Sam e Angela demoraram a voltar para o motel, porque sabiam que Eva e Dean precisavam fazer as pazes, mas não sabiam do quanto eles precisavam dos irmãos naquele momento. Antes de voltarem, passaram ainda em uma lanchonete e levaram um café quente para Dean, mas quando entraram no quarto, não acreditaram na cena.

     O corpo de Alastair estava encostado atrás da porta, as armas todas espalhadas pelo chão e na cama a cena mais tocante de suas vidas.

     Dean estava sentando, encostado na cabeceira com Eva entre as pernas, com as costas em seu peito. Ele apoiava o queixo na cabeça de Eva. A sua mão esquerda apertava a cintura da jovem enquanto que o pulso direito estava na boca da mais velha das Walters. Dean havia feito um talho no pulso com a faca de Ruby e forçou Eva a se alimentar dele.

     - O que aconteceu aqui? – perguntou Sam sem acreditar na cena.

     - Alastair descobriu onde estávamos e veio tentar nos matar. Ele pegou a arma e disparou todas as balas em Eva e eu cortei a garganta dele. – ele parou de falar e os olhos encheram de água. – eu não podia deixá-la morrer Sammy, eu prometi protegê-la e estou cumprindo essa promessa. – falando isso Dean voltou a abaixar a cabeça e a apertar Eva com força.

...

     Eram seis horas da tarde e Dean ainda dormia. Ele estava muito cansado após ter perdido tanto sangue. Angela cuidava dele e Sammy foi dar um fim no corpo de Alastair. Eva, por sua vez não conseguiu dormir depois do que Dean fez. Ela estava fula com a cara dele.

     - Eu poderia ter matado ele. – Falava ela estressada

     - Mas não matou. – respondeu Angela jogando um cobertor por cima de Dean.

     - Ele é um idiota, eu podia me virar muito bem sozinha. – falou Eva sentando em uma cadeira.

     - Por nada, foi um prazer ajudar.  – falou Dean abrindo os olhos.

     - Não vem com ironia para cima de mim não, você sabe que o que fez foi idiotice. Eu estava fraca demais, se eu não tivesse me controlado, você estava morto.

     - Mas eu não morri. – falou Dean.

     - Finalmente ele acordou. – falou Sam cruzando a porta, deixando a luz entrar.

     - Fecha a porta Sam. – Falou Eva se abaixando do lado da cama. – Quer que eu vire cinza?

     - O Sol já se foi. – Falou Sam sorrindo e trazendo um hambúrguer para Dean. Eva enjoou.

     - Ah! Qual é? É a refeição dos campeões. – falou Dean sentando na cama.

     - Sei... Toma cuidado com a tua saúde. – falou Eva.

     - Então... Quando vocês pretendem falar sobre o que Alastair disse? – falou Dean dando uma bocada no hambúrguer.

     - O que ele disse? – falou Sam sentando ao lado de Dean.

     - Elas são receptáculos também.

     - Vocês pensaram em nos contar isso? – falou Sam ficando sério.

     - Desculpem, aconteceu tudo muito rápido. – falou Angela sentando ao lado de Eva.

     - Nós descobrimos que éramos logo depois que vocês abriram a jaula. Anna nos contou.

     - Só não sabíamos dessa ligação entre nós e quando digo nós, falo também de Miguel, Lúcifer, Sue e Íris. – falou Angela calmamente.

     - Vocês já deram a resposta? – perguntou Sam.

     - Sim, já demos a resposta. – falou Eva.

     - E qual foi? – falou Dean ficando sério.

     - A principio pensamos em dizer sim, mas mudamos de idéia. – falou Angela sorrindo.

     - Por quê? – perguntou Sam, mostrando interesse na historia.

     - Porque descobrimos que tínhamos escolha, quando encontramos dois receptáculos que querem mudar o mundo, sem dizer sim – falou Eva sorrindo.

    - Vocês são uma má influencia sabiam? – falou Angela sorrindo.

    - Obrigado. – respondeu Sam sorrindo.– Espera, você disse Anna? Anna Milton? – falou Sam.

     - Ela é o nosso Castiel, apesar de tentar matar a Angela e me odiar profundamente. – falou Eva.

     - Deve ser ciúmes do Dean. – Disparou o mais jovem, percebendo a mancada logo em seguida. Ele olhou para o irmão que quase engasgou com o hambúrguer.

     - Sério? – falou Angela gargalhando.

     - Você é um maníaco sexual sabia? Nem a anjo te escapou? – falou Eva se emburrando.

     - Desculpa, foi o momento. – falou o loiro tentando se explicar.

     - Depois a gente conversa sobre isso. – Eva encarou Dean que ficou sem graça. O telefone dele toca.

   - Alô.

    - Dean, é a Jo.

    - Fala Jo. – o loiro limpou a garganta e ficou sério.

    - Temos o paradeiro do tal Peter. – falou a jovem do outro lado da linha. – Ele foi visto em Brazil, Indiana.

    - Obrigado Jo, você tem sido genial. – falou ele.

    - Por nada. – Dean desligou o telefone.

    - Então? – perguntou Angela.

    - Brazil, Indiana. – respondeu ele. - Se sairmos daqui agora, chegaremos na cidade antes do amanhecer.

    - Então, o que estamos esperando? – falou Eva levantando e pegando a bolsa e pondo nas costas. – temos muito chão pela frente e garanto que vocês não nos alcançam.

    - É uma aposta? – perguntou Dean se levantando também.

    - Quinhentos dólares. – falou Angela. – Daqui de Columbus até Blair.

    - Fechado. – respondeu Sam.

Seria a viagem mais alucinante da vida deles e ainda lhes restavam mil e sessenta quilômetros pela frente.

De volta do luto, eu cai na cama

Estive longe por muito tempo, estou contente por estar de volta

Sim, eu fui libertado da forca

Que me manteve dependurado

Tenho vivido como uma estrela porque isso tem me deixado doidão

Esqueça o carro fúnebre, porque eu nunca morrerei

Tenho nove vidas, olhos de gato

Insultando a cada um deles e ficando louco

Porque eu estou de volta! Sim, estou de volta!

Bem, eu estou de volta! Sim, estou de volta!

Bem, eu estou de volta, de volta

Bem, eu estou de volta, do luto

Sim, eu estou de volta do luto

Música: Back in Black – AC/DC