Crônicas de Uma Noite Maldormida escrita por Artemys Jenkins


Capítulo 1
O Sonho de Aoshi


Notas iniciais do capítulo

Uma luta. Um sentimento. Dois corpos descontrolados. E uma noite maldorminda. Apenas isso. (Primeiro conto)



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Crônicas de uma noite mal-dormida

Era hoje. O tão esperado dia para Aoshi, mas nem um pouco esperado para Kenshin. Finalmente iriam tirar as diferenças, finalmente iriam ver, afinal, quem merecia o título de “mais forte”.

Aoshi, completamente concentrado, estava com sua roupa convencional muito bem arrumada, suas duas kodachis no lugar. Kenshin, por sua vez, estava completamente desmantelado, hakama totalmente mal-amarrado, camisa mal-colocada, a espada embainhada nas suas mãos. Kenshin parecia estar com sono, estava com a cara completamente amassada – acho que havia acabado de acordar, somente para contrastar com Aoshi, que parecia uma criança que ia a um evento de anime pela primeira vez.

- Bom dia, Aoshi-san. Este servo pede desculpas pelo atraso, é que ele não conseguiu dormir direito noite passada e está um pouco cansado.

- Tudo bem, desde que você consiga lutar decentemente.

- Sim, sim...

Ambos ficaram em “posição de ataque”. “Posição de ataque” porque Kenshin estava na famosa posição de “confiança na espada” tamanho era o sono que lhe faltava. Todavia, ele estava inteiro. Pelo menos se agüentava de pé.

Aoshi começou atacando – ele viu que o seu oponente dormiria se não o fizesse – e Kenshin por pouco não toma o ataque direto. Cai no chão parecendo uma pedra de tão duro, e, se não fosse o zunido da kodachi de Aoshi nos seus ouvidos, com certeza o ruivinho estaria nos braços de Morpheu (e, de preferência, um Morpheu de cabelos negros, olhos da mesma cor, mulher e que atendesse pelo nome de Kaoru).

- Você está bem, Himura? – Aoshi perguntava com cara de quem comeu e não gostou, melhor, de quem ainda não tinha comido nada, tanto no sentido literal quanto no sentido figurado da palavra.

- Este servo está bem, não se preocupe, Aoshi-san. – Kenshin respondeu da maneira retardada de sempre e Aoshi o olhou de uma forma... carinhosa.

- Então, eu irei recomeçar. – e atacou o coitado novamente. Kenshin só acordou quando sentiu a espada de Aoshi cortarem os grossos fios do cabelo ruivo dele; este pulou para o lado e olhou diretamente nos olhos frios de Aoshi. “Lembram os de Kaoru!”, ele pensou, mas pensar nela não iria ajudar muito, pois um Aoshi com cara de poucos amigos estava indo para cima dele de uma maneira um tanto rápida. Kenshin olha para aquele poste de sobretudo se movimentando em sua direção e resolve desembainhar sua espada para ao menos se defender. Ser pequeno tinha as suas vantagens, mas agora, sua altura não estava contando como um ponto forte de batalha.

- Este servo já acordou, pode usar toda a força agora, Aoshi-san. – o ruivo disse e sorriu. Aoshi não conseguiu resistir àquele sorriso e ruborizou levemente. Tudo bem, era seu oponente, quase inimigo, mas não tinha como não perceber que ele era fofo. Uma gracinha de retalhador! Kenshin correu na direção de Aoshi e usou um de seus ataques mais tradicionais, que Aoshi defendeu com muita perícia usando sua kodachi.

Trocavam golpes; a disputa estava muito equilibrada. Tanto Aoshi quanto Kenshin eram habilidosos. Trocavam golpes e mais golpes. Kenshin consegue derrubar Aoshi, que, por um descuido, cai sobre o corpo do ruivo sem tamanho. Se fitam por alguns instantes. A respiração de Aoshi começa a ficar mais sôfrega; Kenshin começa a sentir cada inspiração profunda e cada expiração impaciente, como quem tem medo de alguma coisa. Aoshi tenta começar um beijo, mas Kenshin o detém.

