Tudo por Acaso escrita por Deh Cullen


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Olá, babies :} Divirtam-se o/



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Não havia palavras que poderiam ser capazes de explicar como ele estava se sentindo agora. Ele só queria saber que ela estava bem. Que eles estavam bem.

Enquanto esperava notícias de alguém, Edward lembrou-se de tudo o que aconteceu. Os flashes surgiam em sua mente, devagar o suficiente para provocar uma explosão de sentimentos. Era confuso – e estranho – se sentir assim.

Escutou a irmã, Alice, pedir que ele se sentasse e se acalmasse. Edward somente assentiu e se sentou. Fechou seus olhos, permitindo-se mergulhar em lembranças.

A primeira vez que a viu. Lembrou-se de como os cabelos de Bella se movimentavam conforme ela andava. Lembrou-se de seus quadris se mexendo, o sorriso doce e sincero que sempre estava em seu rosto. E os olhos cor de chocolate tão intensos! Lembrou-se de quando eles foram chamados para uma reunião e descobriram que eram formados na mesma área: arquitetura.

Sorriu ao se lembrar de Bella e ele discutindo os projetos, animados. De como os lábios dela moviam-se sensualmente enquanto ela falava. De como os olhos dela brilhavam, demonstrando a tamanha paixão pela profissão. Lembrou-se de se aproximar lentamente de seus lábios e beijá-la. E de como, horas mais tarde, os dois estavam ofegantes e nus, deitados na cama de Bella.

Lembrou-se de que isso aconteceu repetidas vezes, mas não havia sentimento ali. Ambos sabiam que era só sexo e não colocaram limites.

E, então, tudo mudou.

Lembrou-se de Bella pálida, mal se agüentando em pé na empresa. Lembrou-se de ela correndo constantemente para o banheiro, e de como ela se encontrava cansada. E, lembrou-se, de quando ela disse que eles precisavam conversar.

Grávida.

Uma palavra que foi capaz de mudar tudo entre eles.

Dali a sete meses uma criança, um fruto dos dois, com características dos dois, chegaria ao mundo. Um alguém pequeno, que precisava de uma família. Precisava de amor, carinho e atenção. Precisava de cuidado.

Lembrou-se de seu desespero, de como passara a noite em claro, perguntando-se como seria o futuro da criança. Era óbvio que ele iria assumir. Só estava assustado com a possibilidade de ser pai. De cuidar de alguém.

Será que ele seria capaz disso?

Cuidar de alguém... Nunca pensara nisso, nunca pensara em ser pai, em se prender em alguém, em casar, ter filhos e obrigações para com a família.

Mas, agora, em breve, alguém necessitaria de seu cuidado e atenção.

E, desejando o melhor para o bebê, Edward resolveu pedir Isabella em casamento.

Convidou-a para um jantar no dia seguinte, mas Bella recusou, dizendo que estava muito enjoada e preferia ficar em casa. Edward insistiu, e Bella acabou convidando-o para que eles jantassem na casa dela.

O jantar foi tenso. O silêncio era incômodo. Edward pensava em uma maneira de pedi-la em casamento, de convencê-la de que aquilo era o certo, era o esperado, que o filho deles precisava de uma família, que o filho deles merecia o melhor.

A pequena caixinha de veludo pesava no bolso de sua calça.

Como previsto, a conversa foi extremamente complicada. Bella recusava a se casar sem amor, a prender os dois em algo que não iria durar para sempre. Lembrou-se de insistir, pedir, implorar. E lembrou-se de quando, enfim, Bella concordou.

Lembrou-se da cerimônia simples. De como Bella se encontrava linda em seu vestido de noiva. A família dela estava lá. Renée e Charlie, ambos emocionados. E a família dele também. Esme, Carlisle, Alice e Emmett, junto de Jasper e Rose. Foi tudo muito simples, embora não tenha deixado de ser bonito.

Lembrou-se de como os votos soaram falsos e de como tudo ali parecia extremamente surreal. Lembrou-se de quando partiram para uma fingida lua de mel. Mal olharam um para o outro durante ela. Edward apenas ajudava Bella com os enjoos e as tonturas.

Ainda sentado na sala de espera do hospital, lembrou-se de como foi quando eles voltaram para casa, um mês atrás. Bella estava com dois meses de gravidez, mal tinha barriga. Lembrou-se de quando foram para a casa de Edward – que passara a ser a casa dos dois – e de como tudo só foi piorando.

