Amigos - a Melhor Aliança escrita por camila_guime


Capítulo 9
Nudez por Nudez, amor...


Notas iniciais do capítulo

Por favor, não se assustem com o título!
kkkk
Agora queria agradecer e homenagear a Jéssyca, Foxy_fake, que é uma amigona e aposto q nesse cap tem coisa que ela vai gostar.
Leitoras do meu coração! Desfrutem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/102170/chapter/9

Stark estava na lua. Caminhava se divertindo com os efeitos da não-gravidade. Estava tudo tranquilo. Silêncio total. Até que, de repente, uma criatura verde surgiu além da curva da lua, se aproximando. Stark congelou.

Quando estava a menos de dez metros de Stark, a criatura paralisou.

“Você é um ET?” – Stark perguntou um pouco assustado.

“Sou seu melhor amigo!” – disse a criatura numa voz tripla e fanhosa.

“M-Mas eu não conheço você!”.

“Tem certeza? Sou o seu melhor romance!” – A criatura estalou seus dois únicos dedos e, de repente, outras duas iguais apareceram nos seus lados.

Stark quis gritar, mas som nenhum saía da sua garganta. Porém, uma música estourou no espaço ao mesmo tempo em que pedras espaciais colidiram, como fogos de artifício. Aí, as criaturas puxaram um zíper desde suas cabeças até em baixo e saíram de dentro da cobertura verde. Não eram mais verdes. Eram totalmente brancas. Começaram a dançar sinistramente a música Bad Romance.

Junto com os passos da Lady Gaga, os ETs malucos começaram a se mover na direção de Stark, que, muitíssimo assustado, saiu correndo tentando berrar:

— SOCORRO! ET’s GAGOS TARADOS!

E foi abajur para o chão junto com o controle remoto da TV e uma lata de refrigerante vazia.

Stark despertou e percebeu que não eram ET’s coisa nenhuma, era apenas o cilp da Lady Gaga tocando na TV e sua imaginação fértil sob a inconsciência do sono. Resultado: besteira total.

— URRR! Cruzes! – Disse ele se benzendo.

Olhou para a bagunça e tentou pôr tudo no lugar. Quase sem sucesso, mas fez o possível. Levantou-se e foi até a janela. A tardezinha já caía e a pousada se iluminava. Nossa! Ele tinha dormido a tarde toda!

Bocejou e coçou a cabeça. Seu cabelo totalmente desarrumado. Meio atônito Stark pegou uma toalha e sem reparar muito bem para onde ia, com os olhos mais fechados que abertos, seguiu em direção para onde deveria ser o banheiro.

***

TRIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIIMMMMMMMMMMMM!!!!!!!!!!!!!!!

— MAS QUE CACETE! – Vicktoria berrou acordando assustada com o despertador. Quando notou que estava sozinha, riu de si mesma.

Mais tranquila, Vickie se sentou na cama abraçando um travesseiro grande e fofo com os braços e as pernas, parecendo uma filhotinha de poodle entristecida. Olhou para a porta do outro lado do quarto e lembrou de tudo o que houve antes de Rachel fazer uma visita a ela, desde a parte do lago até o sonho.

É totalmente irritante você não ter como se livrar, mudar ou controlar um sentimento tão maçante! Você sabe, bem no fundo, que não poderia dar tanta atenção a uma coisa que não significou tanto, a final, foram uns dias bobos que ficaram na memória. O grande problema, porém, é justamente esse: como podem ser “apenas lembranças” se fazem esse turbilhão todo?

— É um saco! – Disse ela se dando por vencida e sentando na beira da cama. — Vicktoria Santiago, tome jeito!

Vickie respirou fundo e se levantou firmemente, como se o fato de ter se colocado de pé fosse um gesto simbólico de “erga-se e lute!”. Assim, andou debilmente até sua penteadeira de três espelhos, postados em posições que lhe davam uma visão completa de seu rosto e cabelo.

Esfregou os olhos e deu tapinhas no rosto. Foi quando sentiu algo de muito estranho. Algo terrível. Algo arrepiante!

— NÃÃÃÃÃÃÃOOOOO! – Vickie berrou quase enfiando a cara dentro do espelho para ver uma espinha no meio da sua bochecha. — Bendita hora! Bela hora pra me aparecer... Hora? – Lembrou-se do tempo em que ficou dormindo.

