Castlecalibur 3: Acampando escrita por TriceSorel
Siegfried estava brincando com seu elfo, assando marshmellows na fogueira e dando para ele comer.
- Você é engraçadinho! Mas precisa de um nome... você tem um nome?
O elfo, com a boca cheia de marshmellow, olhou para Siegfried com uma cara de “meu nome é Link, porra!”.
- Já sei. Vou chamá-lo de Astaroth, o que acha? – Link respondeu com uma expressão de “putaquepariu, que nome feio!”. – Ou será que é melhor Mitsurugi? Ou Lizarmdan? Ah, eu prefiro Link! – seguiu o alemão. – Você tem cara de Link.
- Sieg, você ainda tá com esse elfo sujo? – disse Rafa, aproximando-se do rapaz.
- Ele é limpinho! Já ensinei ele a fazer xixi no jornal!
- Nós estamos indo dar uma volta pra desbravar o lugar, você vem junto? – convidou.
- Tá, pode ser. Todo mundo vai?
- Sim. Jean-Eugène vai guiar o caminho!
Minutos depois, Jean-Eugène entrou na tenda de Mathias.
- Você já está pronto?
- Não sei, acho que não vou... – respondeu o rapaz, folheando um livro antigo.
- Você veio pra cá justamente para tomar ar puro e entrar em contato com a natureza, não pra ficar encerrado em uma tenda, estudando.
- Mas o sol tá muito forte ainda...
- É só usar o bloqueador solar do Rafa. É fator 7 mil para peles vampirescamente brancas, protege e hidrata. Comprei na loja do Rinaldo.
- Tá certo...
Mathias passou o bloqueador na pele e, não satisfeito, abriu sua sombrinha florida a prova de raios solares. Saiu e juntou-se ao grupo.
- Que demora, já íamos partir sem você! – disse Hilde.
A pequena comitiva partiu. Em frente ia Jean-Eugène, guiando o caminho, seguido imediatamente por Rafa e Amy, que não desgrudava os olhos da tela do seu DS, Hilde, Siegfried e Link logo atrás e, no final, Leon e Mathias.
- Argh, droga, tem mosquitos aqui! – reclamou o ex-barão, batendo nos próprios braços no intuito de matar os bichinhos. – É por isso que não gosto de andar no meio do mato...
- Quando estávamos no exército, andávamos dias seguidos no mato e você não reclamava.
- Quando estávamos no exército, tínhamos repelente de insetos!
- Se tivesse lembrado de trazer o repelente, não passava por isso. Mas você só lembrou de trazer aquele monte de aparelhos desnecessários... – lembrou Mathias, sob sua sombrinha florida.
- É, porque você não disse que não teria tomada na tenda!
- Achei que era dedutível...
- Ninguém aqui é um nerd-sabe-tudo como você! – reclamou Leon.
- Meninos, não briguem. – pediu Jean-Eugène.
- Sieg, tira esse elfo de perto de mim! – reclamou Hilde.
- Ele nem tá te incomodando, sua invejosa! – seguiu Sieg.
- E eu teria inveja do quê?
- Por eu ter um elfo e você não!
- Pois fique sabendo que eu posso ter quantos elfos eu quiser!
- Aqui não é o seu palácio, onde os empregados faziam todas suas vontades!
- É, mas acontece que eu posso caçar mil elfos muito melhores do que esse seu elfozinho aí!
- Ah, é? Consegue pegar um elfo melhor que o meu? Prove!
Hilde puxou o Orlando Bloom sem camisa do meio do mato, com a peruca, orelhas e lentes de Legolas, com trajes de elfo da cintura pra baixo com ares de foto de calendário.
- Que coisa horrível, antes fosse a Arwen em trajes menores! – desprezou Siegfried.
- Invejoso!!
- Crianças, não briguem... – pediu Jean-Eugène.
- Droga! Eu não consigo passar dessa fase do jogo!! Eu odeio esse DS, eu quero meu PSP de voltaaaaaa! – reclamou Amy, irritada.
- E eu estou com dor nos pés, essa bota me aperta... e foi feita para andar em um salão real, não no mato... – lamentou Rafael.
- Chega! Vocês só sabem brigar e reclamar? – incomodou-se Jean-Eugène. – Olhem a bela paisagem em volta de vocês! As árvores, o ar puro, os animaizinhos, as flores...