Apesar de trabalharem na mesma empresa, eles mal se viam.

Edward estava entretido em seus próprios projetos e chegava em casa tarde da noite. Bella saía mais cedo, por recomendação médica, e passava o resto do dia sozinha na casa que parecia extremamente grande para ela, Edward e um bebê.

Os dois iam as consultas juntos e esse era o único momento em que eles se entregavam às emoções. Simplesmente não conseguiam se conter ao ouvir o coração do bebê, se perguntando como foram capazes de criar aquilo. Era doce e único.

Lembrou-se de se sentir bem ao chegar em casa e encontrar o quarto do bebê em construção. Não sabiam o sexo, então tudo ainda estava branco. Os móveis lindos e delicados. O papel de parede amarelo e verde. Tudo tão lindo! Era incrível imaginar que dentro de sete meses o bebê estaria ali, ocupando aquele espaço.

Lembrou-se também de seus dois amigos, que também estavam nas mãos dos médicos agora. Jacob Black e Tanya Denali, amigos dele e de Bella, que também trabalhavam na empresa. Lembrou-se de chegar em casa e encontrá-los conversando com a esposa.

E, lembrou-se, mais uma vez, daquele dia, do dia que parecia que nunca iria acabar.

Bella agora tinha quase quatro meses de gravidez. Ainda não sabiam o sexo. Ela ligou para a empresa para dizer a Edward que iria sair com Tanya e Jacob. Ele não ligou, dizendo – pela milésima vez – que chegaria em casa tarde.

Lembrou-se de ser quase dez da noite quando o telefone do escritório tocou. Pensando que fosse Bella, ele atendeu.

Lembrou-se de como ficou espantado quando lhe disseram que um caminhão invadira a pista contrária e batera no carro onde Jacob, Tanya e Isabella estavam. Lembrou-se de como ficou extremamente desesperado e de correr até o hospital.

E, agora, depois de ligar para a família, ele estava na sala de espera, esperando pela notícia dos amigos, da esposa e do filho.

- Acalme-se, Edward – Carlisle, seu pai, murmurou. – Eles logo vão vir com notícias.

Cinco minutos depois, um médico baixo, gordo e que parecia cansado, apareceu.

- Parentes de Isabella Cullen, Jacob Black e Tanya Denali – disse, chamando a atenção de todos. – Tenho notícias boas e más.

- Diga, doutor – murmurou Renée, aflita.

- Infelizmente o Sr. Black e a Srta. Denali não sobreviveram – disse.

Edward sentiu seu coração apertar, lembrando-se dos amigos.

- E minha esposa, doutor? – murmurou, sem conseguir se conter.

- Ela está bem – suspirou. – Mas, infelizmente, o bebê não sobreviveu.

Edward sentiu o chão sumir. Seu bebê. Seu filho. O único laço forte entre ele e Bella. Morto.

As lágrimas surgiram antes que ele se desse conta disso. Jorraram fortes, a dor em seu peito se intensificando a cada segundo. O que eles fariam agora? Como tudo seria?

- Eu... – Edward respirou fundo, tentando se controlar. – Eu posso ver minha esposa?

Foi difícil ir até o quarto de Bella e encontrá-la chorando. Sua esposa o abraçou forte, dizendo que sentia muito.

- Não é sua culpa, Bella – murmurou.

Ela assentiu em meio as lágrimas. Já tinha se acostumado com a ideia de ser mãe, e agora não sabia o que iria fazer. O bebê era a única coisa que prendia Edward a ela, e ele poderia deixá-la em breve.

Bella havia cansado de tentar negar, mas ela sabia que estava apaixonada por Edward. Assim como sabia que ele não queria nada com ela.

Agora que não havia mais bebê, o que seria do casamento deles?

Rezou para que tudo melhorasse, para que Edward a amasse. Assim, juntos, eles superariam a perda do filho. Juntos. Como marido e mulher.

Bella ficou no hospital mais alguns dias, lamentando por não poder ir ao enterro dos amigos. Conversou com um psicólogo do hospital sobre a perda do bebê, sentindo-se melhor por desabafar.

Ela estava torcendo para que tudo melhorasse quando fosse para casa.

Foi Edward quem a buscou no hospital, acompanhando-a até a casa deles. Disse-lhe que tinha que trabalhar, mas que faria o possível para chegar mais cedo. Deu um beijo na testa de Bella, e ela se sentiu um pouco animada, apesar de tudo.

