Capítulo XXII – Grávida?

POV Bella

Toc. Toc. Toc.

Quem diabos está martelando a essa hora da manhã?!

Clac.

Argh! Eu não vou levantar! Aqui está tão bom... Esfreguei meu nariz em meu travesseiro, ele estava tão fresquinho e com um cheiro tão bom e refrescante... Suspirei sorrindo.

Escutei uns risinhos... Meu sonho me puxava novamente... Puxei o ar mais forte, esse cheirinho é tão bom... Parece até com o cheiro... PUTA QUE PARIU!

Abri meus olhos rezando para eu apenas ter imaginado coisas, mas para a imensa infelicidade da nação... Eu não imaginei coisas! O cheiro era de Edward que dormia... Em baixo de mim! PUTA QUE PARIU!

Levantei o mais rápido possível e me arrependi no exato momento em que minha cabeça bateu fortemente no teto do carro... Puta merda! No carro!

- Aí! – a estridência da minha voz fez meus ouvidos apitarem e minha cabeça rodou.

Eu estava com os olhos arregalados fitando Edward que dormia com a feição tão serena que por um breve momento imaginei ser um anjo, mas com o meu grito ele fez uma careta e abriu lentamente os olhos levantando a cabeça, mas como eu, er, estava em cima dele o vampiro não pode se erguer muito e vendo a minha cara estagnada ele me olhou com sono e então caiu novamente para trás fechando os olhos.

Minha mente começou a girar e eu perdi as contas de quantos putas que pariu eu pensei.

Ficou pior ainda quando escutei uma explosão de risos ao meu lado e só agora quando me virei é que percebi meus amigos e os Cullens do lado de fora do carro com a porta aberta e chorando de tanto rir.

- Puta que pariu! Puta que pariu! Puta que pariu! Puta que pariu! Puta que pariu! – comecei a soltar as palavras de minha mente que até agora não pararam com os xingamentos. - PUTA QUE PARIU! - o ultimo foi mais alto e agora eu comecei a bater no vampiro que estava em baixo de mim.

É obvio que meus tapas doíam mais em mim do que nele, mas foi o suficiente para que Edward abrisse os olhos novamente e segurasse minhas mãos.

- Quer parar de me bater porra?! – perguntou ele, seus olhos mostrando pura raiva.

- Não! Que merda aconteceu?! – perguntei a ponto de enlouquecer.

Neste momento seus olhos esbugalharam um pouco e ele FINALMENTE notou a situação em que estávamos. Homens!

- Ah! – exclamou como se o que tinha acontecido não fosse nada.

- Ah! É isso que você diz? Como se não fosse nada! – disse incrédula e me soltando de suas mãos e voltando a bater nele.

Edward rosnou baixo e segurou novamente minhas mãos, mas desta vez ele levantou fazendo minhas costas baterem no volante e a buzina soou alta na garagem, fazendo-me pular no susto e nossos amigos gargalharem mais do que já estavam.

- Primeiro: Quer parar de me bater? Vai acabar se machucando desse jeito! Segundo: Deixa de ser ingrata, por que fui eu que te ajudei quando você estava passando mal de tão bêbada! Terceiro... – ele sorriu malicioso. – Se tivesse acontecido o que você está pensando, tenha certeza que você não acordaria na noite seguinte sem lembrar-se do que aconteceu.

Quando a gente está de ressaca, a gente desmaia? Por que eu estou prestes a fazer isso.

POV Edward

O coração de Bella começou a bater forte e sua respiração acelerou e então em um pulo ela saiu do carro andando de um lado para o outro, suas mãos na cabeça.

Virei para ficar sentado com as pernas para fora do carro.

- Ah, vai dizer que não rolou nada... Hun, você dois, sozinho, dentro de um carro, janelas embaçadas... – mandei um olhar mortal para ver se Emmett calava a boca

- Deixa de ser otário, eu liguei o ar condicionado. – bufei revirando os olhos, mas não pude evitar que um sorriso brincasse em meus olhos.

Eu já tinha quase esquecido de como Bella fica linda quando acorda... Sua pele mais pálida do que o normal, os cabelos em um emaranhado selvagem... A bruxinha mais linda...