Vickie correu até a mesinha de centro e olhou no seu celular: seis horas!

— P. Q. P.!

Vickie não quis nem saber da bagunça, correu para o banheiro e revirou todo o armário atrás de algum creme que ajudasse.

— Perfeito: creme francês! – Disse ironicamente. – Por que tudo meu tem que ser da França? – Resmungou, mas mesmo assim lavou o rosto e passou o produto verde.

Como era para limpeza da pele, passou no rosto todo. Não havia nada específico para espinhas no seu arsenal de cosméticos, pois ela nunca foi chegada a este problema... Até agora.

— Maldito estresse! – Praguejou.

A loira respirou fundo, tentando se acalmar e decidiu que tomaria um banho, pra relaxar e tentar esquecer. A hora? Bem, depois era só se arrumar rápido e daria tempo de descer.

E assim foi. Entrou no banheiro, mais calma, ainda com o produto no rosto, e colocou os fones de ouvido bem alto. A temperatura da água estava perfeita e o perfume dos aromatizantes também.

***

Stark saiu por uma porta e caminhou com os olhos quase fechados, se guiando pela parede, apalpando-a. Deu alguns passos e logo sentiu uma maçaneta. Tinha certeza de que só acordaria de verdade quando estivesse debaixo da água. Então, abriu a porta bocejando com força. Ouviu o som de água e seguiu a direção.

Ainda se guiando pelo tato, sentiu uma superfície de vidro e só então abriu os olhos com força para ter certeza se estava no lugar certo. OK. Um boxe de chuveiro. Sorriu satisfeito e arrancou sua bermuda jogando pra qualquer lugar. Enfiou-se no chuveiro e ligou. A água vinha de cima e dos lados. Logo, seu sono se dissipou.

Usou um xampu, do qual não reconhecia o cheiro. Era mais doce. Mas que diferença faz? Ele não se ligava nessas coisas mesmo! Enfim, tomou todo seu banho e se enrolou na toalha que trouxera. Saiu do boxer e foi até o espelho da pia. Seu rosto perdeu o amassado do sono e estava bem de novo.

Foi quando, de repente, notou um murmurinho vindo de algum lugar. Secou bem os ouvidos e abriu a porta do banheiro para prestar mais atenção no som. Não vinha de fora. Estava dentro do banheiro.

Assustado, foi virando o rosto devagarzinho para trás. O que ele viu? Tentem adivinhar!

Stark ficou congelado. Não era possível! Ele estava sonhando. Ainda não acordara. Era tudo fruto de sua imaginação. E que imaginação! Através de uma parte recolhida de uma cortina, Stark podia ver a ponta de uma banheira de porcelana, de onde um par de pernas estava suspenso, brincando com a espuma que transbordava.

Não era possível! Qual seria a garota dona daquelas senhoras pernas que teve a coragem de entrar no seu quarto, no seu banheiro e tomar banho assim, despreocupadamente?

Stark se viu diante de um impasse. Ver quem era, ou esperar que a pessoa saísse? Tanto faz a final, de uma forma ou de outra eles daria um com o outro (vejam bem, um COM o outro, não para o outro, ok?) e teriam que se encarar de qualquer jeito!

Ele deu um passo na direção da intrusa. Parou.

“Mas seria melhor sair e vestir ao menos alguma peça de roupa, pra não dar a entender más intenções...” – Ele ponderou cautelosamente.

Stark deu um passo para trás. Parou.

“Mas, mais mal intencionada é ela! Entrar no quarto e no banheiro dos outros desse jeito! Que coisa feia!” – Contrapôs.

Deu novamente um passo para frente, mais determinado. Porém, parou.

“Contudo, não dá pra ser assim! Não posso ser eu o mau exemplo aqui! Essas mulheres que sempre botam a culpa nos homens, e ninguém nunca pensa que o assédio é delas!” – Disse ele mentalmente.

Decidido, Stark deu meia volta e saiu do banheiro. Esperaria a moça sair depois. Ele não poderia dar a chance de ficar mais mal visto do que já era. Ele era Ethan Stark! (Seja lá o que isso signifique). E se essa mulher fosse uma aproveitadora e estivesse tentando acusá-lo de taradice? Não. Ele não daria essa chance. Se for pra ser acusado disso, tem que ser com razão! E ele não daria essa razão!

