos distintos. Nós fazemos nosso próprio destino, ele é jogado em nossas mãos e então decidimos o que fazer. Ganhei ele dos meus pais quando tinha uns doze anos, eu foi quem decidiu o significado, ou simplesmente descobri o que significa. Ele já me trouxe muita sorte. – Então ele tirou o colar e colocou no meu pescoço.

– Legal. – Falei tocando o pingente. – Eu não sei se tenho algo assim. – Falei coçando a nuca. Então levantei e procurei algo no meio das minhas coisas.

– Não precisa ser um colar ou um pingente necessariamente. – Ele falou me olhando enquanto revirava as coisas em cima de uma mesa onde se encontrava meu computador.

– Achei! – Falei enquanto pegava um pingente em forma de um pentagrama. – Olha isso aqui não é algo do tipo controle do destino, mas é legal. Cada ponta dessa estrela significa um elemento, sendo que a quinta significa seu espírito. Isso meio que representa o equilíbrio entre os elementos e a sua mente. – Falei com um sorriso. – Era da minha mãe, ela me deu isso antes de... – Não completei, fazendo uma careta.

– Nossa... – Ele disse pegando o pingente e colocando em outro cordão que estava em seu pescoço. Sorri enquanto ele o colocava. – Não vou tirar isso do meu pescoço por nada, sei que isso significa muito para você.

– Acho bom mesmo. – Falei sorrindo e depois me joguei em cima dele na cama o prendendo com as minhas pernas ao lado do seu corpo. – Se você perder, eu mato você. – Disse isso e mordi o seu lábio inferior, recebi um grunhido em resposta.

Flash Back off ~

Larguei o pingente e sai do banheiro enrolada em uma toalha. Olhei o relógio e vi que havia passado menos tempo do que imaginava no banheiro. Abri a porta do closet e olhei minhas roupas empilhadas, várias calças jeans, algumas saias, blusas pretas e moletons pretos. Minhas roupas eram praticamente todas pretas.

Cocei a nuca e enruguei o cenho. Talvez as pessoas tivessem razão quando falavam que eu precisava fazer compras. Peguei uma calça jeans e uma camiseta baby look preta com a frase: The paradise is deeper. Depois peguei um moletom preto e coloquei por cima da blusa.

Ainda não entendia o porquê da Sayuri sempre querer jogar essa minha blusa fora. Certo que a frase era um pouco idiota, mas eu amava blusa com essas frases, calcei um tênis e me encontrava pronta antes do meu despertador tocar. Olhei e vi que faltavam cinco minutos para que ele tocasse, então o desativei e resolvi acordar Clair. Balancei seu ombro e ela somente resmungou, rolei os olhos.

– Clair. – Chamei e a sacudi mais uma vez, ela puxou o lençol e cobriu sua cabeça. Dei outro suspiro e cheguei próximo a onde eu achava que seria seu ouvido e sussurrei. – Se você não acordar agora vai se atrasar para a aula. – Foi imediato, a garota simplesmente saltou da cama.

– O quê? Onde estou? Como é? – Ela olhava ao redor totalmente atordoada.

– Ei! – Chamei para que ela me olhasse. – Desce da cama. – Falei rolando os olhos. – Agora vai tomar banho que já está na hora de acordar e ir para escola. – Ela desceu da cama e levou o seu travesseiro e lençol junto.

– Er... Obrigada por ontem, quer dizer hoje. – Balancei a cabeça e indiquei a porta. Ela passou rapidamente e sumiu.

Entrei no banheiro e comecei a me maquiar, não fazia isso todos os dias, mas como não tinha nada para fazer... Passei todos aqueles produtos e coloquei lentes de contato vermelhas, olhei meu rosto e sorri, estava me sentindo um tanto teatral hoje, então troquei de roupa. Peguei um short jeans cintura alta e a coloquei junto com uma meia arrastão preta, fiquei com a blusa, mas no lugar do moletom coloquei uma jaqueta de vinil preta cheia de zíperes, depois coloquei uma bota coturno. Ri com a minha imagem de rebelde refletida no espelho que havia na parte interna da porta do closet. Meus olhos estavam carregados com uma maquiagem preta e meus lábios estavam tingidos em um vermelho bordô, que faziam com que eles ficassem com a aparência de serem mais volumosos.

Arrumei minha mochila jogando tudo o que sempre colocava nela para descer e tomar um café. Assim que entrei na cozinha dei de cara com Margareth com um bule de café nas mãos. Abri um sorriso e notei que ela ainda não havia me visto.

– Bom dia Margareth. – Falei, a olhando seriamente. Ela se virou bruscamente e me olhou assustada. – Poderia me passar o café? – Perguntei indiferente.

– Sim senhora. – Ela falou com a cabeça baixa enquanto colocava café em uma xícara. – Aqui está. – Me estendeu a xícara, que peguei com cuidado por estar quente.

– Muito obrigada. – Falei ainda séria. Depois coloquei um sorriso malicioso no rosto. – A noite de ontem foi boa? – Perguntei movimentando a sobrancelha direita várias vezes. A mulher me olhou novamente de olhos arregalados e com a boca aberta.

– Está acontecendo alguma coisa aqui? – Sam chegou olhando para Margareth e depois para mim.

– Nada. – Falei. – Só perguntei a Margareth como foi a noite de ontem. – Falei novamente com a expressão maliciosa.

– Respeite os mais velhos. – Ele disse e bateu em minha cabeça com um jornal que estava em suas mãos.

