Vamos dizer que eu não sou uma assassina. O que realmente eu não sou. Mas vamos fazer uma pequena nota de que eu quase cheguei a ser uma.

E nesse mesmo instante, eu estou trancada no quarto, rezando pra que algum dos sanguessugas chegue logo, de preferência antes de eu descer as escadas e ir matar o lobo indefeso no andar de baixo.

Mas que droga, estava tudo indo muito bem, até eu ter que cuidar dele.

Se antes eles não iam me ajudar, agora que eles não iam mesmo.

Deitei na cama, me concentrando nos barulhos de dentro e ao redor da casa, pra poder escutar quando eles chegassem em casa.

_Cheguem logo. Disse em voz alta. Como se eles fossem escutar.

Deitei na enorme cama, e fechei os olhos escutando o som que vinha do lado de fora da casa, mas logo dormi, nem sei como, nem quando, mas dormi.

                                   ...

Eu estava novamente naquele mesmo lugar escuro, mas dessa vez não tinha luz, a única coisa que me ajudava era a visão vampiresca.

Olhei para todos os lados, tentando me localizar, mas não conseguia achar nenhum ponto de referencia nenhum sinal de algum lugar por onde sair. Nenhum lugar do qual escapar.

Me sentei no chão, tentando ouvir os sons vindo de algum lugar, qualquer que fosse.

Dei um grande sorriso, e respirei aliviada, ao ouvir o som de um coração batendo. Isso significava que tinha mais alguém ali, e isso era bom.

_Oi. Quem ta ai? Perguntei levantando e indo em direção ao som.

Ninguém me respondeu, então me aproximei mais ainda, do barulho.

_Oi. Tá me escutando? Era uma pergunta idiota, já que o lugar estava vazio e minha voz saia alta, fazendo eco.

_Oi, responde. Eu disse mais auto ainda.

_Pare de gritar. Ouvi a mesma voz do garoto que tinha visto na noite passada.

_Oi. Eu disse mais baixo e fazendo o que ele tinha mandado.

_Oi. Respondeu ele seco.

_Tudo bem com você? Perguntei chegando ainda mais perto dele. Ele estava parado em pé segurando alguma coisa na mão, e se mantinha de costas para mim.

_Não me chegue perto de mim. Disse ele dando longos passos para a frente.

_O que? Perguntei como se ele tivesse falando uma língua de aliens.

_Fica longe de mim. Repetiu ele, ainda mais grosso que antes.

_Mas... Tentei intervir em meu favor. Estava – mos, só eu e ele naquele lugar, como ele poderia querer que eu ficasse longe?

_Não. Você é má, como eles. Você também é uma assassina. Disse ele parecendo estar no automático.

_Não, eu não sou.

_É sim. Você tentou matar ele. Como você pode tentar matar ele? Porque você é uma assassina, assim como eles. Você é ruim. Uma pessoa má. Eu te odeio. Disse ele respondendo a própria pergunta e de uma tacada só, dizendo na minha cara que me odiava. Mas isso não ia ficar por isso mesmo.

_Quem você pensa que é para falar comigo assim...

_Stefan. Chamou uma voz doce atrás de mim. Me virei e vi uma menininha de pele branca e muito bonita com um vestido branco abaixo dos joelhos. Não devia ter mais que seis anos de idade. Era muito mais jovem que o menino.

Ela veio a passos rápidos e passou por mim, sem nem me olhar e foi até o menino segurando sua mão, e ficando de frente para ele.

_Stefan. Não devia falar assim com ela. Disse ela de forma doce e muito gentil. Então quer dizer que o nome dele era Stefan?! Foi ótimo descobrir isso.

_Mas foi ela quem começou. Você viu o que ela fez. Disse ele tentando me acusar. Eu nem sabia do que estava sendo acusada, nem sabia do que se tratava.

_Eu sei, mas ela não teve culpa. Argumentou a menina de uma forma tão doce, que me hipnotizou.

_Eu sei. Disse Stefan abaixando a cabeça. Era incrível, uma menininha de seis anos, cuidando de uma de 10. Sorri vendo os dois juntos.

_Vamos, papai estava chamando agente. Disse ela puxando ele pela mão.

_Está na hora de acordar. Disse ela ainda puxando ele, para o escuro.

_O que? Perguntei querendo saber do que eles estavam falando.

_Acorda logo. Disse ela, mais auto, mas seu tom não chegava a ser agressivo, só...

_AGORA...