Stark saiu na sala do apartamento. Como todos do hotel eram estruturalmente iguais, demorou um tempo a estranhar. Mas logo viu alguns objetos que ele tinha certeza absoluta de que não estavam ali antes de ele dormir.

Stark não tinha celular rosa-choque e nem uma bolsa feminina. Também não tinha um despertador daquele tipo. (Ele sequer tinha um!). Porém, preferiu crer que aqueles objetos todos eram daquela intrusa que murmurava uma música muito estranha dentro daquele banheiro, e não ousou tocar nada que ele desconhecesse.

Assim, Stark caminhou até o guarda-roupa e o abriu uma gaveta. Ia pegando uma cueca quando, de repente: calcinha?

— Mas que cacete é esse? – Perguntou. Logo em seguida, foi surpreendido:

— AHHHHHHHHHHHHH!!!!!!!! – Um grito agudo quase quebrou os vidros das janelas, vindo detrás dele.

Stark virou e começou a gritar junto.

— AAAAAAAHHHHHHHHH!!!!!!!

À sua frente, Vickie segurava a bermuda de Stark com uma mão e a toalha ao redor do corpo com a outra. Levara um susto e tanto. Estava sendo bem pior que no seu sonho. Em vez de Stark entrar devidamente vestido e galante ele já entrava despido e sem-vergonha? Mas que porr...?

— STARK! – Vickie gritou assustada e brava.

— Quem é você? Um ET? – Perguntou o garoto debilmente, assustado com o rosto verde da criatura. Um ET teria aquelas pernas tão...? Então os ETs realmente existem! Saíram do sonho dele para pegá-lo?

— Ora, eu ET? Seu vagabundo, filho da mãe! Resto de pizza, tarado, sem-vergonha, coca-sem-gás, cabeça-de-estrela-do-mar...

Ela ia continuar com os insultos nervosos quando Stark berrou:

— VICKIE! É VOCÊ? – Ele levou as mãos à boca dramaticamente.

— Não, miolo-mole, Lady Gaga! – Respondeu rispidamente.

Stark berrou em seguida, completamente confuso.

Ele ainda estava perplexo. Mas não mais pelos insultos dela ou por ter demorado a reconheça-la com a máscara verde no rosto, e sim por que há um segundo atrás estava adorando as...

Stark, incrédulo, desceu o olhar pela toalha de Vickie e não pôde acreditar quando reviu aquele par de pernas. Elas sempre estiveram ali? Pois ele não lembrava desde quando Vickie tinha um pernão daqueles! Cara, que situação bizarra... Até mesmo para ele!

Vickie corou brutalmente quando seguiu o olhar do garoto. Exasperada, fula da vida, avançou contra ele e começou a chicoteá-lo com sua própria bermuda que ele havia deixado jogada na porta do banheiro.

— AI! PARA VICKIE! DROGA! AI! – Ele se debatia tentando fugir dos tabefes ardentes do tecido na sua pele úmida. — CARA! ISSO DÓI!

— É pra você aprender a não entrar mais no meu quarto sem autorização! NO MEU BANHEIRO! – A loira berrava e dava chicotada sem dó.

Stark parecia ter se encolhido todo tentando fugir, mas não conseguia. Até que, enfim, conseguiu segurar uma das pernas da bermuda e com força a puxou. Vickie puxou do outro lado, mas Stark foi mais forte e acabou fazendo Vickie bater de frente com ele.

A loira bufou quase soltando fumaça pelas narinas e encarou Stark.

— ME SOLTA! – Ela rugiu.

— Mas eu não estou te segurando... – Stark disse com uma voz contida, estava bravo, mas não estava a fim de gritar com ela, pois notou o rosto dela avermelhar nitidamente.

Vickie olhou pra baixo e reparou que realmente Stark estava segurando a bermuda e não ela. Assim, soltou rapidamente a roupa e se afastou andando pra trás descoordenada.

— O que você está fazendo aqui? – Perguntou tentando se desfazer do rubor. Mas então ela viu: aquela pequena peça íntima na mão do rapaz. ― MINHA CALCINHA!

Stark, aturdido, olhou para baixo e, com um grito feminino, jogou para bem longe a peça íntima da loira, que, mais vermelha que um pimentão, se sentou numa cadeira e escondeu o rosto nas mãos.

― Deus, só pode ser o inferno! – Ela urrou.

― Concordo plenamente! – Stark bufou e se sentou numa outra cadeira, cruzando os braços.