– Au! – Falei esfregando a cabeça. – Isso dói sabia? E não vejo mal algum em perguntar isso. – Falei dando de ombros. – Então... Se divertiram? – Perguntei e comecei a rir do rosto envergonhado dela.

– Acho que já podemos parar não é Sahra? – Sam falou me olhando sugestivamente.

– Claro. – Falei sorrindo. – Por enquanto. – Completei. Ele só rolou os olhos enquanto eu ria.

– Por quê você está vestida dessa maneira? Vai a alguma festa a fantasia? – Ele perguntou me olhando de cima a baixo. – Se for isso que personagem você é?

– É Tio Sam, vou a uma festa a fantasia. – Falei sarcasticamente. – E só para você saber, estou fantasiada de Batman. – Gargalhei novamente.

– Estou falando sério, onde você pensa que vai vestida desse jeito? – Ele perguntou me olhando sem nenhum sorriso no rosto.

– Claro que vou à escola não é? Isso é meio óbvio não acha?

–Não. Você não está vestida como alguém que vai a escola e acho que seu pai não vai gostar nada de você estar...

– Desculpe. – O interrompi. – Mas quem você disse que não vai gostar?

– Seu pai.

– Tio Sam tem uma coisa que você precisa aprender a meu respeito, ninguém manda em mim e, a propósito, não tenho pai. – Falei com os braços ao redor dos ombros de Sam.

– O que você disse? – Escutei a voz inconfundível de Jonh soar atrás de mim.

– Depende. – Falei me virando para encará-lo. – O que você escutou?

– Sahra eu sei que isso deve estar sendo difícil para você, mas você deve saber que também está sendo difícil para mim. Você tem um pai a quem deve respeito e...

– Blá, blá, blá. Você não é meu pai e nunca vai ser e o pior de tudo é que você sabe disso e não aceita. A única coisa que me prende aqui é porque sou menor de idade. Mas assim que ficar de maior vou dar o fora daqui. Agora se me der licença... – Falei me direcionando a sala onde todos tomavam café.

Sentei a mesa e todos me olhavam como se eu fosse de outro planeta.

– Que foi? – Perguntei enquanto pegava uma torrada e sentava em uma cadeira ao lado da Clair. Todos ainda estavam me encarando. – Se não pararem com isso vou ter que ser mal-educada e estou falando sério.

– Você tá estranha. – Drew falou enquanto mastigava alguma coisa.

– Sério? – Perguntei com evidente sarcasmo na voz.

– O que o Drew quis dizer é que... Bom... – Clair hesitava escolhendo as palavras para falar algo sobre mim. – ...O que ele quis dizer é que você está um pouco excêntrica hoje. O que chama um pouco de atenção.

– Excêntrica? – Perguntei a olhando. – Eu esperava tudo, menos excêntrica. Acredite.

Peguei mais algumas torradas e comecei a comê-las. Até que estava agradável ficar sentada ali e comer, o silêncio e os poucos sons feitos pelos outros enquanto comiam estavam me acalmando. Mas como eu nunca posso ter paz por muito tempo mesmo...

– Sahra, precisamos conversar. – Jonh falou parado junto a porta que dava acesso a cozinha. Só rolei os olhos.

– Infelizmente vamos ter que deixar a conversa para outra hora. Eu estou de saída. – Falei me levantando e ajustando a mochila nas costas. – Quando eu voltar a gente conversa, tudo bem?

Antes que ele respondesse algo subi para o meu quarto peguei meu capacete e desci as escadas pensando em como evitar a conversa com Jonh, ele não parecia ser uma pessoa que aceitava um não muito fácil.

– Sahra espera. – Clair chamou quando desci o último degrau da escada.

– Que foi baixinha? – Perguntei tediosamente.

– Gostaria que você me levasse a escola hoje. – Ela falou com a cabeça baixa.

– Tudo bem, vou pegar outro capacete no meu quarto. – Falei começando a subir os degraus novamente, mas ouvi a voz autoritária de Jonh.

– Você não vai subir naquilo Clair.

– Só vou à escola. Não sou eu quem vai dirigir. – Ela falou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo. Nessa altura do campeonato eu já estava encostada no corrimão da escada e observando até quando aquela discussão iria.

– Eu sei muito bem disso e espero que você nunca compre uma coisa daquelas. – Ele disse fazendo uma cara de ultraje. Nunca havia entendido o porquê do preconceito das pessoas em relação às motos, tínhamos um capacete, não é?! – Você não vai à escola naquilo. Se não tem como ir, eu levo você ou peço para Sam levá-la, mas de moto você não vai.

– O senhor nunca me deixa fazer o quero. Eu não sou um bebê e não estou fazendo nada demais, eu só...

– Certo, já deu! – Falei interrompendo. – Eu não vou me jogar na frente de um carro, eu sei dirigir, por isso tenho carteira. Não quero causar nenhuma briga entre pai e filha, então eu não vou dar carona para você Clair. – Falei a olhando. – Se quiser ir para escola, se vira.

Dito isso saí do cômodo e fui em direção a garagem. Estava começando a ficar com sono o que me deixava de mau humor. Dirigi direto para escola, aquele horário ainda havia poucas pessoas lá, resolvi ir direto para sala de aula e talvez dormir um pouco. Mas as coisas sempre conspiram contra mim antes de chegar até a sala de aula o professor de matemática me abordou.

– Olá senhorita Backers! – Ele me saudou animado.

– Olá! – Respondi sem lembrar o nome dele.

– Gostaria de lhe comunicar que hoje o grupo de matemática irá se reunir depois do horário. Sei que está cumprindo detenção, mas os garotos costumam ficar aqui até tarde então você poderia...