- Tem razão, é tudo tão belo! – exclamou Leon.
- Dá até vontade de estudar botânica! – suspirou Mathias.
- E de enfrentar vilões sanguinários! – admitiu Siegfried.
- E de cantar uma bela canção! – inspirou-se Rafa.
- E de jogar PSP. – adicionou Amy.
- E de dançar de pés descalços na grama! – completou Hilde.
Foi então que caiu um temporal torrencial repentino sobre todos eles, acabando com seus sonhos e ilusões.
- Quero ir pra casa. – pediu Sieg.
Na manhã seguinte, todos colocavam suas bagagens de volta na Kombi. Todos acomodaram-se nos mesmos lugares onde vieram, e Siegfried acomodou Link no corredor.
- Esse acampamento foi um fracasso! – avaliou Hilde, batendo a porta. – Pra variar...
- Você tá insinuando que todas as minhas idéias são um fracasso? – irritou-se Mathias.
- Não foi o que eu disse, mas se você assim entendeu, é porque se identificou com a afirmação! Suas idéias são fracassadas!
- Fracassada é você, que benzeu o lago do castelo!
- Fracassado é você, que nem pode com água benta!
- Pelo menos eu sou imortal, e você é uma menina mimada!
- Eu ordeno que retire o que disse!
- Você não ordena nada!
- Crianças, não briguem...
- Ordeno, sim, já passam das seis da manhã de segunda-feira! Já reassumi o comando dessa bodega!
- É, mas isso só vale dentro do castelo! Ainda não estamos lá!
- Não, vale sempre, porque seguimos você até esse fim de mundo!
- Ora, quero ver você ter uma idéia melhor!
- Podíamos ter ido pra Disneylândia!
- Você ia pagar as passagens?
- O único que ganha dinheiro é você, e é dono de um castelo enorme!
- Crianças, parem.
- Só por isso eu tenho que rasgar dinheiro pelos seus caprichos?
- Seu insolente!
Os dois começaram a brigar novamente, fazendo o veículo virar novamente. A Kombi do Rinaldo foi capotando até chegar em frente ao castelo, onde parou sobre os quatro pneus furados. Ninguém se machucou, só o Nintendo DS da Amy que morreu. Mas o Rafa comprou um novo pra ela no E-Bay.
EPÍLOGO
Rafael ainda estava exausto de toda aquela função de acampamento e brigas, e não via a hora de deitar-se, esticar as pernas e dormir. Não era mais aquele jovem de trinta e um anos que fora no ano anterior. E ele não estava acostumado a caminhar muito e enjoava com capotagens.
Ele deitou-se em sua cama, acompanhado de sua girafa de pelúcia, e apagou a luz do abajur. Contudo, antes que pudesse adormecer, alguém bateu na porta e acendeu a luz.
- Rafa, to com um problema... – disse Sieg, entrando no quarto com Link, que trajava uma camisola infantil da Barbie que fora da Amy e agora não servia mais na moçoila.
- O que foi?
- É o Link... ele não consegue dormir.
- Ah, é? Por quê?
Link olhou para Rafa com uma cara de “porque cada vez que eu durmo eu sonho que alguém vai seqüestrar a princesa Zelda”.
- Eu achei que... talvez... se você contasse a história do Príncipe Rafael pra ele, ele conseguisse dormir mais feliz.
- Ó, mas é claro! Vou contar a parte em que o Príncipe Rafael resgata uma princesa chamada Zilda!
Link parecia tão empolgado com a história quanto Siegfried. Os dois acomodaram-se na cama de Rafael e cobriram-se até o queixo, ouvindo atentos à narrativa.
- Certa feita, o Príncipe Rafael foi informado de que uma princesa havia sido seqüestrada...
E aquela belíssima e quase verídica história ficcional criada por Rafael acalentou o coração do pequeno elfo da Nintendo, que dormiu instantaneamente, sonhando com uma ocarina mágica. Naquela noite Siegfried fez xixi na cama, mas colocou a culpa no elfo, e Rafael acreditou. Contudo, ele desculpou o bichinho, afinal, a Nintendo e o Xbox são consoles amigos e vão juntos ao shopping.
FIM
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Obrigada Astolfo, por ler minhas fics e me incentivar a escrever mais! ^^