- Cachorro! – gritou Bella tacando seu sapato em mim.

Graças aos meus reflexos consegui segurar o calçado a tempo.

- Relaxa Bella, já disse que não aconteceu nada. – disse tranquilamente em quanto bocejava.

- Não? E o que é esse sorriso idiota na tua cara?! – perguntou-me furiosa.

- Meu Deus, ela fica melhor bêbada. – murmurou Drica divertida.

- Não posso mais sorrir então? – perguntei com uma sobrancelha erguida me levantado e me esticando.

Eu não entendia por que toda essa raiva de Bella, não aconteceu nada oras!

- Argh! Não acredito... Puta que pariu! Puta que pariu! – isso me irritou, ela não acreditava em nada do que eu dizia.

- Ok! Aconteceu então! Satisfeita?! É isso que você quer ouvir?! – disse furioso, mas minha cara caiu quando seus olhos encheram de água.

- Deus! Ela ainda está bêbada. – disse Rose rindo.

Corri até ela.

- Perdona, perdona, perdona... Eu fiquei bravo, não aconteceu nada eu juro. – disse arrependido.

Minhas mãos se mexiam sem saber como tocá-la sem que ela explodisse de novo. Então ela levou as mãos à boca e saiu correndo para o banheiro da garagem... Obviamente fui atrás dela.

- Vamos tomar café, Edward cuida da Bella... Vai ver eles se acertam de uma vez... – escutei Alice dizer assim que eu sai correndo atrás de minha bruxinha... Suas palavras me deram esperanças e depois um balde de água fria quando ela completou. – Ou não né.

Ouvi a gargalhada da minha irmã e bufei.

Bella ajoelhou-se na frente do vaso em quanto passava mal, segurei seus cabelos preocupado.

- Sai... – murmurou ela.

- Por Deus Bella! Você não para de reclamar nunca? Fica quietinha e me humilhe mais tarde! – disse seriamente.

Por algum milagre ela fez o que eu mandei. Alguns minutos depois a ajudei a levantar. Sua testa estava suada com alguns fios de cabelos grudados. Ela andou cambaleante até a pia e lavou seu rosto e nuca, depois escovou seus dentes com uma escova nova que tinha no armário.

Eu observava tudo preocupado. Não era a toa que Bella estivesse nesse estado, qualquer pessoa normal estaria do mesmo jeito se tivesse bebido como ela fez ontem.

- Você está melhor? – perguntei e ela assentiu suspirando.

- O quanto eu bebi ontem? – perguntou olhando-se no espelho com uma expressão cansada.

- Muito. – respondi e ela me olhou como se eu fosse retardado.

- Jura? Pensei que eu tinha bebido pouco para estar passando mal desse jeito. – olá voz sarcástica.

Bufei, ela realmente levou a sério o negocio de me humilhar quando terminasse de passar mal.

- Droga eu não me lembro de nada. – bufou ela fechando seus olhos e massageando suas têmporas.

Bem acho melhor eu não dizer que a agarrei né?

- Um bruxo das trevas apareceu por lá... Bem, pelo menos eu acho que é das trevas... Você estava tão bêbada que não conseguiu controlar sua mente... Foi por isso que te trouxe para casa. – disse e ela me olhou de olhos esbugalhados.

- Está falando sério?

- Você pode me achar um crápula, mas eu nunca brincaria com um assunto desses Bella... – disse sem desviar de seus olhos e ela assentiu.

O silêncio ficou constrangedor em quanto nos olhávamos, mas nada melhor para sair do transe do que umas palavras sutis... Não é mesmo?

- O que está parado aí na porta Edward? Posso passar ou está difícil? – nossa como é carinhosa.

Revirei meus olhos e dei espaço para que ela passasse.

Segui seus passos em direção a cozinha, mas assim que terminamos de subir as escadas para o primeiro andar da casa Bella cambaleou e se apoiou na parede.

- Bella? – ela não me respondeu, simplesmente caiu desmaiada em meus braços. – Bella? – chamei novamente a sacudindo, mas ela não voltou.

Isso que eu chamo de beber até cair.

Levei-a em direção ao meu quarto para deixá-la descansando, mas quando estava passando pela sala meu pai deixou o jornal de lado e andou até mim assustado.