– Professor. – Eu o interrompi. Ele falava rápido e estava começando a me deixar tonta. – Acho que não vai ser possível me juntar ao grupo de matemática, pelo menos não agora.

– Por quê? – Ele perguntou, decepcionado.

– É que além da detenção, tenho trabalho comunitário e um emprego, meu tempo vai ficar bem corrido. O senhor entende, não é? – Perguntei com as sobrancelhas franzidas.

– Claro que entendo. Teria sido muito bom se você fizesse parte da equipe. – Ele parecia realmente decepcionado.

– Sinto muito. – Falei coçando a nuca. – Mas se precisarem de um membro reserva podem me chamar – Falei tentando soar como uma pessoa prestativa.

– Você fala sério? – Ele me perguntou com um pequeno sorriso nos lábios. Só acenei positivamente com a cabeça. – Então tudo bem. Agora vou deixar você fazer o que iria fazer, a propósito a senhorita está um tanto quanto... Excêntrica hoje. – Ele disse e foi embora.

Pensei que as pessoas poderiam me chamar de problemática, estranha e até mesmo de coisas mais vulgares como: Vadia. Mas nunca de excêntrica. Entrei na sala de aula e já havia algumas pessoas conversando por lá. Sentei na última cadeira como de costume e passei a aula inteira tentando prestar atenção o que era praticamente impossível, pois acabava cochilando. Fiquei assim até que finalmente soou o intervalo.

Saí da sala de aula e fui direto para o refeitório. Peguei tudo o que queria comer e pela primeira vez na minha vida agradeci a Jonh, pelo menos a despesa com o lanche eu não tinha nessa escola. Corri os olhos por todo o refeitório e achei Drew e Alan sentados a uma mesa no canto do refeitório. Me aproximei e percebi os dois conversando distraidamente.

– Preciso de um favor, alguém aí sabe onde fica a biblioteca? – Falei colocando a bandeja com as coisas que havia pegado em cima da mesa. – Antes de qualquer coisa, onde é que a Clair está? – Perguntei percebendo a falta da baixinha.

– Ela falou algo sobre não poder vir almoçar com a gente hoje. – Drew falou. – Eu não sei onde fica a biblioteca e nem quero saber. – Ele disse levantando as mãos na altura do peito. – Biblioteca é sinônimo de livros, que são sinônimos de estudo e disso eu passo longe. – Somente rolei os olhos.

– Você pode me dizer, não é? – Perguntei para Alan. Ele sorriu e respondeu.

– Claro. Se quiser posso levar você lá...

– NÃO! – falei um pouco exasperada e rápido demais. – Quer dizer... Não precisa, você pode só me falar e eu me viro. – não estava me sentindo a vontade de falar com Alan, ele parecia ficar todo alegrinho quando me via e enquanto eu não soubesse o que havia feito naquela festa era melhor evitá-lo o máximo possível.

– Tudo bem. – ele falou franzindo o cenho. – A biblioteca fica atrás do prédio da recepção, provavelmente você deve ter ido lá pegar seus horários.

– Obrigada, tenho que pegar alguns livros, então não vou poder me juntar a vocês hoje.

– Não há de quê, a propósito... Você está um pouco... Er... Como posso dizer... Excêntrica, isso! Você está excêntrica hoje. – Ele falou me analisando.

– Por que todo mundo fica falando isso? – Perguntei retoricamente. – Vejo vocês depois.

Saí do refeitório e rumei para biblioteca. Achei o caminho facilmente e tinha de admitir a biblioteca daqui era muito bem abastecida, não havia ninguém para me recepcionar então fui direto para as estantes de livro. Não estava comendo, estava simplesmente engolindo, terminei tudo o que havia pegado em mais ou menos cinco minutos e então passei a procurar livros sobre a História americana. Se não estudasse acabaria me dando mal nas provas, o que prejudicaria a minha aprovação para faculdade de medicina.

Peguei um livro dentre vários que falavam sobre o assunto, sentei em uma das mesas que ficavam entre as seções comecei a lê-lo. Depois de ler a introdução fiquei com sono, o livro não tinha muito embasamento, mas parecia ser o melhor naquele assunto, mesmo contrariada continuei a ler o livro com as pálpebras pesadas.

– Olha só quem está por aqui. – Escutei uma voz baixa em forma de sussurro próxima a mesa. Me virei e dei de cara com Nick.

– Oi. – O cumprimentei com um sorriso. Ele era uma das poucas pessoas a quem eu sorria de verdade.

– História americana, é? – Ele perguntou olhando para o livro que estava lendo. – Esse livro não é muito bom, se você quiser pode vir comigo que vou mostrar onde encontrar livros melhores por aqui. – Ele falou e então passou a caminhar

Rapidamente me levantei e o segui, estava andando bem atrás dele. De repente duas garotas que saiam de uma das seções abriram largos sorrisos assim que viram Nick. Aquilo me pareceu estranho já que ele parecia ser tão reservado.

– Oi Nick! – As duas garotas falaram ao mesmo tempo.

– Olá garotas. – Ele as cumprimentou formalmente e deu um sorriso de canto fazendo as garotas sorrirem mais ainda. Ele era realmente muito bonito.

– Para alguém que vive enfurnado em um depósito, você é bem popular não é? – Perguntei como se não me interessasse no assunto, o que era uma grande mentira, pois eu estava totalmente interessada nele.

– Você se refere a essas garotas? – Ele perguntou apontando com o polegar por cima do ombro. – Isso não é nada. – Ele fez pouco caso. Entramos em uma seção e então ele começou a vagar os olhos por entre os livros da estante.