Edward nunca a beijara tão carinhosamente como beijara agora.

Tomou um banho, e, sem perceber, acabou parando no quarto do bebê. Eles nem tiveram a oportunidade de saber o sexo!

Entrou, desolada, no quarto, passando as mãos no ventre. Queria seu bebê de volta, queria a certeza de que ela sempre teria algo que a ligaria para sempre a Edward.

Antes que desse conta, as lágrimas desceram com força, enquanto suas mãos acariciavam o berço, a cortina, o papel de parede... Tudo tão novo, tão lindo, tão delicado.

E nunca seria usado. Nunca seria ocupado.

Limpou as lágrimas rapidamente assim que se lembrou que Edward logo estaria ali. Foi para a sala, recostou-se no sofá e fechou os olhos, pensando em tudo que já havia acontecido.

Lembrou-se de quando se lembrou de tudo o que aconteceu em sua vida, momentos antes do acidente. As pessoas estavam certas quando diziam que, quando se está próximo do fim, você tem flashes de todos os seus momentos.

Não percebeu que adormeceu, mas, em algum momento, sentiu seu corpo mais leve, o sofá sumindo. Aconchegou-se contra um corpo quente, respirando fundo, satisfeita.

- Durma, Bella.

Edward não pode cumprir a promessa que havia feito para a Bella. Não tinha como, simplesmente, chegar em casa cedo.

As coisas na empresa estavam difíceis, ele tinha que trabalhar o dobro, principalmente agora que Bella estava de licença médica. Por duas semanas.

Então, ao invés das coisas melhorarem, elas pioraram.

Era constante Edward chegar tarde em casa e encontrar Bella com os rosto úmido de lágrimas, dormindo no sofá. Era constante vê-la no quarto do bebê, acariciando os móveis, ou simplesmente parada ali, enquanto as mãos moviam-se lentamente pelo ventre.

Era constante, também, vê-la emagrecendo a cada dia que passava, as olheiras profundas... Era raro, agora, vê-la sorrir. E, quando o fazia, era com muito custo.

Edward se sentia inútil. Não sabia o que dizer a ela, não sabia como agir, nem o que fazer. Não entendia que sentimento era aquele em seu coração, que o fazia querer cuidar de Bella. Apenas a queria bem, queria vê-la feliz. Queria que eles voltassem a ser o que eram antes de tudo acontecer.

Só que, ao decorrer dos meses, tudo parecia só piorar.

Eles mal se viam.

Edward viajava constantemente por causa da empresa, e Bella também. Às vezes eles viajavam juntos, mas também viajavam separados. Mesmo trabalhando na mesma empresa, no mesmo andar, eles mal se viam.

Os parentes ligavam constantemente, querendo saber quando eles iriam visitá-los, mas eles sempre recusavam. Como poderiam fingir que tudo estava bem? Como poderiam admitir que o casamento acontecera só por causa do bebê?

Simplesmente não dava.

Eles não podiam fingir. Assim que não podiam admitir.

Edward não sabia o que estava acontecendo. Não entendia como eles podiam ter chegado àquele ponto. Queria tentar alguma coisa para que, pelo menos, Bella e ele tivessem uma relação amigável, mas ele não encontrava as palavras certas.

Como ele podia dizer a ela algo, quando não entendia nada do que estava acontecendo?

Isabella tentou pensar em mil maneiras de melhorar a relação com o marido. Amava-o. Muito. E queria tentar, pelo menos, ser feliz com ele. Queria a oportunidade de construir uma família, de verdade. Só que ela tinha medo. Edward não a amava, e Bella tinha medo de que ele a afastasse ainda mais.

Só que ela sabia que não podia mais continuar vivendo tudo aquilo. Não agüentaria mais chegar em casa e ir para um quarto, sabendo que Edward estaria no outro. Eles mal se falavam, trocavam menos de dez palavras por dias, e só.

Sentiu as lágrimas escorrerem pelo seu rosto, enquanto estava encolhida na cama. Não agüentava mais aquela situação. Era dolorido. Era estranho.

Rolou na cama por alguns minutos, e, sem conseguir dormir, levantou-se, encaminhando-se até a cozinha.

Sentou-se em uma das cadeiras que havia ali, apoiando a cabeça na bancada gelada. Estava exausta. Tanto física quanto emocionalmente.