- Não podemos, Aoshi. Somos homens e, além de tudo, casados! Isso seria um caso de adultério! – disse um Kenshin semi-desesperado.

- Você sempre certinho, hein, Himura? – Aoshi pergunta enquanto morde a orelha esquerda de Kenshin – é só ninguém ficar sabendo...

- Aoshi... – Kenshin não terminou sua frase: foi calado por um beijo de Aoshi. O beijo começou tímido, mas com o tempo, foi se intensificando. Aoshi estava certo, aquilo que sentia por Himura não era rivalidade nem respeito... Era amor. E Kenshin descobriu que o que sentia não era uma compaixão não-declarada: ele estava apaixonado. Conforme os beijos foram se intensificando, eles foram avançando nas carícias. Quando Kenshin estava quase sem camisa e Aoshi, só com a roupa de baixo, Aoshi fez uma pergunta crucial:

- Espera aí!! Quem vai ser o uke e quem vai ser o seme nessa nossa relação?

- Oro? – Kenshin olhou assustado para o homem que o acariciava com tanto fervor. Que história era aquela de “uke” e “seme”?

- Quem vai ser o ativo e o passivo, meu querido. – Aoshi respondeu simplesmente. Sabia que aqueles livros YAOI da Misao não iriam fazer bem, mas mesmo assim ele leu para não entristecer sua “esposa”. (Seria mesmo?).

- Não sei... Tiramos no palitinho? – Kenshin sugere inocentemente.

- Bem, de acordo com os livros de Misao, o mais baixinho sempre é o passivo – Kenshin agora tinha a certeza de que sua altura NÃO era um ponto forte. NÃO MESMO.

- Tu... Tudo bem... – Se ele lia esses livros, com certeza devia entender.

Eles começaram a se despir. Quando Aoshi estava quase “rompendo o hímen” de Kenshin, algo inesperado aconteceu...

--

- AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!

Um grito desesperado ecoou pelo Aoi-ya. Aoshi olhou ao redor. Tudo estava o mesmo: o quarto, os móveis, o futon, e a companhia em cima dele.

- Uke... Seme... – o okashira-poste murmurou. Misao olhou estranhamente para ele.

- Você andou lendo meus livros YAOI, Aoshi? Pensei que não gostava deles! – de fato, ele havia lido, mas não tivera sido os livros que o fizeram murmurar aquelas coisas indecentes. Viu Misao sorrir e percebeu que ainda a amava.

Graças a Deus foi um sonho!”, pensou. Misao ainda o olhava curiosamente.

- O que foi, Aoshi? – a mulher perguntou e agarrou-se ao marido. Esse a apertou com tal força que até a deixou sem ar.

- Tive um sonho ruim esta noite...

- Sonho? Que tipo de sonho? – Misao perguntou alegremente como sempre fazia independente da ocasião.

- Você não gostaria de saber.

Nisso, alguém bate na porta.

- Aoshi, visita para você – uma Omasu nada satisfeita falava ao ser só de yukata. Ser acordada com um berro dele às cinco da manhã não era nem um pouco legal.

O homem vai ver quem está na porta da sua casa o esperando e vê que... É Kenshin.

- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃO!! – e, então, sai correndo.

- Nossa, o que foi que este servo fez de tão grave? – Kenshin pergunta confuso. Ele não havia feito nada mesmo. Apenas a mente insana de Aoshi havia lhe pregado “peças”.

- Parece que ele teve um sonho ruim, senhor Himura... – Misao respondeu despreocupadamente.

- Que tipo de sonho, Aoshi-san? – Kenshin perguntou despreocupadamente também.

- Com licença, eu vou até o templo meditar, volto na hora do almoço. – se vestiu rapidamente e saiu. Realmente, aquilo só poderia ser reflexo de uma noite mal-dormida...


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Notas finais do capítulo

fic feita com o apoio total e completo da Mih (mih-yoshitaka do ff.net)

pra quem naum sabe, hakama eh akela calça aberta q os japoneses usam (leiam Tsubasa, eh cultura!)

espero q tenham curtido.

Kisuzinhos da Artemys-chan /bj

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