– Você deve ter ficado com uma boa parte da população feminina daqui, não é?

– Para falar a verdade não. Nunca fiquei com nenhuma garota daqui. – Ele falava e continuava a passear com os olhos pela estante.

– Ah! Entendi. – Falei franzindo o cenho.

– Entendeu o quê? – Ele perguntou olhando para mim pela primeira vez.

– Você não ficar com garotas, não tenho nada contra acredite e até conheço alguns gays, mas é que você não me parece ser...

– Do que é que você tá falando? – Ele me interrompeu me olhando com olhos arregalados.

– Tudo bem. – Falei levantando as mãos. – Se ninguém sabe disso eu não vou contar. Eu sei guardar segredo e se quiser até posso...

– Sahra. – Ele me interrompeu de novo, me olhando assustado. – Eu não sou gay. – Falou pausadamente. – Sério! Eu realmente não sou gay, nada contra como você mesmo disse e para generalizar mais o que eu falei sobre as garotas daqui: Eu não fiquei com ninguém daqui. – Disse segurando meus ombros.

– Er... Me desculpe. Nossa como é que eu posso ter dado essa mancada... – Falei apressada. – Sério me desculpe, mas do modo que você falou pareceu que... Sei lá! Me desculpe. – Falei de cabeça baixa.

– Tudo bem. Acho que agora eu já sei o que algumas pessoas pensam a meu respeito. – Ele falou pensativo. – O meu “problema” é outro, eu tenho namorada. – Ele disse voltando a procurar algum livro na estante.

– Você tem namorada? – Perguntei, mesmo depois de ele ter falado, Nick somente acenou com a cabeça. – Ela é daqui?

– Não. – Ele falava como se estivesse tendo uma conversa tediosa com algum amigo. – Ela é de Londres, é meio que... Namoro a distância, funciona muito bem... Esse livro aqui é muito bom, você vai gostar. – Ele falava enquanto puxava um livro da prateleira.

– Esses relacionamentos são meio complicados, não são? – Perguntei enquanto pegava o livro das mãos dele.

– O meu não. – Ele comentou com um sorriso. – Somos o tipo de casal que é bem... Como posso dizer... Acho que monótono pode definir, mas ao mesmo tempo somos imprevisíveis. – Ele falou e continuava a procurar livros na prateleira. – O ruim de tudo, foi que começamos namorar pouco tempo antes de eu ter que vir para cá. Então em todos os feriados possíveis eu me desloco até a Inglaterra e ficamos juntos.

– Então você não vai pelo seu pai. – Confirmei.

– É isso aí. – Falou sorrindo. – Esse livro é bem legal também. – Ele me entregou mais um livro. – Às vezes não posso ir, por causa da minha mãe, mas sempre que consigo convencê-la, a carrego comigo. - Eu estava no auge da minha curiosidade.

– Você nunca a traiu?

– Não. – Ele respondeu como se estivesse ofendido. – E acho que ela também não. Não vou dizer que é fácil ficar por aqui quando se tem metade das garotas do colégio dando mole para você, mas... Faço o possível, é como agora... Acho que só mais esse aqui e você pode se virar. – Ele interrompeu a frase e me entregou mais um livro, de frente para mim recomeçou a falar: – Como ia dizendo, passei as férias de verão inteira na Inglaterra. Nesse tempo estive com ela o que significa três meses inteiros sem abstinência. Então estar com você e suas belas pernas ao meu lado não me deixam nada desconfortável.

– Quer dizer que você já pensou nisso. – O acusei.

– Quem não pensa? – Disse com as sobrancelhas erguidas. – Fica a critério de cada um decidir, apesar de acreditar que não seria capaz de traí-la, melhor evitar do que remediar, não acha? – Ele falou com um sorriso largo no rosto.

– Er... Sim. – Falei o olhando com o cenho franzido. – Minhas pernas são bonitas?

– Vai dizer que nunca falaram isso? – Ele perguntou me olhando cético. – Você é muito linda Sahra.

– Bem... Obrigada! – Respondi envergonhada.

– A propósito, você está um tanto quanto excêntrica hoje, não acha?

– Mas que...

–Vejo você as seis na lanchonete, até mais Sahra. – Falou e saiu andando pelo lado contrário do que viemos.

– Garoto estranho. – Falei sozinha.

Cocei a cabeça e sai dali com os livros empilhados nos braços. Ele se parecia fisicamente com Nate, mas sua personalidade era totalmente diferente.

– Como vai Sahra? – Rpidamente me virei em direção à voz. Dei de cara com Jason me olhando com um sorriso descarado no rosto. Me virei em direção a saída.

– Muito bem, obrigada.

– Geralmente as pessoas perguntam: “E você?” – Ele retrucou. Me virei e dei um sorriso irônico.

– Até perguntaria se a resposta me importasse, mas como não tenho interesse em saber... – Novamente dei as costas para ele.

– Você é bem ignorante, sabia? – Falou e eu somente balancei a cabeça. Saí do corredor e já estava caminhando em direção do balcão quando fui puxada pelo braço para o corredor vizinho.

– Mas que merda é essa, hein? – Perguntei assim que meu corpo foi prensado entre a estante de livros e o corpo de Jason. – O que diabos você quer? – Perguntei o fulminando com os olhos. Ele sorriu.

– Nada.

– Então me deixa ir embora. – Falei o empurrando, mas ele acabou me imprensando mais ainda na estante. Rolei os olhos.