- O que aconteceu? – perguntou colocando sua mão na testa de Bella.

- O que houve Edward? – perguntou Caio e logo recebi olhares preocupados de todos.

- Ela desmaiou... Acho que bebeu muito ontem. – disse olhando o rosto sereno de minha bruxinha em meus braços.

- Edward... Desmaio não é sintoma de ressaca. – disse meu pai seriamente olhando para mim. – Vômito, dor de cabeça, mal-estar... Esses sim são sintomas...

- Bem... O primeiro bate... – disse agora preocupado.

Carlisle tirou Bella de meus braços pegando-a no colo.

- Ultimamente ela tem tido mais algum tipo de sintoma? – perguntou ele.

- Mal humor conta? – perguntei e meus irmãos e amigos riram.

Minha mãe revirou os olhos em quanto preparava a mesa do café da manhã.

- Não seja maldoso Edward... Agora pouco ela quase chorou quando você falou grosso. – disse Patri divertida.

- Aquele dia da enxurrada... Bella passou mal não é? – lembrou Emmett.

- Uhum... Ela quase desmaiou e depois correu para o banheiro com ânsia. – respondi.

- Ela teve a mesma coisa esses dias atrás quando eu fui na sua casa. – disse pensativa Rose. – Lembra Alice? Ela disse que devia ter comido algo estragado.

- Claro que lembro... Até me ofereci para levá-la ao hospital ou até Carlisle, mas ela se recusou.

Voltei meu olhar para meu pai que tinha uma ruga na testa em quanto olhava para Bella.

- Bem... Definitivamente, ela tem algo mais além de uma simples ressaca. – disse ele andando para as escadas. – Vão tomar café... Assim que ela acordar vou examiná-la.

- O que acha que ela tem? – perguntei tirando o cabelo do rosto de Bella.

Carlisle suspirou e então respondeu seriamente.

- Talvez algo que te de juízo.

- Hã? – perguntei, mas ele me ignorou subindo as escadas.

Ninguém entendeu o que meu pai disse, juntei-me com os outros para tomar café. Reparei que minha mãe tinha um sorriso imenso no rosto.

- Por que está com esse sorriso tão largo mãe? – perguntou Jasper e ela deu de ombros.

Estreitei meus olhos em quanto tomava o suco de laranja e ao mesmo tempo Dona Esme tinha olhos brilhantes me olhando.

- Edward... Existe alguma possibilidade de Bella estar grávida? – O QUE?!

Cuspi o suco na hora, meus olhos arregalados fitando minha mãe que ainda sorria. Todos na mesa ficaram em silêncio.

- Acho que isso responde a minha pergunta. – disse ela divertida, se possível, sorrindo mais largo ainda.

Puta merda será?! Isso explicaria por que o humor de Bella está sempre em oscilação, ou os desmaios ou quase desmaios... Os enjôos e os vômitos...

- De quem? – perguntei sem pensar.

- Como se ela tivesse ficado com outra pessoa depois que terminou com você. – disse Alice revirando os olhos.

Engoli em seco e então escutei Carlisle falando com Bella no segundo andar. Ignorei totalmente a conversa em minha volta.

- Como se sente Bella?

POV Bella

Abri meus olhos, minha visão embaçada. Sentei-me e fitei Carlisle que me olhava preocupado e tinha um vidro de perfume nas mãos.

Ele sentou-se na cama ao lado de minhas pernas.

- O que houve? – perguntei.

- Bella... Suas regras estão atrasadas?

- Há 160 anos. – respondi brincalhona e ele pareceu se surpreender.

Franzi minha testa.

- Por que quer saber isso?

- Você não menstrua dês dos 40 anos? – perguntou ignorando minha pergunte.

- Sim... Foi como se eu tivesse entrado na menopausa... E depois disso nunca mais...

- Vem tendo mais algum sintoma diferente?

Mas do que diabos Carlisle está falando... Sintoma?

- Além de vomito, tontura... Desmaios... – disse com uma expressão de quem me ajudava a lembrar, mas com suas palavras eu entendi o que ele estava tentando dizer.

- Espera aí! Você acha que eu estou grávida? – perguntei arregalando os olhos.