Por alguns minutos, permitiu-se pensar que Edward e ela eram felizes. Imaginou-se chegando do trabalho junto do marido, ambos sorridentes, trocando selinhos e confissões de amor. Imaginou-se com um barrigão, e ela e Edward discutindo os mais variados nomes, enquanto, juntos, procuravam decorar o quarto do filho.

Por que as coisas não podiam ser tão simples? Por que tudo na vida tinha que ser complicado?

Bella imaginava que a sua vida seria bem mais fácil. Imagina, quando se casou com Edward, que aos poucos os dois iriam se aproximar e que seriam felizes.

Porém, o casamento, ao invés de aproximá-los, só os afastou ainda mais.

Respirou fundo, e levantou o rosto, assustando-se ao ver Edward parado ali, encostado no batente da porta.

- Ah – murmurou –, oi, Edward.

- Oi, Bella.

Como eles podiam ter chegado ao ponto de se tratarem como meros conhecidos?

- Você está bem? – Edward indagou.

- Sim – suspirou. – Apenas pensando na vida.

- Hmmm... – disse, apenas.

Com o passar dos minutos, o silêncio fora ficando constrangedor. Eles não sabiam o que falar, não sabiam como agir.

- Vou me deitar – disse Bella, por fim, levantando-se. – Tenha uma boa noite, Edward.

- Boa noite, Bella – respondeu, afastando-se para que ela passasse.

Naquela noite, Bella prometeu a si mesma que aquilo não podia continuar.

Nas semanas que se seguiram, procurou por um apartamento, já que tinha vendido sua casa. Ela teria que partir, sabia disso. Não havia mais como adiar o inadiável.

Alguns dias depois, Bella conseguiu o apartamento. E, agora, estava arrumando suas coisas para ir, definitivamente, embora.

Não só daquela casa.

Mas da vida de Edward também.

Ela respirou fundo, dobrando as roupas lentamente e colocando-as nas malas. Não devia ter aceitado o que ele tinha dito; não devia ter concordado. Seria difícil partir, seria difícil deixar o que eles haviam construído. Não, balançou a cabeça, nervosa. Eles não haviam construído absolutamente nada. Acasos. Acasos os levaram ali, e os acasos a levariam embora.

Não agüentaria mais viver assim. Se não podia ser feliz ali, com Edward, daria a ele a oportunidade de achar alguém que iria amar. Ela seria feliz, na medida do possível, se Edward estivesse feliz.

Suspirou pesadamente, ao pegar as malas e se dirigir ao primeiro andar.

Queria ir embora sem ver Edward, mas congelou quando o viu parado na porta, acabando de chegar em casa.

Ele não soube explicar a dor que o atingiu quando viu as malas dela na sala. Não soube explicar o sentimento que tomara conta de si. Foi por acaso que ela fora parar ali. Um erro dos dois, um descuido. Não havia amor, havia? Não haviam sentimentos envolvidos. Não mais. De alguma maneira, ele sabia que isso podia acontecer. Sabia que não seria eterno, que ela logo partiria e iria deixá-lo.

Então, por que doía tanto?

- Bella... – sussurrou, seus olhos vagando de Bella para as malas, das malas para Bella.

- Não dá mais, Edward – fungou. – Simplesmente, não dá.

Sem esperar que ele dissesse nada, Bella simplesmente pegou suas malas e foi embora.

Edward mal esperou que ela saísse, para deixar que as lágrimas – acumuladas a tanto tempo – se libertassem e escorressem por seus olhos. Ela tinha ido embora.

Ele tinha esperança de que tudo fosse se resolver, de que eles acabariam tendo a chance de serem, realmente, marido e mulher.

Não dormiu muito bem naquela noite. Encontrava-se ansioso para o dia seguinte na empresa, quando veria Bella.

O que diria para ela? O que faria quando a visse?

Levantou-se mais cedo do que costumava, arrumando-se apressadamente. Era incrível como a casa parecia ainda mais vazia. Sentia falta de Bella. E não sabia explicar o porquê.

Antes de sair para o trabalho, viu-se caminhando até o quarto onde ela dormia. Assim que entrou, a fragrância de Bella invadiu suas narinas, provocando uma dor tão grande, que ele teve que se sentar imediatamente.

Deitou-se na cama que Bella ocupara, sentindo seu cheiro, e sorriu um pouco. Lembrou-se da maciez de sua pele, do seu sorriso, dos seus olhos...