– Vamos conversar Sahra. O que você acha? – Ele perguntou alargando mais ainda o sorriso, com os dois braços ao lado da minha cabeça formando uma prisão. Ele estava querendo alguma coisa e eu não tardaria a descobrir, mas pensando bem se aquilo não fosse me afetar eu estava pouco me lixando para o que ele queria, contanto que me deixasse em paz.

– Acho a idéia maravilhosa. – Falei com um sorriso malicioso. – Mas às vezes conversar não é tão bom assim. – Falei e passeei uma de minhas mãos por seu abdômen, ele acompanhou o movimento com os olhos. Ele podia ser irritante, mas tinha um abdômen bem definido.

– Você acha? – Ele perguntou me olhando com os olhos cheios de desejo. Só concordei com um aceno de cabeça. Então baixou sua cabeça e tocou meu pescoço com seus lábios, um arrepio involuntário percorreu todo meu corpo. Assim que me recuperei do pequeno choque, aproveitei sua distração e dei uma joelhada no meio das suas pernas. –Merda! – Ele xingou baixo e rapidamente colocou as mãos entre as pernas.

– Shiu! – Fiz e coloquei um dedo em sua boca. – Estamos em uma biblioteca, por favor, não faça barulho. – Dei um largo sorriso irônico. – Vejo você depois, querido. – Joguei um beijo no ar para ele e fui em direção ao balcão de empréstimo de livros.

Preenchi a ficha que uma garota havia me dado e antes de sair olhei para trás e vi Jason se apoiando na estante de livros com uma mão e a outra ainda se encontrava no meio de suas pernas. Dei um tchauzinho com a mão, ao qual foi retribuído com um olhar mortificante, o que fez com que meu sorriso crescesse mais ainda. Então saí definitivamente da biblioteca.

PDV Jason:

Maldita!

Maldita à hora em que levantei da cama e pensei em usar outro tipo de abordagem com Sahra.

Maldita seja essa garota que é um legítimo demônio.

Agora me encontrava sem forças para me mexer normalmente, minhas partes baixas estavam me matando de dor. Ela havia sido certeira e a joelhada foi com bastante força, cada mínimo movimento que fazia me causava uma imensa dor.

– Você está bem? – A voz de uma garota perguntou quando me curvei para frente com as mãos entre as pernas e gemi.

– Eu pareço bem? – Perguntei sarcasticamente com a voz abafada.

– Talvez. – Ela respondeu e parecia falar sério, ainda não havia olhado para o rosto dela. – Depende de como você age normalmente, vai ver que você é assim todo dia, o que me leva a pensar que você é uma pessoa bem estranha. Mas voltando... Você pode ser normal ao seu jeito, não é? Então eu vou indo fulaninho. Tchau e passar bem! – Ela saiu. Levantei meu rosto para vê-la, mas só vi sua sombra dobrando em outro corredor da biblioteca.

Garota estranha – pensei. Ela falou comigo e antes que eu respondesse foi embora.

Endireitei-me e caminhei para fora. Assim que coloquei mês pés no corredor o sinal anunciou o término do intervalo. Teria que passar as próximas com Alexia, ela era gata demais e até tolerável, mas era possessiva demais e aquilo me irritava. Hoje ela estava sufocante, havia grudado em mim a todo o momento, salvo as idas ao banheiro, ela sempre estava no meu pé, até perguntei por que ela estava fazendo aquilo, mas a única resposta que recebi foi: “Estou cuidando do meu namorado!”

Aquilo estava me enchendo, Daniel tinha razão quando dizia que eu não era homem de uma mulher só. A aula foi extremamente sufocante com Alexia sentada ao meu lado observando cada respiração que eu dava, era como se ela achasse que eu fosse traí-la se ela desse as costas. Claro que já havia feito isso, mas nós não estávamos namorando e nem estamos. Sem um pedido oficial não éramos namorados e se ela estivesse esperando pelo pedido que espere sentada, pois ele não viria tão cedo. Finalmente o sinal tocou e mais do que depressa arrumei minhas coisas para ir à próxima aula sem Alexia no meu pé.

– Droga, a aula acabou. – Ela disse fazendo um biquinho que de sexy e bonito, passou a ser irritante e estranho em poucas horas.

– Não se preocupe, nos vemos depois, não é? – Perguntei sem realmente dar atenção a ela.

– Claro. – Ela respondeu animada. – O que você acha de sairmos hoje, nada de balada só uma ida a uma lanchonete/restaurante... Você pode levar o seu amigo e o seu primo, alguns garotos do time vão também.

– Ah sim, tudo bem. – Falei enquanto ajeitava a mochila nas costas. – Me liga falando onde e quando ok? Agora eu tenho que ir. – Falei indo em direção a porta.

– Ei! – Me virei para encará-la. – Não está esquecendo de nada? – Ela perguntou levantando as sobrancelhas sugestivamente.

– Não. – Falei sem entender o que queria dizer. Ela, no entanto, só rolou os olhos e veio em minha direção me dando um longo beijo.

– Esqueceu do meu beijo. – Ela disse com um sorriso.

– Desculpa gata, da próxima vez eu prometo que isso não vai acontecer. – Falei dando um sorriso.

– Acho bom mesmo –ela devolveu um sorriso malicioso.

Saí da sala sem mais despedidas. De acordo com o meu horário teria aula de Ed. Física, se essa escola fosse boa o suficiente para ter um time de futebol procuraria uma forma de entrar para ele. Fui para quadra e o professor, com cabelo cortado no estilo militar, alto, com expressão carrancuda mandou que fosse colocar um uniforme que se encontrava no vestiário masculino.