O vampiro a minha frente assentiu lentamente. Eu suspirei.

- Eu não posso ter filhos... Sou infértil. – respondi.

E isso era uma grande verdade... Descobri isso quando servi de cobaia para os humanos... E acredite, descobri da pior forma possível.

Um arrepio passou pela minha espinha e logo a mão de Carlisle estava em minha testa.

- Eu estou bem, não se preocupe. – murmurei e ele me olhou sério.

- Bella... Se não pode ter filhos... Esses sintomas não são de gravidez e sim de outra coisa... Precisamos descobrir a causa desses sintomas... – eu comecei a me desesperar. – É melhor que façamos alguns exames...

Essas palavras... Precisamos descobrir a causa desses sintomas... Foram exatamente as mesmas palavras usadas por aqueles médicos que me torturaram. Deus! Carlisle não seria capaz disso, seria?

- Não, não, não, não... Por favor... Carlisle sem exames... Não quero fazer nada disso... Eu não tenho nada, estou bem... Foi apenas da bebedeira de ontem... Só isso...

- Acalme-se Bella... Tudo bem... Não farei nenhum exame nem nada contra a sua vontade... Agora se acalme. – os olhos do vampiro estavam preocupados em quanto ele via as lágrimas desesperadas escorrendo pela minha face.

Tratei logo de limpa-las. Tentei me acalmar, mas com a minha cabeça explodindo daquela forma estava difícil. Levei minhas mãos as minhas têmporas.

- Vou te dar um analgésico... Não se preocupe, ele só fará passar a dor. – assenti fechando os olhos. – Está em cima do criado mudo.

Eu não tomaria aquele remédio... Sei que é errado não confiar em Carlisle, mas era um sentido de auto-preservação. Depois de tudo o que aconteceu comigo eu prometi a mim mesma a nunca mais colocar um remédio na boca.

Cochilei por alguns minutos, pelo menos penso que foram apenas minutos. Levantei-me lentamente e só agora percebi que estava no quarto de Edward. Suspirei ao observar cada cantinho daquele tão conhecido lugar. Um lugar que antes me fazia sentir em casa e agora me faz sentir estranha.

Caminhei até a escrivaninha. Ali em cima alguns papéis estavam jogados, algumas letras de músicas antigas, e no monitor do computador o descanso de tela revezava fotos minhas e de Edward juntos, felizes.

Um nó formou-se em minha garganta e praguejei engolindo o choro.

- Idiota.

Respirei fundo e saí de lá indo em direção as vozes.

POV Edward

Agora entendo o porquê de meu pai dizer que Bella tinha medo de médicos. O desespero de sua voz quando Carlisle sugeriu exames me fez ter vontade de correr até lá em cima e aninhá-la até que ela parasse de chorar.

A minha volta especulações se Bella estava realmente grávida ou não. Pela conversa lá de cima não.

Meus irmãos não fizeram piadas como eu esperava que fizessem, mas no fundo eu sabia que se ela estivesse todos ali ficariam com sorrisos imensos e tenho certeza que com um pouco de inveja, nenhum pensamento escondia a vontade de ter filhos, mas nesse corpo paralisado como?

As mulheres sofriam mais, já que a maternidade seria algo normal em suas vidas se elas não fossem vampiras.

Mas algo me intrigava... Vampiros podem ter filhos? Quer dizer, sempre pensei que não existia essa possibilidade e também isso nunca aconteceu com nenhuma humana que eu já tenha ficado.

Bem... Bella não é uma humana comum.

Carlisle desceu as escadas e logo foi fitado por todos.

- O que ela tem? – perguntou Patri.

- Ela está bem. – meu pai sorriu. – Desculpem se os fiz se preocuparem , não era nada demais, ela contou-me que não se alimentou ontem, que sua ultima refeição foi o almoço... Então é perfeitamente normal que ela desmaie... Literalmente de fome.

Todos assentiram.

- Bem, vou preparar um lanche para ela então. – disse minha mãe sorrindo, mas ele não chegava aos seus olhos.

Ela realmente gostaria de ter um neto, e eu havia visto seu rosto desabar quando a conversa lá de cima explicou claramente que minha bruxinha não poderia ter filhos.