Por quê? Por que ele se sentia assim? Por que sentia falta dela, por que a queria?

Por que ele estava agindo como se estivesse apaixonado?

Não.

Edward congelou.

Não podia ser.

Apaixonado.

Ele não podia estar... Não podia.

Mas haveria outra explicação? Haveria explicação para a dor, a saudade, a falta... As lembranças de beijos, conversas, risos, beijos, carícias, gemidos, amor...

Amor.

Palavra que nunca fora mencionada por Edward nem Bella. Eles tinham somente sexo. Era para ser só isso. Só que nenhum dos dois contava com o bebê.

E, agora, nenhum dos dois contava que Edward fosse se dar conta que estava apaixonado por Bella.

Completamente apaixonado.

Só que, ele sabia, ela não sentia nada por ele. Ela partira.

Ele nunca a teria.

Desolado, e ansioso para vê-la, Edward seguiu até o trabalho. Estacionou, ficando imediatamente feliz ao ver o carro de Bella ali. Correu para o andar onde ficavam os arquitetos.

E, então, a viu.

Como não reparara que ela estava mais pálida? Como não reparara que emagrecera, que seus olhos tinham olheiras, e que ela parecia sem vida?

Como podia ter se afastado tanto assim dela?

Só de pensar nisso, seu coração chegava a apertar no peito.

Ele precisava tanto dela! Como pôde ter deixado tudo chegar àquele ponto?

- Bella... – murmurou. – Como você está?

- Oi, Edward – disse a morena. – Desculpe, tenho que ir.

Viu-a se afastar e entrar na sua sala.

Ele tinha que fazer alguma coisa.

Tinha que tê-la. Tinha que tomá-la de volta para si.

Tinha que fazê-la se apaixonar por ele.

Isabella desmoronou assim que se encontrou sozinha na sua sala. Edward estava ali, tão lindo... Seus olhos verdes tinham uma emoção nova, mas ela não conseguia identificá-la. Talvez ele estivesse feliz que logo estaria oficialmente livre dela.

Por que ela tinha que amá-lo? Fora por acaso...

Acasos.

Ela os odiava.

Fora por acaso que ela e Edward foram parar na mesma empresa; fora por acaso que eles eram formados na mesma coisa; fora por acaso que se beijaram, que transaram; fora por acaso que ela ficou grávida; fora por acaso que se casaram; fora por acaso que perdera o bebê... E, agora, fora por acaso que ela perdera Edward.

Não sabia como podia perder alguém que não teve. Edward nunca pertenceu a ela. Ela sempre soube disse, embora tenha sempre se iludido que um dia ele seria capaz de olhá-la com outros olhos.

Procurou se acalmar um pouco, e logo estava concentrada no trabalho. Precisava esquecê-lo.

Sim.

Esquecê-lo.

As semanas se passaram rapidamente, e a vida de Edward e Isabella era uma verdadeira rotina. Cumprimentavam-se rapidamente quando se viam, e não dirigiam mais a palavra um ao outro. Trabalhavam mais do que deveriam, e, em casa, permitiam-se entregar às lembranças.

Edward passara a dormir no quarto que Bella ocupara, imaginando-a ali, junto de si.

- Oh, Bella, por que não consigo esquecê-la? – murmurou para a escuridão.

Ele já tinha tentando esquecê-la. Uma, duas, três, mil vezes... Mas, em todas, bastava fechar os olhos, e a imagem de Bella vinha a sua mente.

Com Isabella não era diferente. A primeira pessoa em quem pensara era Edward, e a última a se deitar também.

Pensou que, com o tempo, iria conseguir superá-lo, esquecê-lo, mas ela estava completamente enganada.

Com o tempo, ela só passara a amá-lo ainda mais.

Edward também não agüentava mais aquele sentimento. Precisava falar com Bella, precisava contar a ela que a amava, mesmo que ela fosse rir da cara dele.

Ele só não queria guardar aquilo para si.

Descobriu onde ela estava morando, e, na noite seguinte, foi até lá. Pediu ao porteiro que avisasse a Bella, e ficou imensamente feliz que ela pedira para ele subir.

Era agora.

Agora ou nunca.

Bella tremeu, enquanto abria a porta de seu apartamento. O que Edward fazia ali? Provavelmente, pensou, triste, viera tratar dos assuntos do divórcio.

Convidou-o a entrar, tentando não demonstrar como queria ficar junto dele, como queria que tudo desse certo entre os dois. Amava-o tanto! Como podia amar alguém com tamanha intensidade?