Coloquei a bermuda que ia até um pouco abaixo dos joelhos na cor preta e uma camiseta regata na cor cinza-chumbo. Saí do vestiário e em uma vistoria pela quadra encontrei todos os rostos mais conhecidos ali. Daniel e Drew, que se encontravam rodeados de garotas enquanto os mesmos se exibiam fazendo alongamento.

Mellany, que estava conversando com um grupo de garotas com roupas que pareciam ser de líderes de torcia. Quem eu mais queria ver também estava ali, Sahra estava sentada na arquibancada bocejando a cada palavra que a garota ao seu lado falava. Analisei a garota ao seu lado e percebi que era Marjorie, a projeção da Barbie.

Sahra estava com a cabeça apoiada em uma das mãos enquanto seu cotovelo fazia apoio em sua coxa. Olhando bem para suas coxas ela tinha belas pernas, pareciam ser bem torneadas. De repente seu olhar cruzou com o meu, assim que me encarou ela abriu um sorriso zombeteiro, lancei-lhe um olhar mortal que fez com ela abrisse o sorriso mais ainda. Antes que eu fizesse um gesto nada bonito em sua direção um apito forte soou por toda a quadra.

– TODOS PARA O MEIO DA QUADRA! – O professor gritou em plenos pulmões, ouve um burburinho entre algumas pessoas na quadra, antes que ele falasse qualquer coisa me dirigi até o meio da quadra onde ele se encontrava. – Muito seu bando de preguiçosos imprestáveis. – Levantei meu braço chamando sua atenção. –O que você quer?

– Bom, não questionando os seus métodos de ensino, mas... Você pode falar dessa maneira conosco? – O indaguei. Tudo bem que ele era professor, mas assim era demais. Todos os alunos veteranos me olhavam assustados.

– Qual o seu nome, filho? – Ele perguntou com um sorriso calmo.

– Jason, senhor. Jason Sulivan. – Falei dando um sorriso de canto.

– Muito bem senhor Sulivan. Veio da França não foi? – Ele perguntou e só balancei a cabeça em confirmação. –C erto... QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA FALAR O JEITO QUE EU POSSO OU NÃO DAR AULA? – Ele gritou e falou sem dar nenhuma pausa. A garganta dele era muito boa.

– Er... – Foi a única coisa que saiu da minha garganta.

– Muito bem. – Ele disse com um sorriso triunfante. – Eu estou pouco me lixando para as metodologias de ensino, se você está reclamando vá chorar para sua mãe e não para mim. – Ele disse me encarando profundamente. – Mais alguém quer fazer alguma reclamação? – Ele perguntou olhando para todos os alunos que ficaram quietos olhando, amedrontados, menos Sahra que se encontrava bastante entediada. –Melhor assim. Não fiz um plano de aula para hoje e não posso mandá-los para casa, então formem duas equipes... Vamos jogar queimado. – Ele disse, sorrindo de forma diabólica. – Boss e Sulivan... Formem as equipes.

Depois disso o irmão de Alexia e eu começamos a escolher as pessoas que ficariam nas equipes. Primeiro escolhi Daniel e escolheria Drew logo em seguida, mas ele foi escolhido para a outra equipe, escolhi garotos do time de futebol e algumas das garotas que pareciam ser líderes de torcida. Até escolheria Sahra, mas quando a mesma estava se aproximando para ser escolhida para alguma das equipes, tropeçou nos próprios pés o que quase resultou em sua queda, mas por sorte não caiu. As equipes ficaram em números iguais de nove em cada grupo.

– Agora vou jogar a moeda e decidir quem começa com a... – Ele se interrompeu e olhou em direção as arquibancadas. – Haskel, o que a senhorita pensa que está fazendo?

Meus olhos migraram para a direção que ele olhava e vi uma garota de cabelos curtos e escuros fazendo estranhos movimentos com os braços e falando coisas de forma baixa, enquanto queimava uma flor. O contrário de todos ali ela não estava vestida com o uniforme e sim com uma espécie de túnica branca que ia até o meio de suas coxas, mas estava com pelo menos o short do uniforme por baixo.

– HASKEL! – O professor gritou fazendo com que a garota pulasse de susto. – O que você está fazendo aí? Venha até aqui agora. – A garota desceu lentamente e caminhou com saltinhos até onde nos encontrávamos. – O estava fazendo, senhorita Haskel?

Só quando ficou de frente para o professor que pude ver como ela era. Tinha o rosto com expressões pequenas que lembravam as de uma criança, olhos grandes e castanhos, o cabelo era bagunçado e era magra, pernas e braços finos.

– Estava orando para a Deusa Niké. A Deusa da sorte. – Ela disse e levantou os braços para o alto olhando com admiração o que fez com que todos, inclusive o professor acompanhasse seu olhar, mas a única coisa que havia era o teto.

– Tudo bem. – O professor falou balançando a cabeça. – Já terminou?

– Não, o senhor me interrompeu e isso pode fazer com que as benções Dela não caiam sobre você então se me deixar continuar para...

– Chega Haskel! Vamos jogar, você vai para o time do Boss. – Ele falou com um sorriso de empolgação no rosto.

– Não querendo desacatar a sua ordem professor... – Ela falava de forma calma e respeitosa. – ...Mas eu não gostaria de participar do jogo, o senhor sabe o quanto fico... Ãh... Competitiva com esses jogos.

– Por isso você vai jogar. Agora depressa. – Ele disse e jogou uma moeda para cima. – O que você quer Boss? Cara ou coroa?

– Coroa. – Alan respondeu despreocupado.

– Vamos ver. – Ele olhou a moeda. – Você ganhou! O que escolhe campo ou bola?

