A Profetisa - Heroes Series escrita por AliceCriis


Capítulo 33
32




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32 – Apresentando a maravilhosa e sedutora: GALLATEA! FILHA DE ÉPHIRA!

Acordei com um raio de sol em meu rosto – e esperei que toda aquela maluquice, tivesse sido apenas um sonho. Mas logo que eu tomei consciência, vi que não era. Aaaah, merda. Eu estava envolta á lençóis e voais em meio á uma cama com dosel. Sabe quanto é difícil se ver camas com dosel ultimamente?!

Sentei-me na cama, e esfreguei meus olhos com preocupação, estava olhando para a parede com inscrições em grego. Olhei para as frases e elas olharam para mim. Okay, essa piada não teve graça. Na verdade, tudo tinha perdido a graça. Eu estava vivendo uma mentira. Nem meus pais tinham sido honestos comigo. Algo mais poderia estar mentindo pra mim? Quem sabe o fato de eu não ser linda de verdade? Bem, acho que essa é a única coisa que nunca vai mudar.

- Dormiu bem, minha menina? – Éphira sorriu, e estava vestida com jeans e camiseta. Como minha mãe se vestia. Minha mãe Lílian. Logo atrás dela um homem forte louro, com o rosto coberto de fuligem, e os olhos verde vívidos e risonhos. Apollo. Meu pai.

- Espero que sim. Você dorme bastante. – ele sorriu e limpou o rosto com as costas da mão.

Não conseguia pensar direito. Nem dizer de primeira, qual era a marca de jeans de Éphira ou quais era os tênis de Apollo. Não sabia como eu estava vestida, e nem se eu tinha apagado sem tirar a maquiagem.

- O que eu estou fazendo aqui? Vou me atrasar para a aula. – resmunguei, levantando.

- Sua aula será conosco hoje, pequena. – sorriu Éphira – Sei que as coisas estão confusas, filha. Mas, o futuro não espera.

- Mesmo que sua amiga Hope possa fazer isso... – retrucou meu pai.

- Apollo, eu ainda estou furiosa com você. Se não quiser sofrer alguma agressão física, saia logo. – advertiu Éphira com os olhos cravados na face bela do deus Sol.

- Éphira, meu amor, sabe bem que esta é a natureza divina... Temos filhos com humanos á todos os lugares... Você sabe. – ele sorriu tentando dissuadir a deusa em fúria. Mas não adiantou.

- Bem, eu tenho apenas uma filha. Cuja qual, é sua também, agora desapareça. – ela fez um gesto sem importância com a mão. Isso mesmo, coloque ordem nessa bulufa!

Bem... se minha vida é uma droga de confusão... Vamos enlouquecer, companheiro!

Me levantei sem muita preocupação.

- Então qual a minha aula com vocês?

- Primeiro saiba que Apollo é igual á pa-pa-i. – sibilou o homem louro e sorridente.

- Ignore-o, Gallatea, se quiser continuar com sanidade mental. – Éphira me aconselhou de bom humor, e zangada com Apollo. Ela não estava muito contente com alguma coisa que ele fez... pais são pais. E... tudo o que eles fazem, é discutir, serem melosos e envergonharem você em público.

- Eu vou seguir você, Éphira. Não até você soletrar: eu perdôo você, meu croquete cozido. – resmungou meu pai, enquanto me dava um par de pantufas de mirtilos roncadores. Bem... tinham o formado de mirtilos roncadores...

- Nem que eu tenha que ficar presa no Tártaro, seu sedutor de novelas mexicanas. – Ela prendeu se cabelo em um rabo de cavalo e veio até mim também. – Agora quer parar de insistir com uma DR na frente da Gallatea?

- Não me importo. Nada faz sentido, façam o que quiserem. Nem ligo. – e o pior: eu estava sendo sincera, mesmo sendo ótima com sarcasmo e ironia.

De repente, eu quis dizer para meus pais: - Hey, coroas, sério. Tô legal, não importa o quanto vocês tenham mentido ou me escondido as coisas... Sei que a culpa não é de vocês e... Ainda são meus pais. Amo vocês seus nerds.

Mas eu não podia. Estava ali com meus pais biológicos, que á dois dias eu não imaginava ter.

- Éphira, meu doce de caqui, você é a única deusa que me fez apaixonar, e a única deusa que me deu uma filha, sei que as coisas não são tãããão maravilhosas como você gostaria mas... fatos  são fatos, companheira. – retrucou meu pai, encenando um drama.

Talvez – talvez – eu tenha começado a ver de onde eu tenho esse instinto magnífico de encenar e dramatizar... Yeep, faz sentido.

- Eu odeio caqui, Apollo. E não quero mais um raio do sol. Você já me deu trezentos e noventa e dois. Acho que se você tentar me subornar de novo com um deles, eu o faço engolir. – grasnou minha mãe rabugenta.

- Não seja uma mal amada, minha beleza. Você sabe que me ama. – ele bateu os cílios, como eu fazia quando queria algo.

- Eu vou amar você, quando estiver esquartejado dentro de um jarro no museu de Bangladesh. – retrucou Éphira sem nenhuma paciência – Dê á Gallatea a espada.

Eles trocaram um longo olhar.

- Acha mesmo que ela já deve...?

- Você viu, Apollo. Ela vai liderá-los. Tem que aprender tudo o que precisa para sair daquela batalha... como vitoriosa.

- Ela não vai poder feri-los... – ele ponderou – Acha que a situação dela melhoraria se ela começasse a mutilar os mortais?