― E você não vai embora não? Quer dizer, em primeiro lugar, como veio parar aqui? – Vickie perguntou.

― Eu lá sei! Eu estava andando e, quando vi, estava num banheiro, daí, eu tomei banho! – Explicou o garoto. De fato ele não tinha culpa desta vez.

― E você por acaso é débil? Não viu que estava entrando no quarto de outro?

― Me desculpe senhorita razão, mas eu não vi!

― Como alguém pode não ver por onde anda?

― AH, eu sei lá! Só sei que foi assim...

― Tá bom Chicó! “Não sei, só sei que foi assim...” Acredito! – Vickie se levantou altiva e cruzou os braços.

Stark repetiu o ato.

― Ótimo! Acredite ou não, eu falo a verdade! A final, pra que eu ia querer entrar no seu quarto e tomar banho no seu banheiro? – Ele argumentou. Vickie preferiu não responder. ― Viu. Você é completamente insana!

― INSANA? EU? Você anda dormindo e invadindo a privacidade dos outros e eu sou insana?

― É, você é! Por que você sempre inverte a situação pra me culpar só por que, sem querer, eu sempre acabo me expondo ao ridículo!

― Muito interessante o que disse... – Vickie zombou rindo.

― É, pois é. Por que você é completamente paranóica: “AH, o Stark está sempre perturbando minha paz!”. – Ele fez uma voz nojentinha afeminada.

― E por acaso não é?

― Claro que não! Não tenho culpa se tudo me acontece! – Disse exasperado voltando a se sentar na cadeira.

― Talvez não te acontecesse tanto se você não fosse tão desleixado! – Vickie não desfez a pose.

― Mas pelo menos não sou eu quem deixa a porta do quarto e do banheiro abertas para qualquer um que queira fazer uma visitinha surpresa! – Stark replicou. Vickie tomou ar, mas engoliu e ficou calada. ― Está vendo? De alguma maneira eu tenho razão: você ficou sem argumento!

― Sem argumento ficou sua...

― Olha o palavreado... – Ele advertiu.

― JÁ CHEGA! Saia agora daqui! – Vickie se inflou e puxou Stark pelo braço em direção à porta.

― Cuidado, não faça força... – Ele preveniu.

Vickie não deu ouvido e abriu a porta. Stark parou de ser puxado.

― Vai embora!

― Espera, Vi... – Ele ia alertá-la, mas foi tarde demais.

Vickie o empurrou para fora fazendo uma força a mais, pois o garoto tinha uma boa inércia, porém, quando Vickie deu por si, bem..., realmente só sobrara ela ali: sua toalha caíra para os pés.

― Eu disse pra você não fazer muita força! – Stark falou cobrindo o rosto com as mãos, escondendo os olhos e um sorriso canalha.

Vicktoria deu um rugido quase gutural de raiva e se cobriu novamente. Por sorte, a única pessoa que estava por ali acabara de entrar no elevador e não reparou no acontecido. Stark continuou tapando os olhos.

― Posso abrir? – Perguntou fazendo graça.

Vickie mordeu o lábio, tensa, mas mesmo assim executou uma ideia que lhe assaltou de repente: puxou a ponta da toalha de Stark e correu para dentro do quarto, trancando a porta a tempo de não ver nada.

― Sim, agora pode! – Disse ela sob risadas.

O garoto ficou assustado quando deu por si.

― Eu ainda me vingo, sua loira do mal! – Disse ele apontando para a porta, mas pelo menos ainda pôde se cobrir com a bermuda que sobrara.

― Nudez por nudez, meu amor! – Desdenhou Vickie, exatamente no momento em que a senhora Guilder decidiu cruzar o corredor deles.

A velha de olhar maquiavélico trucidou Stark à distância depois de ouvir a infeliz frase que ficara no ar.

― Ahn... Como vai? – Disse Stark cinicamente antes de dar o fora dali. Pior: reparou que seu quarto ficava, nada mais, nada menos, que uma porta ao lado do de Vickie. Estava tudo explicado.

-------------

Desculpe, não deu pra formatar o espaçamento direitinho, pq foi texto demais...

Mila.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E aí?
Cara senti peninha quando vi q o cap ficou grande... É q eu gosto de fzr suspense sabe?
Mas não tenho muito talento pra isso...
Sorte de vocês!
Beijocas!!!
Mila.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Amigos - a Melhor Aliança" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.