– Bola. – Alan respondia a tudo de forma entediada.

– Sulivan escolha o lado do campo.

– Direito. – Falei.

Ele pegou uma rede cheia de bolas e distribuiu para todo o time dos adversários, todos nos posicionamos e quando o professor levou o apito a boca, a porta foi aberta. Por ela um garoto de cabelo preto passou com um sorriso nos lábios, todos o encaravam olhei em direção a Sahra e ela o encarava com um sorriso idiota nos lábios que era retribuído pelo garoto.

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– Está atrasado senhor O’conner. – Ele só rolou os olhos.

– Culpe o professor de matemática por isso. – Ele disse levantando os braços na altura do peito em perfeito sinal de rendimento.

– Certo, certo. Time do Sulivan. – Dle apontou para o meu lado.

– Ótimo! – Ele falou. – É melhor se cuidar Sahra. – Ele disse de forma que pareciam ser velhos amigos. Todos os olharam.

– Digo o mesmo Nick. – Ela falou com um sorriso malicioso, enquanto jogava a bola para cima e a agarrava com a mão.

O apito soou e de repente várias bolas voaram pela quadra, desviei de algumas e consegui agarrar uma, vasculhei com os olhos a quadra até que encontrei Sahra, joguei a bola com força em sua direção e ela desviou só dando dois passos para o lado.

– Vai precisar fazer mais do que isso, Jason. – Ela me provocou e lançou uma bola rápida em minha direção. Desviei rápido e consegui pegá-la ainda no ar jogando novamente em sua direção.

– Você também, querida. – A provoquei.

Ela pegou uma bola e jogou, mas o contrário da outra essa não foi direcionada a mim. A bola passou cortando o ao meu lado e foi certeira em direção a cabeça de Daniel, que tombou e quase caiu. Olhei para Sahra e ela baixou a cabeça e correu por entre os integrantes do seu time. Marjorie já havia sido acertada e se encontrava na arquibancada como algumas outras pessoas.

Acertar Sahra estava sendo difícil então resolvi tirar mais uma pessoa do seu time. Olhei analisando enquanto nenhuma bola vinha em minha direção e vi a garota da Deusa grega parada em um canto só observando o jogo. Ninguém jogava as bolas em sua direção e ela parecia ser o alvo mais fácil dali. Joguei a bola em sua direção e em súbito ela agarrou a bola com as mãos, virou-se para onde eu estava e crispou os olhos e jogou a bola com bastante força em minha direção.

Desviei da bola e de repente outra veio e depois várias vieram, mas em todas as pessoas, ela pegava as bolas espalhadas pelo chão e jogava em todos até mesmo nas pessoas do seu próprio time. Mellany foi eliminada com uma bolada na cabeça, Drew levou outra no braço que ficou com uma grande marca vermelha. Sahra correu em direção ao lado do time em que eu estava desviando das bolas, fiz o mesmo. Mas mesmo correndo fui acertado com força na cabeça, fazendo com que eu abaixasse no meio do campo.

– Fique satisfeito, porque se fosse eu, você provavelmente não poderia ter mais nenhum filho. – Ela falou e depois agachou depressa desviando de uma bola que vinha em sua direção.

Saí do meio da quadra e sentei na arquibancada ao lado de Daniel e Drew.

– Você está bem? – Daniel perguntou enquanto bebia uma garrafa de água.

– Tudo bem. – Respondi esfregando a cabeça e olhando para a garota jogar bolas e desviar das mesma com a maior facilidade.

– Como ela consegue fazer isso? – Drew perguntou incrédulo.

– Vai saber. – Respondi enquanto via mais uma pessoa levar uma bolada e sair de campo.

– Vocês estão vendo a minha preciosidade. – O professor falou surgindo de repente ao nosso lado. – Ela é a minha melhor jogadora em todos os esportes. – Ele falava com os olhos brilhando. Fiz uma careta e respondi.

– Tudo bem.

– Mas essa garota com o cabelo verde e olhos vermelhos está dando um pouco de trabalho para Laila, quem é ela? – Ele perguntou com os olhos estreitos

– Aquela é Sahra Backers. – Respondi com tédio. A garota era realmente resistente. Agora só ela e o tal O’conner estavam correndo pelo campo.

– Backers? Muito bem. – Ele respondeu com um sorriso.

De repente a bola acertou o garoto que saiu da quadra, deixando somente as duas correndo e desviando das boladas que ambas jogavam. Sahra jogou uma bola que fora direcionada para acertar a cabeça da tal Laila, mas a garota simplesmente curvou o corpo para trás e desviou fazendo uma cambalhota. Olhei de boca aberta para ela e vi que Sahra estava do mesmo jeito. A garota mal levantou do chão e jogou uma bola com bastante força em direção a Sahra que se jogou no chão para desviar e antes dela conseguir sentar no chão, outra bola foi em sua direção fazendo com que ela rolasse no chão para desviar.

Sahra jogou as pernas para trás e impulsionou seu corpo para que levantasse sem a ajuda das mãos. Então ela simplesmente correu em disparada para a arquibancada e se embrenhou por baixo dos bancos, sumindo de vista. Todos olharam ao redor inclusive a garota maluca que começou a passar os olhos por toda a quadra, mas nenhum som era ouvido.

A garota andou em direção a arquibancada e olhou em baixo dela, olhou para os lados e todos acompanhavam os seus movimentos. Era como se de repente a garota tivesse evaporado. Haskel enrugou o cenho e virou de costas para a arquibancada olhando para a quadra.

– Te peguei. – Sahra apareceu do nada e tocou com a bola suavemente na cabeça da garota.