Antes que Esme subisse as escadas Bella apareceu no topo. Ela desceu lentamente.

- Oh! Querida, como se sente? – perguntou Esme e minha bruxinha sorriu.

- Estou bem Esme, só estou há muito tempo sem por nada no estômago. – respondeu ela e então parou olhando sem entender para todos que a analisavam-na. – O que foi?

POV Bella

Por que todos me olhavam como se eu fosse um ET? Fiquei mais confusa ainda quando Edward levantou-se do sofá e veio em minha direção, sua expressão era impossível de desvendar... Captei um feixe de devoção em seus olhos, mas creio estar errada.

Paralise quando ele ajoelhou-se em minha frente e colocou sua orelha em minha barriga, suas mãos em um abraço ao redor de meu corpo. Olhei para frente e meus amigos tinham a boca aberta assim como eu.

- Edward? – perguntei receosa. - O que você está fazendo?

Mas então entendi o que ele estava imaginando.

- Edward, eu não estou grávida... – murmurei – Não posso ter filhos... – não existia rancor em minhas palavras, mas não sei exatamente o nome da emoção que elas transmitiam.

Ele afastou-se e levantou... Seus olhos confusos.

- Eu... Nada esquece. – murmurou atônito e então subiu as escadas rapidamente.

Olhei sem entender para todos que estavam tão embasbacados quanto eu. Vi Esme limpar uma lágrima de seu rosto.

POV Edward

Eu... Não sei o que me deu... Quando vi já estava com minha orelha colada no ventre de Bella tentando escutar qualquer coisinha que pudesse estar lá dentro.

Não escutei nada, mas eu sentia uma emoção tão grande.

Nunca havia pensado na paternidade... Confesso que gostava de praticar, mas nunca pensei em nada mais do que o prazer. A possibilidade de um filho me deixou... Sei lá... Acho que feliz... É um sentimento diferente do qual nunca experimentei.

Joguei-me na cama com um longo suspiro. Nunca pensei que algo assim mexeria tanto comigo.

POV Bella

[...]

Eu estava quieta em quanto eu e meus amigos do colégio íamos para nossas casas, seguimos o caminho a pé mesmo, já que todos moravam por perto.

Caio e Patri andavam um pouco mais atrás comigo.

- Eu não sabia que o namoro de vocês estava tão sério a esse ponto. – comentou Caio.

- Foi, somente uma vez... E algumas horas depois ele me traiu. – suspirei, por algum motivo a raiva não veio.

O casal se entre olhou.

- Sem chances mesmo de você estar grávida? – perguntou Patri.

- Nenhuma... Eu tenho um problema em meu útero... Nunca vou poder ter um filho... Pelo menos foi isso que uns cinco médicos diferentes disseram. – expliquei dando de ombros, mas por dentro aquilo me corroia.

Eu não era diferente da maioria das mulheres, eu sonhava em construir uma família com direito a casa, marido e filhos.

- O que o Edward fez mexeu com você não é? – perguntou minha amiga, mas seu tom era afirmativo.

- Essa possibilidade mexeu com os dois. – aperfeiçoou Caio.

- Não vou negar que aquilo mexeu comigo... Foi, sei lá... Por um momento senti como se não estivéssemos mais em pé de guerra e estivesse... – as palavras morreram em minha boca.

Pará Bella! Não pode fraquejar assim... O que aconteceria se voltasse com ele agora? Vocês ficariam uns tempos felizes até você descobrir que nasceu mais uma galhada na sua testa! Gritou minha mente e eu estremeci.

Olhei para o céu cinzento e Caio completou minha frase.

- E estivessem juntos exatamente como eram antes... Sem brigas e discussões... Apenas um casal feliz. – engoli em seco, meu amigo completou de mais essa frase. – Ora Bella, você me contava como vocês eram juntos... E você era feliz... Por que é tão difícil você aceitar que quer voltar com ele?

Não respondi, virei à esquina e segui para minha casa em quanto o resto do grupo seguia para o outro lado.

Sinto-me tão cansada, tanto fisicamente quanto mentalmente e geralmente quando estou assim só faço merda. Eu só queria chegar em casa e dormir sem pensar em mais nada.