- Bella... – Edward sussurrou, sem saber como começar. – Eu preciso te dizer uma coisa. Guardei isso comigo por muito tempo, mas eu, agora, não aguento mais. Preciso falar.

- Edward, eu... – murmurou, confusa. – Eu não entendo.

- Bella, eu te amo – disse. – Eu... Não aguento mais guardar isso, não quero, não posso. Eu só... precisava dizer. Precisava dizer que eu tentei, juro, mas eu não consegui te esquecer.

Bella encarou-o, perplexa. Edward a amava? Amava-a?

- Eu...

- Sei que foi tudo por acaso – continuou, nervoso. – Sei que, provavelmente, você não me ama, mas deixe-me tentar, por favor. Deixe-me tentar fazer você feliz. Eu juro, Bella, mesmo, que eu vou fazer o possível e o impossível para vê-la feliz.

- Edward...

- Só me deixe tentar – pediu, aproximando-se. Seus orbes verdes brilhavam como nunca. – Deixe-me amá-la. E eu prometo que vou entender se um dia você quiser me deixar, alegando que não consegue me amar. Só...

- Edward – Bella disse, agora sorrindo –, eu te amo.

- Ama? - indagou, sem conseguir acreditar na sua sorte. – Você me ama?

- Sim – sorriu ainda mais. – Por que acha que eu te deixei? Eu não suportaria, Edward, viver sob o mesmo teto que você, vendo o quão aquilo tudo estava te deixando infeliz. Então, deixei-o, apenas para que você pudesse achar outro alguém e tentar ser feliz com essa pessoa.

- Eu nunca seria capaz de ser feliz com outra pessoa, Bella – murmurou, acariciando o rosto da morena. – Nossa, te perder foi... extremamente doloroso. Eu passei a dormir no quarto que você ocupara, apenas para sentir seu cheiro, para me lembrar de você. Mas, para ser sincero, eu não precisava estar naquele quarto para me lembrar de você, meu amor. Você estava em minha mente e em meu coração todos os dias, todos os minutos, todos os segundos...

- Oh, Edward! Eu nunca imaginei que você pudesse se apaixonar por mim.

- Mas me apaixonei – sorriu, roçando seus lábios nos dela, ainda fitando-a intensamente. – Volta para mim, Bella. Por favor.

A morena apenas sorriu, beijando-o docemente.

- Eu te amo, Edward – murmurou, entre beijos.

- Eu também te amo, Bella.

Naquela noite, eles fizeram amor. No dia seguinte, pediram férias, fizeram as malas e partiram para uma segunda lua de mel, aproveitando cada minuto juntos. Bella e Edward voltaram a morar juntos e tudo ficara mais vivo naquela casa. Eles reformaram cada canto juntos, misturando os gostos, e se divertindo bastante. Quando voltaram a trabalhar, iam e voltavam juntos.

Até um cego poderia vez que eles se amavam.

E, quase um ano depois, Bella estava dando a luz a gêmeos. Um casal. Nada poderia ficar mais perfeito, nada poderia melhor.

Ela tinha Edward, tinha seus bebês, tinha seu amor, sua família.

E, mesmo que eles tenham se encontrado e vivido uma história por acaso, ela sabia que iria amá-lo a cada dia mais.

Porque, mesmo que fosse tudo por acaso, eles poderiam ser felizes.

- Eu te amo – Bella murmurou, no hospital, depois de a enfermeira ter levado os bebês. – Obrigada por tudo.

- Eu também te amo, meu bem. – Edward riu. – Você não tem que agradecer. Eu é que tenho. Obrigado por ter surgido na minha vida, Bella. Obrigada por tudo.

Bella sorriu imensamente para Edward e inclinou-se para beijá-lo mais uma vez.


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Notas finais do capítulo

n/a: Oi, amores! Sim, mais uma loucura. *USHUIASHAUIHS*. Essa one está aqui no computador há dias, mas só hoje que deu para concluí-la. Eu não gostei muito desse fim, mas, enfim... *risos*.

Espero que vocês tenham gostado, e logo estarei aqui postando mais ones para vocês.

Gostaria de agradecer a Emma_Goody pelas opiniões, pelos surtos. Obrigada mesmo, flor! E gostaria, também, de parabenizar a Frii, pelo aniversário :} Parabéns, Friii!

Kisses,

Deh.