– Ah não! – A garota choramingou e bateu o pé no chão. – Isso não vale! Você trapaceou.

– De forma alguma. – Sahra falou com um sorriso. – Só usei a inteligência de Atenas a meu favor. – Disse e piscou em direção a garota, que apenas a encarou.

– Parabéns Backers! – O treinador a parabenizou. – Você foi a primeira a ganhar da senhorita Haskel. Acredite, isso é realmente difícil.

–Acho que percebi isso. – Ela falou balançando a cabeça.

– Claro que sim. – O treinador falou com o seu costumeiro tom de carrasco. – ESTÃO TODOS DISPENSADOS! – Ele gritou e todos começaram a se retirar imediatamente. – Teremos treino do time de futebol americano, no campo atrás da escola.

Seria uma boa oportunidade para tentar entrar no time. Drew e eu sempre fazíamos parte dos times de futebol das escolas em que frequentávamos, se não havia futebol era basquete, mas sempre participávamos de alguma equipe de esportes.

– Drew, vamos lá? Podemos fazer um teste para entrar no time, o que você acha? – Perguntei a ele enquanto levantava.

– Claro, ficar sem fazer nada é extremamente tedioso. – Ele respondeu alongando os braços.

– Daniel? – Virei para Daniel e vi que ele olhava, com a cabeça um pouco inclinada e o cenho franzido, em direção a Sahra que havia acabado de passar pela porta do vestiário. – Daniel?! Terra para Daniel, cara você está bem? – Perguntei estalando os dedos na frente do seu rosto.

– Ãh?! Claro que estou bem. – Ele falou rápido e com o seu típico sorriso no rosto. – O que você dizia?

– Drew e eu vamos até o campo tentar entrar no time, você vem?

– Claro! Mas como sempre só vou ficar olhando, não gosto muito desse esporte. – Ele comentou e começamos a caminhar em direção ao vestiário.

No treino a seleção para novos jogadores já havia começado, então não precisamos de muito para falar com o treinador. Alguns outros candidatos que queriam ingressar no time não eram tão bons. Apesar disso não fomos dispensados de um teste rigoroso para sermos selecionados.

Junto com os testes para novos jogadores os de líderes de torcida também aconteciam. O que não era assim tão bom, pois Alexia estava a todo o momento tirando minha atenção com acenos e gritinhos, isso nem era tanto, mas a roupa minúscula de líder de torcida tiravam toda a minha atenção. No entanto me sai bem.

– Você foi perfeito. – Alexia falou, assim que fui em direção a beira do gramado, se jogando em meu pescoço.

– Não mostrei nem um terço do que sou capaz. – Falei colocando os braços em volta de sua cintura. – Você é uma bela distração. – Dei um sorriso malicioso. – Com essa roupa fica ainda mais difícil me concentrar.

– Você acha? E o meu rosto? Ele não está muito feio?

– Claro que não. Nem está mais inchado, só algumas marcas, mas está muito bem. – Falei a acalmando. Não havia falado nenhuma mentira, seja lá o que ela havia colocado no rosto ele já estava bem melhor, o inchaço havia sumido e apenas algumas marcas eram mais visíveis, como em volta do olho.

– Obrigada. E você também não está nada mal. – Ela sorriu e me beijou.

– LOIRA SEBOSA! – Rapidamente Alexia separou nossos lábios, mas não se virou para a pessoa que havia gritado.

– Me diz que essa garota não está falando comigo. – Alexia falou com os olhos crispados e o rosto tomado em fúria.

– É VOCÊ MESMA, ALEXIA BOSS! – Sahra estava parada a alguns metros de onde estávamos. – VADIA É VOCÊ E A SUA MÃE!

Depois disso ela veio quase correndo em nossa direção. Aquilo não iria prestar.


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Notas finais do capítulo

Nota da Beta II: [/Biand-chan/]
Gente, mil perdões por qualquer erro, não culpem a Mari-chan!

Ela merece o crédito, porque foi ela que escreveu e os erros foram mínimos.

Podem me xingar se eu cometi erros graves.

Comentem e nos deixem feliz ^-^!

Amo vocês!

Olha só que lindo! Devido a algmas complicações a minha primeira Beta não poderá ais corrigir os capítulos, pelo menos não por enquanto! Ela estuda de manhã e a tarde, como eu, só que ela tem que ir para a cidade vizinha, pelo menos foi o que eu entendi! Então ela ficava cansada demais e ainda tem que dar duro nos estudos... Agora apresento a minha Beta Biand-chan ela é 'taum' legal! Vocês vão amar ela! Ela é muito kawaii! *-*
Olha eu sei que demorei décadas para postar não foi?! Mas o lance é queminhas provas aconteceram, meu PC' morreu, depois ressucitou, sem internet, e está com os dias contados para sua condenação novamente! ¬¬'
Espero que vocês tenham gostado do cap. e eu sei que todo mundo ficou com uma pulga atrás da orelha com o Nate! Sei que foi maldade colocar ele na estória e não falar nada não é?! :D Mas é que eu tenho um lado muito mau dentro de mim!
Quero agradecer a todas que comentaram, amo todos os camentário e já foram devidamente respondidos! *-* E quero desejar boas-vinda para a Nathyesmeralda! Seja bem-vinda querida! Espero vê-la por aqui mais vezes! *--*
Feliz Dia Das Mães para as mães de vocês! Ou se tem alguém que lê e já é mãe, parabéns também!
Obrigada por me aturarem e: B'jão minha gente e até o próximo! *3* o//
@LoydeSilva