- Seu cérebro está com problema de funcionamento hoje, Apollo. – bufou – Quando eles estiverem no meio da jornada, acha que vão conseguir passar livremente sem nenhum lestrigão... nenhum ócuplio? Ela sabe agora. As coisas estão diferentes. Todos os monstros no estado vão estar atrás dela. Não podemos deixá-la a ver navios.

- Mas e a protetora?

- Sharon foi liberada da promessa.

- Como assim “foi liberada”? Ela vai deixar minha bebezinha morrer? Que tipo de monstro ela é?

- O tipo vadia. – murmurei.

Ele olhou pra mim divertido e me disse sibilando: - Estamos no mesmo time, garota.

Quem precisava de um cérebro confuso quando se tem um pai amoroso e completamente pirado?

Bem, eu estava satisfeita... e você ficaria, companheiro?

- Sharon não poderia mais proteger Gallatea, nem que quisesse... Agora o único que vai poder ajudar você... e muito pouco é o seu Guardião.

- Eu não gosto daquele cara, paçoquinha. – Apollo me olhou com os olhos semicerrados – Ele tentou... tirar a castidade do meu anjinho... E QUEBROU A MINHA ESTÁTUA! Sabe quanto tempo demora para se fazer e posar para uma estátua?!

- Calado, Apollo. Joseph é o único que eu tenho confiança o suficiente para dar a proteção de Gallatea. Ele e ela estão interligados... e agora mesmo ele deve estar surtando. – propôs.

- E eu estou aqui: sem maquiagem, Jimmy choo’s e beleza.

- Você é uma gata, meu anjinho. – Apollo piscou. – Sua genética é das melhores.

Agora é a genética? Hmpff. Eu sou linda. Nada muda isso e ponto!

- Apollo, vamos até a guarnição. Espero que tenha mantido sua promessa e deixado a espada onde prometemos. – minha mãe estreitou os olhos e foi firme.

- Sabe o que é...? – Apollo mordeu o lábio – Eu tive que lustrar ela um pouco...

- Não me diga que você colocou um raio de sol. – Éphira escondeu o rosto com a mãe e bufou – Apollo, eu juro que você deveria morrer engasgado com um de seus raios de sol. A espada não precisava de mais nada!

- Mas era tão... irresistível!

- Calado, antes que eu jogue você em um fosse de blueberrys ladrões e eles levem seus globos oculares embora! – ameaçou. – Venha, pequena, vamos pegar a sua lamina.

Segui Éphira em silêncio, enquanto assistia meu pai fazer versos como desculpas para minha mãe – dos quais só dariam certo, se uma lontra flamejante estivesse esquiando no Hawaii.

Você é tão doce como um bolinho de arroz

Seus cabelos, macios como crina de andrômedas psicóticas

Amo você como amo meu hambúrguer e fritas

Aceite meu raio de sol como prova de meu legítimo amor!

É mais ou menos assim, companheiros. Não pude evitar rir dele. Seus haicais são mais patéticos do que um Hyperion dançando lambada e tomando milk-shake.

Minha mãe parou em uma porta dourada com as escritas bonitas – bem, eu sempre tive uma caligrafia exempla, não fiquei muito surpreendida. Hmpff.

Gallatea – 05/08/1994

- Vamos. Abra. – Éphira mandou. – É um pequeno presente.

- Pequeno? – Apollo estreitou os olhos – Eu forjei essa espada com minhas mãos! Coloquei sangue de dragão nisso... sabe quanto é difícil achar sangue de dragão?! E ainda tem a marca dos hipogrifos... Pequeno presente... hmpff.

- Não ligue pra ele, querida.

- É mesmo, não ligue pra mim. Eu sou só o deus que levou metade da imortalidade pra forjar isso. Por que precisa ligar pra mim, afinal?

Sarcasmo. Yeap, o sarcasmo estava no meu sangue.

Respirei, e empurrei a porta. Em uma pedra, estava uma espada. A lamina era cortante, e o cabo tinha pequenas unhas de... bem, acho que são de dragões-morsa... E no topo, um redemoinho envolvendo uma ampulheta. Era minha.

- Pegue logo, e pare com a cerimônia, menina. – resmungou Apollo.

Peguei a espada. Todas. Absolutamente todas que eu usava nas aulas de esgrima, eram pesadas ou leves de mais para mim. Era sempre uma lástima conseguir batalhar com meus adversários quando minha espada caia ou simplesmente saia voando. Mas esta espada... era exatamente o peso que minha mão pedia. Meu braço se agitou e a espada diminuiu e se transformou em um pequeno aro de metal. Arregalei os olhos.

- Está tudo bem. Otróplia disfarça-se de um anel. – ela sorriu – Coloque-o.

- Otróplia?

- É o nome de sua espada, minha criança lerdinha. – Apollo retrucou enquanto saltava faíscas dos dedos.

- Vamos Gallatea, agora tem de aprender a lutar... de verdade.

- Você é péssima, Gally. – Apollo caçoou – Acho que deveria usar um arco... mas os deuses disseram bem: Ela herdará uma espada. Grande coisa, hmpff.

- Apollo, pode pegar um pouco de suco de antilóphio? – sugeriu minha mãe.

Ele piscou. – Só se você implorar.

- Que tal você ir logo buscar isto, antes que eu arranque seu cabelo?

- Eu também te amo, Éphira. – e Apollo se foi pela porta, cantarolando: Você é tão doce como um bolinho de arroz.

Cara... meu pai era o homem mais legal do mundo. Ops, deus. Yeep, companheiro morra de inveja;

Agora... que tal você comprar uma calça nova? A Bendels está chamando você, colega...


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